Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Volta da Fiat ao domínio e Chevrolet perdedora: o novo 'normal' do mercado
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A primeira colocada Chevrolet era geralmente acompanhada pela Volkswagen, que aparecia mais vezes que a Fiat no vice-liderança do ranking de vendas. A Ford já vinha sofrendo há alguns anos para manter o quarto lugar, que de vez em quando era ocupado pela Hyundai e pela Renault. Mas ainda conseguia lutar pela posição.
A Jeep, nos últimos anos, já tinha conseguido ultrapassar a Nissan e a Honda para ir da décima à oitava colocação. Então, veio a pandemia, e mudanças mais profundas no ranking começaram.
Diversas foram as razões: capacidade das empresas de reagirem aos novos desafios de vendas e produção nessa fase, falta de abastecimento de peças e até mudança de direcionamento de uma das principais marcas do Brasil.
Agora, podemos dizer que, assim como o Brasil e o mundo, o ranking de vendas também tem seu novo normal em 2021. Situação esta que é marcada pelo fim da hegemonia da Chevrolet, o retorno da Fiat ao domínio do mercado, a ascensão da Jeep e o adeus da Ford à lista das dez maiores montadoras do Brasil.
Será que esse novo normal vai perdurar no pós-pandemia? Isso vai depender da capacidade das marcas vencedoras continuarem sabendo se adaptar bem nas novas diretrizes do período que proceder a crise sanitária, que trará novos desafios. E de as perdedoras aprenderem com seus erros e conseguirem recuperar seus espaços.
Fiat domina o novo normal
Em maio, a Fiat obteve uma das maiores participações de mercado de uma montadora desde a chegada das newcomers (novas marcas), no fim da década de 90. Antes da chegada de Renault, Peugeot, Citroën, Toyota e Honda, entre outras, o mercado era dominado por Volkswagen, Ford, Chevrolet e a marca italiana.
Na época, a VW chegou a ter mais de 30% do mercado. Depois, nunca uma marca obteve números próximos a esses, pois havia novas concorrentes. Isso reforça o feito da Fiat em maio, com 23,8% do mercado
O número representa um domínio absoluto das vendas em um país que tem mais de 20 empresas oferecendo veículos, entre fabricantes e importadoras. A segunda colocada, Volkswagen, ficou com 16,51% e a terceira, Chevrolet, com 9,86%.
Em números, a Fiat somou cerca de 40,5 mil unidades emplacadas. A soma das vendas de Volkswagen e Chevrolet não foi tão superior: pouco mais de 46 mil exemplares. A marca italiana foi responsável pelos três carros mais vendidos no mês passado: Argo, Strada e Mobi, respectivamente.
Outras vencedoras
A Caoa Chery tem motivos de sobra para comemorar no mês de maio. A marca entrou na lista das dez montadoras que mais vendem carros no mercado brasileiro. Com 3.186 emplacamentos, deixou para trás a Ford, antiga integrante do grupo das "quatro grandes montadoras" do Brasil.
A empresa formada há três anos pela associação da chinesa Chery com a brasileira Caoa está acertando em sua estratégia para o mercado nacional. O principal mérito é ter uma linha formada quase inteiramente por SUVS - há, além desses carros, apenas dois sedãs.
Os SUVs são atualmente os carros preferidos do brasileiro. A Caoa Chery também se destaca por preços bem competitivos. O principal exemplo é o Tiggo 8, que custa R$ 180 mil, cerca de R$ 50 mil a menos que seu principal rival, o Volkswagen Tiguan.
Neste ano, o Tiggo 8 vem vendendo mais que o Tiguan, que perdeu suas versões mais baratas e agora tem apenas a 2.0 turbo. Em maio, foram emplacados 846 exemplares do Caoa Chery e 483 do Volkswagen.
Na época de seu lançamento, havia filas de espera pelo Tiggo 8. Agora, segundo a fabricante, a produção foi adaptada e há exemplares a pronta entrega no mercado.
Outra que se deu bem no novo normal foi a Jeep, que desde o início do ano vem se consolidando na sexta posição do ranking de vendas. Antes da pandemia, era oitava. Em maio, somou 13.510 emplacamentos.
Perdedoras
A Chevrolet é uma das maiores perdedoras desse novo normal. Ex-líder, a montadora agora tem menos de 10% do mercado. Além disso, o Onix, que dominou o mercado na segunda metade da década passada, em maio foi apenas o 13º carro mais vendido do País.
Além de a Fiat ter se adaptado melhor a esse novo período, tanto em vendas quanto em produção, a Chevrolet também perdeu espaço por problemas de fornecimento de peças, especialmente semicondutores.
Esse problema de fornecimento tem levado à constante paralisação de produção de alguns produtos da marca, como o Onix, que não tem estoques no mercado.
A Ford poderia ser considerada a maior perdedora se isso já não fosse algo esperado. Em meio à pandemia, no fim do ano passado, a marca anunciou que passaria da condição de fabricante à importadora.
Paralisando a fabricação no Brasil, a Ford deixou de oferecer seus modelos mais vendidos: Ka, Ka Sedan e EcoSport. Hoje, o carro mais vendido da marca é a Ranger, picape de alto valor agregado, é o veículo mais emplacado da marca.
A Ford, que está reformulando agora sua linha, passa a apostar em modelos mais sofisticados, como o Bronco Sport, que acaba de chegar por cerca de R$ 257 mil. Estão a caminho veículos como a F-150 e o elétrico Mustang Mach-E.
Em maio, a Ford saiu do grupo das dez maiores marcas do Brasil. Teve 3.045 unidades vendidas e ficou com a 11ª posição, atrás da Caoa Chery. E essa deve ser o zona do ranking na qual a marca vai aparecer a partir de agora, já que passou da condição de fabricantes de carros de alto volume à importadora de modelos de nicho.
As 10 marcas que mais venderam carros em maio
1º Fiat - 40.489 unidades
2º Volkswagen - 28.960
3º Chevrolet - 17.291
4º Hyundai - 16.847
5º Toyota - 15.531
6º Jeep - 13.510
7º Renault - 12.299
8º Honda - 7.060
9º Nissan - 5.108
10º Caoa Chery - 3.186
Fonte: Fenabrave
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