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Pantanal: como é viajar pela estrada de terra que atravessa a natureza
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Sempre que se pensa em um roteiro de carro pelo Pantanal, o nome mais evidente é o da estrada Transpantaneira, no Mato Grosso. Ela cruza todo o bioma nesse Estado. Mas o Mato Grosso do Sul também tem uma via encantadora para percorrer de veículo. Trata-se da Parque do Pantanal.
Ela tem cerca de 120 km de extensão e é uma estrada de terra. Por isso, é importante percorrê-la preferencialmente com um veículo 4x4, ou ao menos com um que ofereça amplo vão livre do solo e pneus adequados (de uso misto). A tração integral, embora útil, não é necessariamente obrigatória na maior parte dos trechos, que estavam muito bem conservados na época da visita - no último mês de novembro.
É claro que isso pode mudar em períodos de alagamento típicos do Pantanal. Nesse caso, a tração 4x4 pode ser fundamental. Eu percorri trechos da estrada Parque do Pantanal com uma Chevrolet S10 4x4 e pude ver pontes históricas e animais típicos do bioma.
Além disso, as redondezas oferecem alguns hotéis interessantes, às margens do rio Miranda. Há também muitos restaurantes, pesqueiros e uma imersão na natureza pantaneira.
Como chegar à estrada Parque do Pantanal
O aeroporto mais próximo da estrada Parque do Pantanal é o de Corumbá. A via, uma junção das estaduais MS-184 e MS-228, faz parte desse município. Partindo do centro, a menos de 10 km está o início da MS-228, um dos acessos à via.
Nesse ponto, ela corta o Rio Paraguai. Cerca de 100 km à frente se une à MS-184, que é cortada por outro rio, o Miranda. O problema da chegada por Corumbá, na divisa com a Bolívia, é a limitada malha aérea da cidade.
Por isso, outra opção é desembarcar em Campo Grande e percorrer cerca de 300 km pela BR-262, rumo a Corumbá. A pista é simples na maioria dos trechos, e também tem poucas partes com pisos irregulares.
Após passar por Aquidauana, que fica na metade do caminho, capivaras podem surgir na estrada, assim como alguns jacarés, já antecipando o que o visitante vai ver na Parque do Pantanal. O trajeto até o início da estrada de terra leva cerca de 4 horas e a recomendação é parar em um dos pontos do trajeto para encher o tanque. Na via de terra pantaneira, não há locais de reabastecimento.
Uma dica é desviar um pouquinho o trajeto e passar por um trecho da Serra do Maracaju, próximo à Aquidauana. Por lá, você pode avistar o belíssimo Morro do Chapéu.
Atrações
A estrada Parque do Pantanal foi construída sobre aterros, com alturas de 1 a 3 metros, para oferecer condições de tráfego em qualquer época do ano. Ainda assim, em época de cheias, alguns pontos ficam intransponíveis para veículos.
Além disso, há mais de 100 pontes ao longo dos 120 km, para dar vazão às águas durante as cheias no Pantanal. Feitas de madeira, são uma atração à parte, dando um aspecto romântico à paisagem da estrada.
Entre elas, há uma mais moderna, com 214 metros, construída em 2012 sobre o Rio Miranda. Essa ponte, batizada de Alfredo Zamlutti, foi inaugurada em 2012 na localidade de Passo da Lontra, entre Miranda e Corumbá, e pode ser vista a partir do hotel Pantanal Jungle Lodge (leia mais abaixo).
Hotéis e empresas de turismo oferecem atrações como safaris em veículos preparados para a aventura, em busca de animais típicos do bioma e da belíssima onça pintada - que não é tão fácil de se avistar. Mas, para quem quer explorar a estrada sozinho à procura da fauna, o ideal é sair logo cedo, ao nascer do sol, quando a via está menos movimentada e os animais, mais concentrados em suas margens.
Nos pântanos sobre as pontes e na vegetação marginal, desfilam belíssimos cervos, javalis do pantanal (chamados de porco-monteiro), tamanduás, capivaras, jacarés e muitas aves. Entre elas, o tuiuiú (típica da região) e a famosa arara azul.
Outro programa para observar a fauna local é a focagem de jacarés, com início ao por do sol, no rio Miranda. A atração noturna permite ver, além dos répteis dentro e fora do rio, outros destaques da fauna local. E há sempre a possibilidade de, às margens do rio, encontrar uma onça pintada bebendo água.
Hotéis de selva
Em Passo do Lontra, trecho da estrada que fica na MS-184, há diversos hotéis às margens do rio Miranda. Eles são rústicos, verdadeiros hotéis de selva, e investem no contato com a natureza. Hospedei-me no Pantanal Jungle Lodge, que oferece conforto e é uma das opções mais bem estruturadas dessa região do bioma.
Por lá, os quartos são simples e a imersão na natureza, total - seja em atrações no rio ou no desfile de aves nos gramados da propriedade. No restaurante, há sempre um prato preparado com peixes pescados na hora, no próprio hotel.
Para quem quer uma dose de luxo para explorar a região, a melhor pedida é o Refúgio Ecológico Caiman, que não fica na estrada Parque do Pantanal, e sim nas proximidades - no município de Miranda.
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