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Caoa Chery iguala marcas tradicionais e surge entre carros mais valorizados
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Em meu perfil no Instagram, uma das perguntas mais comuns que recebo de seguidores é: "os carros da Caoa Chery desvalorizam muito na hora da revenda"? O volume de dúvidas sobre o tema vem aumentando a medida que a montadora, fusão de uma brasileira e uma chinesa, ganha espaço no mercado. E na mesma proporção em que seus veículos ganham qualidade e passam a despertar desejo no consumidor.
Marcas novas no mercado costumam gerar desconfiança quando o assunto é valor de revenda. No caso da Caoa Chery, há ainda o fato de ter origem chinesa. Os modelos têm como base produtos da Chery, com mudanças importantes para adequá-los ao gosto dos brasileiros.
E a primeira experiência chinesa no Brasil não foi das mais bem-sucedidas. Algumas empresas, como a Geely, mal chegaram e já disseram adeus. Outras começaram com operações ambiciosas, mas atualmente mal existem no mercado. Há razões, portanto, para o cliente desconfiar.
Porém, o cliente que quer um Caoa Chery não precisa se preocupar com esse aspecto. Os carros da marca não têm alta desvalorização. Pelo contrário: em um contexto de valorização dos modelos usados, alguns veículos da fabricante valorizam mais que a média do mercado.
Mas como avaliar o nível de desvalorização (ou valorização, no contexto atual) de um carro? Existem diversas tabelas que mostram esse panorama. Entre elas, a da Fipe e a da Mobiauto. Se um modelo perde menos valor que a média do mercado, isso quer dizer que não tem grande perda de valor na hora da revenda.
A coluna encomendou um estudo específico sobre a Caoa Chery com a Mobiauto para mostrar o panorama dos modelos da montadora no mercado de usados.
Tempos de valorização
Com a crise dos semicondutores, que leva à escassez de modelos novos, e a alta dos preços dos zero km, os usados estão em processo de valorização, com aumento nas cotações de um ano para o outro. O estudo da Mobiauto levou em consideração os anos de 2019 e 2020.
Isso porque a Caoa Chery é uma empresa nova, e modelos da marca à venda atualmente não existiam antes desses anos-modelos. Em 2019, a média de valorização dos usados no mercado foi de 13,64%. Já a dos modelos da fabricante atingiu 15,23%.
O índice de valorização ficou cerca de um ponto percentual abaixo do de marcas já bem consolidadas no mercado. Entre elas, a Hyundai, Toyota e a Volkswagen. Além disso, superou o de montadoras como Honda e Fiat. Já a Jeep e a Chevrolet foram os grandes destaques, com mais de 17,5%.
Em 2020, o índice da Caoa Chery ficou próximo ao do mercado, mas ainda assim um pouco abaixo. Foi de 9,3%, ante os 9,56% de média geral. O carro mais valorizado da marca no período do estudo é o Tiggo 5X 2019, com ganho de 18,85%.
Razões para os bons índices
Apesar de nova no mercado, a Caoa Chery faz parte de um grupo automotivo com longa experiência no Brasil. A Caoa foi responsável por popularizar por aqui a Hyundai, que se tornou uma marca desejada já antes da chegada da operação oficial da fabricante, em 2012.
Essa experiência com a Hyundai, que sempre teve bons índices de satisfação do consumidor, foi levada à Caoa Chery. Além disso, a empresa, diferentemente da estratégia usada pela Chery, investe em modelos de maior valor agregado, e com mais qualidade.
A qualidade geral do carro chinês, aliás, mudou bastante nos últimos dez anos, e é bem superior à de modelos vendidos por aqui na primeira "invasão", aquela que não deu certo. Os produtos da Caoa Chery, adaptados ao gosto brasileiro, têm bons níveis de acabamento, tecnologia e não desapontam no conjunto motor-câmbio.
Em 2021, a Caoa Chery foi a décima colocada no ranking de marcas que mais venderam carros no Brasil, com quase 40 mil unidades. Em 2022, ocupa a 11ª posição (foi ultrapassada pela Peugeot).
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