Topo

Primeira Classe

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Fiat Fastback: o que novo SUV cupê tem de pior e de melhor

Colunista do UOL

05/12/2022 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

O Fiat Fastback foi um dos lançamentos mais badalados deste ano. Tanto que recebeu o prêmio "Destaque do Ano" no Prêmio UOL Carros. Seus bons motores e desempenho, o porta-malas acima da média da categoria e o design estão entre as razões do sucesso do modelo, que "redimiu" os principais erros do SUV que a marca lançou no ano passado, o Pulse.

Desde o lançamento, no início de outubro, já houve um reajuste nos preços do Fastback. As duas versões 1.0 turbo, Audace e Impetus, estão 1,15% mais caras, e custam agora respectivamente R$ 131.490 e R$ 142.990.

A Limited Edition Powered by Abarth, que marcou a estreia do motor 1.3 turbo na linha de carros de passeio da Fiat - antes, ele estava só na Toro -, teve alta de 3,2% em sua tabela. Agora, o preço sugerido é de R$ 154.900.

Mas, mesmo sendo um lançamento muito elogiado, o Fastback tem lá seus defeitos. Abaixo, eu listo quais são os principais. E também os pontos positivos do SUV cupê.

Pontos negativos

A suspensão por eixo de torção atrás é um problema não apenas do Fastback, mas de todo o segmento de SUVs compactos. A exceção é o Renegade, que usa o sistema independente na traseira. Até por isso, o Jeep acaba tendo uma dirigibilidade muito superior à de todos os rivais. Já o freio a disco atrás é mais comum na categoria.

Além do Renegade, está em modelos como os Volkswagen T-Cross e Nivus. Por isso, acaba sendo uma falha no Fastback, um SUV que propõe fazer parte do grupo dos mais sofisticados da categoria. O Fiat traz tambor atrás.

O acabamento poderia ser mais bem feito - é parecido demais com o do Pulse. Na cabine, há algumas rebarbas, e os revestimentos de portas e painéis têm plásticos que poderiam ser um pouco mais emborrachados.

Ainda na cabine, o carro, que tem dimensões generosas quando comparadas às da concorrência, promete, mas não cumpre. Seu espaço interno é igual do do Pulse, e deixa a desejar. Esse comprimento extra foi aproveitado pelo porta-malas (leia mais abaixo).

Outro detalhe da cabine que incomoda é o ajuste da temperatura e da velocidade do ar-condicionado no mesmo botão, no console central. Ao menos, há a possibilidade de comandar o sistema de refrigeração por meio da central multimídia.

O modelo também não traz teto solar entre os opcionais. Aqui, no entanto, ele pode recorrer mais uma vez ao padrão do segmento para se justificar. Quase nenhum rival tem esse extra. Entre os itens de assistência, chama a atenção a ausência de controlador de velocidade adaptativo (ACC), item que está ficando mais trivial na categoria (a maioria dos novos e renovados modelos já o traz, dependendo da versão).

Na hora de rodar, o Fastback é quase sempre só elogios. Mas há um aspecto que incomoda: o excesso de vibração do motor 1.0 turbo, que acaba sendo transferido para a direção.

Pontos positivos

São inúmeras as qualidades do Fastback. Vamos começar por aquela que foi a "bandeira" da Fiat no lançamento do carro, o porta-malas. Ele tem mesmo 600 litros? Essa medição usada pelo Grupo Stellantis (da qual a marca italiana faz parte) é irreal na comparação da concorrência, pois mostra o volume em água, não em cubos.

O segundo método, chamado de VDA, é o utilizado pela maior parte das marcas no Brasil. Por essa metodologia, o porta-malas do Fastback tem 516 litros. Em capacidade, é o melhor da categoria mesmo no VDA. Na prática, fica atrás do compartimento do Renault Duster.

Ainda assim, é um excelente porta-malas para um SUV compacto, acomodando a mesma quantidade de bagagem de outras duas referências do segmento, o Hyundai Creta e o Nissan Kicks. O Fastback, junto com esses dois modelos, está na segunda posição.

O modelo também se destaca por ter partida por botão, chave presencial e diversas entradas USB (dos tipos A e C). Traz ainda saída de ar-condicionado atrás e freio de estacionamento elétrico. Esses dois últimos itens, embora estejam ficando mais comuns na categoria, ainda estão na minoria dos modelos.

O painel digital é igual ao da Toro, Renegade e Pulse. A tela da central multimídia suspensa tem 10,2". Destaca-se pela facilidade do uso, a presença de mapa nativo, o Wi-Fi a bordo e, principalmente, a qualidade da imagem da câmera de ré.

O design chama bastante a atenção, embora, em redes sociais, tenham sido constantes as críticas ao tamanho das rodas, que seriam desproporcionais às dimensões do carro. A carroceria de SUV cupê dá um ar de esportividade ao carro e a dianteira é bem imponente.

Quanto ao desempenho, o carro vai bem com os dois motores. É eficiente nas acelerações com o 1.0 turbo de 130 cv e um verdadeiro "aviãozinho" com o 1.3 turbo de 185 cv. O botão Sport (no volante) muda as respostas do conjunto motor-câmbio e da direção, deixando-a bem precisa para situações como curvas e alta velocidade, por exemplo.

Apesar da ausência de ACC, o Fastback se destaca por outras tecnologias. Entre elas há os faróis full-LEDs com sistema antiofuscamento. Já o leitor de faixas tem função de correção.

Quer ler mais sobre o mundo automotivo e conversar com a gente a respeito? Participe do nosso grupo no Facebook! Um lugar para discussão, informação e troca de experiências entre os amantes de carros. Você também pode acompanhar a nossa cobertura no Instagram de UOL Carros.