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Carros elétricos: corredores se espalham para ligar capitais do Brasil
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O ano de 2022 foi marcado por uma ofensiva de lançamentos de produtos elétricos no mercado brasileiro, especialmente entre as marcas premium. A recordista foi a Mercedes-Benz, com quatro modelos, seguida pela BMW, com três.
A maioria desses carros tem algo em comum: autonomia cada vez mais alta, tornando mais forte suas aptidões para rodar nas estradas. Mas de que adianta ter um carro elétrico se a rede de recarga é precária?
Só que esse cenário também está começando a mudar. Mas isso, apenas na região Sudeste e em alguns locais do Sul do Brasil. E uma das responsáveis por esse cenário é a Volvo, que investiu forte na instalação de pontos de recarga ultrarrápidos em rodovia no decorrer do ano passado.
Com isso, a marca sueca se reúne à BMW e ao consórcio formado por Audi, Porsche e Volkswagen no time das montadoras que estão investindo em pontos de recarga nas estradas.
Mudança de foco
A BMW foi a primeira marca a lançar um corredor elétrico em rodovia no Brasil. Instalou na Via Dutra, entre São Paulo e Rio de Janeiro, seis pontos de recarga rápida (DC), sendo três em cada sentido. Porém, esses carregadores, da época em que o único modelo a eletricidade da montadora era o i3, já estão defasados.
Os carros elétricos com aptidão para estrada têm baterias a partir de 80 kWh. Os carregadores DC do corredor da Dutra contam com 50 kW. Por isso, modelos cujas autonomias declaradas partem de 400 km já precisam de bastante tempo - cerca de duas horas - para uma recarga completa nesses pontos.
A BMW, porém, já fez sua parte, e agora aposta mais suas fichas no carregamento residencial. A montadora não tem planos de investir em novos carregadores em rodovias. Já o consórcio formado por Audi, Porsche e Volkswagen modernizou o conceito de pontos DC, passando a investir em carregadores de 150 kW.
Recargas mais rápidas
No caso dos carregadores de 150 kW, em cerca de 40 minutos a carga já está completa mesmo em carros com baterias de alta capacidade. A aposta inicial do consórcio era ter 30 pontos em três anos, mas os plano acabou ficando mais lento que o esperado.
O primeiro ponto foi inaugurado em Caraguatatuba (SP), facilitando a vida de quem viaja pelo litoral norte de São Paulo. Há um segundo, de 150 kW, em Riviera de São Lourenço, também no litoral - este instalado pela EDP, parceira tanto do consórcio quanto da BMW na rede de recarga em rodovias.
Ainda no litoral de São Paulo, também na rodovia conhecida como Rio-Santos (trecho da BR-101), há agora um carregador ultrarrápido da Volvo, com os mesmos 150 kW.
Outro ponto instalado pelo consórcio Audi/Porsche/VW é em Registro, no sul do Estado de São Paulo. Esse carregador possibilita viagens mais seguras nos pouco mais de 400 km que separam a capital paulista de Curitiba, no Paraná.
Viajar entre essas duas cidades, aliás, está mais fácil do que fazer São Paulo - Rio de Janeiro de carro elétrico. Isso porque a Volvo também instalou um carregador na Regis Bittencourt, rodovia que liga as duas capitais. Fica em Cajati, em São Paulo.
Sete pontos de recarga em um ano
Além de São Sebastião e Cajati, a Volvo instalou outros cinco pontos de recarga ultrarrápidos no Brasil em 2022. O de Porto Ferreira (SP) viabiliza deslocamentos de carro elétrico com baterias grandes, partindo de São Paulo, a locais como Ribeirão Preto (SP) e Uberaba, em Minas Gerais.
Já o de Perdões (MG) fica na rodovia Fernão Dias e tem foco em quem quer se deslocar entre São Paulo e Belo Horizonte. Os outros três pontos DC instalados são na rodovia Castelo Branco, em Avaré (SP), na Rod. Marechal Rondon, em Botucatu (SP) e novamente na Fernão Dias, em São Gonçalo do Sapucaí (MG).
Para 2023 estão previstas inaugurações de carregadores ultrarrápidos da Volvo em locais como as rodovias Washington Luiz, Dutra e Imigrantes.
São Paulo é epicentro
Não são apenas as montadoras que investem no carregamento rápido em rodovias. Outras empresas do ramo de energia e até combustível também já instalaram pontos de recarga DC em estradas. Porém, a maioria é de 50 kW.
Isso reforça a iniciativa de marcas como Volvo e o consórcio de montadoras alemãs, já que para viabilizar viagens que se adequem ao estilo de vida do cliente, são fundamentais carregadores mais potentes, como os de 150 kW.
A ideia é que o consumidor use o tempo de recarga para tomar um café, usar o banheiro ou se alimentar. Por isso, a maior parte dos carregadores - mas não todos - é instalada em postos que têm restaurantes com boa infraestrutura.
O plano de expansão da rede de recarga, porém, é muito focado na região Sudeste, especialmente na cidade de São Paulo. A impressão é de que a capital paulista é sempre colocado como ponto de partida ou chegada no planejamento de instalação dos pontos DC.
Recarga gratuita
Uma das vantagens do investimento das montadoras em pontos de recarga é que o processo é gratuito. O cliente recarrega seu carro sem pagar nada. A Volvo, por exemplo, não tem planos de cobrar pelo uso de seus carregadores.
Mas já há empresas que estão investindo em postos de recarga para carros elétricos com cobrança, por enquanto dentro de cidades. Exemplo é o ponto que foi inaugurado no fim de 2022, na zona leste da cidade de São Paulo. Por lá, o kWh custa R$ 1,94.
Nesse caso, a recarga completa de um modelo com bateria de 80 kW sai por cerca de R$ 155. Shell e Petrobras estão entre as empresas que investem em pontos de carregamento com custo.
A vantagem é que a visão do processo com um negócio lucrativo tende a aumentar o número de pontos de recarga rápida pelas estradas do Brasil. Inclusive em locais que ainda não estão nos planos das montadoras.
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