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REPORTAGEM

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Novo BMW X1 supera X3 em alguns aspectos por até R$ 114 mil a menos

BMW X1 - Rafaela Borges/UOL
BMW X1 Imagem: Rafaela Borges/UOL

Colunista do UOL

24/04/2023 04h00

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Já é um fenômeno comum na indústria automobilística em geral e no mercado de carros de luxo em particular: modelos de categorias inferiores, quando lançados, passam a superar os de segmentos superiores em muitos aspectos. A nova geração do BMW X1 é um dos exemplos dessa realidade.

Com o avanço da conectividade e da engenharia, os carros estão evoluindo muito rápido. Tecnologias que demoravam anos tanto para ser desenvolvidas quanto para chegar aos modelos de série viram esse tempo diminuir.

E isso ocorre com mais frequência nos automóveis de luxo, em que estão as tecnologias mais avançadas da indústria automobilística. Um novo recurso estreia sempre nos carros premium e depois ganha mais popularidade em produtos de montadoras generalistas (aquelas que atuam em diversos segmentos, principalmente os mais acessíveis).

É comum que as marcas reservem seus recursos mais avançados para modelos mais caros. Porém, no universo da velocidade tecnológica, não dá para privar um modelo mais acessível de um novo sistema só para que ele não fique mais interessante que os mais caros. Afinal, se os concorrentes fabricados por outras montadoras ainda não têm a determinada tecnologia, em breve elas vão ganhar.

As plataformas modulares reforçaram essa tendência. Há alguns anos, era difícil, ou até impossível, adaptar um sistema concebido para carros mais caros aos mais baratos. Mas, atualmente, boa parte da linha usa a mesma base, com inúmeras versões.

Para ilustrar, uso um exemplo da Volkswagen. Quase toda a linha brasileira é feita sobre a plataforma MQB, a mesma do Tiguan. Porém, a dos nacionais usa a denominação 0, identificando que é uma versão diferente da utilizada no SUV maior.

As bases modulares permitem não apenas o compartilhamento de tecnologias, mas também flexibilidade para resolver questões que, antes delas, eram mais complicadas para os departamentos de engenharia. Dá, por exemplo, para melhorar muito o espaço interno de um carro sem ter de criar uma nova plataforma para isso.

Mudanças rápidas são fundamentais

E, após essa introdução, chegamos ao ponto principal da reportagem, o novo BMW X1 e sua superioridade, em alguns aspectos, ao X3. O primeiro é o SUV mais acessível da montadora alemã. O outro é o intermediário.

O X1, em terceira geração, tem três versões e preços entre R$ 296.950 e R$ 349.950. Já o X3 parte de R$ 410.950. Mas não se engane. O SUV maior é híbrido, tecnologia que o menor não oferece. Traz configuração esportiva e até uma elétrica, o IX3. Como linha, supera o utilitário-esportivo de entrada em diversos aspectos.

Porém, a atual geração do X3 foi lançada em 2018, e está completando cinco anos. Parece que foi ontem, né? Mas, na atual velocidade da indústria, é uma eternidade. Alguns anos atrás, esse SUV já estaria implorando por uma mudança de geração, ou correria o risco de parecer defasado.

Porém, graças às plataformas modulares e outros avanços tecnológicos, uma mudança de meio de ciclo já é suficiente para revitalizar o produto e deixá-lo em dia com o mercado. E, passados cinco anos, a hora do X3 está chegando.

X1 x X3

O novo BMW X1 chegou com coisas como o novo sistema de infotainment da BMW. Traz duas telas integradas, do painel de instrumentos e da central multimídia. E aqui está a principal vantagem ante o X3.

O painel de instrumentos do X1 traz mais possibilidades de personalização. O multimídia, por sua vez, é maior, além de mais fácil de visualizar, rápido e intuitivo. A tecnologia concentra o comando da maior parte das funções do carro, o que deixou o console central com menos botões. Este passou a ser mais limpo e funcional.

A central multimídia do X3 ainda usa a antiga tela suspensa do Série 3, que estava no sedã até o final do ano passado - quando este passou por sua revitalização de meio de ciclo. Ainda na lista de equipamentos, o novo X1 traz entre os destaques o GPS nativo com realidade aumentada - mostra imagens reais quando o carro se aproxima dos pontos de conversão. O SUV maior não tem essa tecnologia.

O X1 passou a contar com alguns recursos de conforto na cabine que são típicos de segmentos superiores. Como destaque, há o sistema de iluminação interna personalizável e opções de massagem no banco dianteiro.

A mudança de geração também deu ao X1 não vantagens, mas equivalência em pontos que o X3 levava vantagem. O espaço traseiro melhorou, e ficou muito próximo ao do SUV maior na acomodação de pernas e cabeça. A capacidade do porta-malas também é semelhante.

Ainda vale a pena comprar um X3?

Diante do avanço do X1, o X3 ainda é uma boa compra? Dependendo do aspecto e da versão, é sim. Para começar, ele é superior na largura.

Se pernas e cabeças dos passageiros traseiros do X1 ficam mais bem acomodadas, o X3 será melhor para quem precisa levar três pessoas atrás. O ocupante do meio terá uma vida mais fácil. Mas o principal, em meu ponto de vista, é a oferta de conjunto híbrido.

O carro híbrido plug-in vem chamando cada vez mais a atenção do cliente de automóveis de luxo. Estes instalam carregadores em casa e conseguem, na cidade, ter uma experiência de veículo elétrico, sem necessidade de parar frequentemente em postos de combustível para reabastecer.

Mas fique de olho: o X3 vai mudar em breve, e ganhar atualizações que o deixarão mais interessante que o modelo atual. Esse upgrade já chegou a seu irmão sedã, o Série 3. E, apesar de o SUV renovado ainda não ter sido apresentando oficialmente na Europa, imagens extra-oficiais já circulam na internet e em redes sociais.

A apresentação mundial do novo BMW X3 deverá ocorrer ainda este ano. No Brasil, o mais provável é que a chegada ocorra em 2024.