Lexus renova seu SUV topo de linha para encarar rivais de luxo no Brasil

Mais discreta das montadoras de luxo que atuam no Brasil, a Lexus renova seu SUV topo de linha para ganhar força na briga contra Volvo XC90, BMW X5, Audi Q7 e Mercedes-Benz GLE. A marca premium do Grupo Toyota passou a importar o RX 500h, que substitui o RX 450h. O modelo, em nova geração, chega com apenas uma versão, a completa F-Sport, que investe em alguns aspectos visuais esportivos.

Não é um carro de sete lugares, como o XC90 e o Q7. Além disso, não traz a tecnologia plug-in do Volvo e do BMW. É, no entanto, um híbrido paralelo (com bateria recarregável a partir de frenagem e desaceleração). Além disso, tem no preço um de seus grandes méritos na comparação com a maior parte dos rivais: chega por R$ 564.990.

O X5 sai por R$ 689.950. O Q7 começa em R$ 562.990, mas vai a R$ 649.990 na versão equivalente. O GLE, por sua vez, não tem no Brasil motores para brigar diretamente com o RX, está à venda com propulsor a diesel por R$ 750.900 e na configuração esportiva 53 AMG a R$ 852.900.

O XC90 é o único a ter uma versão mais vantajosa em preço, que começa em R$ 519.950. No topo da gama, o Volvo, porém, fica mais caro: vai a R$ 573.950.

Sistema híbrido da nova geração do RX

O Lexus RX 500h tem dois motores elétricos. Um deles é na dianteira e o outro, na traseira. Este é o propulsor a eletricidade principal. Via de regra, os propulsores da frente de de trás sempre funcionam junto, em uma tecnologia chamada pela Lexus de One Motor (Um Motor).

Por isso, não é possível acionar botão para rodar apenas com motor elétrico. Este só funciona sozinho em saídas suaves e na desaceleração realizada para parar o carro. Por isso, aqui há uma desvantagem ante os híbridos plug-in.

Donos de modelos desse tipo estão se habituando a ter uma experiência elétrica na cidade, recarregando as baterias em casa e reduzindo - ou até eliminando - as paradas em postos de combustível. Com o RX 500h, isso não é possível. Existe, nos EUA, uma versão recarregável na tomada nesta nova geração do carro. Porém, a marca optou por não trazê-la ao Brasil.

E por falar em bateria, a Lexus informa que a do novo RX tem 288V, e que o consumo é de 10,5 km/l na cidade e 10,8 km/l na estrada. Ante o RX 450, que usava propulsor V6, o RX 500h traz um 2.4 turbo de quatro-cilindros. A potência combinada do conjunto aumentou 58 cv, chegando a 371 cv. O torque é de 46 mkgf, 11,8 mkgf a mais que no modelo anterior.

Com isso, conforme dados da Lexus, o tempo para ir de 0 a 100 km/h é de 6,2 segundos, ante os 8,4 segundos do RX 450h. Para isso também contribui a substituição do câmbio CVT pelo automático de seis marchas.

A tração 4x4 é permanente, mas também capaz de distribuir força entre as rodas conforme demanda. Na breve avaliação realizada na pista do circuito Panamericano, em Elias Fausto (SP), o carro mostrou boa capacidade de retomar velocidade. Mas o que mais chamou a atenção foi seu desempenho em curvas.

Apesar do peso alto e das dimensões avantajadas, a carroceria é firme nessa situação, e as respostas da direção mostram muita precisão. Há alguns modos de condução que alteram a maneira de agir desse componente, do conjunto motor-câmbio e da suspensão. Outro destaque é o eixo traseiro direcional.

Em alta velocidade, as rodas traseiras esterçam na mesma direção das dianteiras, para melhorar a estabilidade. Em baixa, o movimento é contrário, para facilitar manobras.

Tecnologia

Sabe aquela famosa TV de tubo dos carros da Toyota? Esqueça isso nos modelos da Lexus. Painel e central multimídia usam duas telas integradas, agradáveis aos olhos e práticas. Tudo bem que o quadro de instrumentos praticamente não traz opção de personalização, o que é ruim.

Por outro lado, o multimídia sensível ao toque tem tela grande e fácil de usar. É possível conectar o carro ao roteador Wi-Fi do telefone para usar internet a bordo. E o mapa do navegador GPS oferece excelente leitura e comando por voz.

O Lexus RX vem com diversas entradas USB e carregador de smartphones sem fio. Sistema de resfriamento dos bancos também está disponível. Quanto aos sistemas de assistência, há o controlador de velocidade adaptativo combinado à manutenção em faixas com centralização, para formar tecnologia semiautônoma de condução de nível 2.

Outro destaque fica por conta do sistema pré-colisão. O RX 500h vem ainda com faróis de LEDs adaptativos. Na prática, o facho alto é desativado e ativado automaticamente, fazendo a leitura de outros carros na direção oposta.

A câmera 360 do carro tem vista aérea. Também se destaca pelo sistema de monitoramento dos pontos cegos do carro, checando cantos que não são visíveis nos espelhos retrovisores.

O espelho retrovisor interno pode ser usado no modo convencional ou projetando imagens capturadas a partir de uma câmera traseira. É um sistema igual ao da Ram 1500.

Espaço e design

O espaço traseiro é outro grande destaque do RX 500h. São 2,85 metros de entre-eixos, número que o coloca na média do segmento. Porém, o assoalho é quase plano, o que ajuda a garantir ótima acomodação para três pessoas atrás.

O ponto negativo da parte de trás fica por conta do ar-condicionado. Nessa seção do carro, há apenas uma zona de temperatura. A maioria dos concorrentes traz duas, além da possibilidade de ajustar, além de "quantos graus", a velocidade e o direcionamento do ar. Não há também saídas de ar nas colunas laterais (apenas no centro).

O SUV também se destaca pelo amplo porta-malas, que tem 612 litros de capacidade e poucos vincos que atrapalhem a acomodação. Na prática, supera quase todos os modelos do segmento. A exceção talvez seja o Q7.

O acabamento é sofisticado, com materiais de qualidade como couro e suede. Tudo é bem macio ao toque. O sistema de som da Mark Levinson, por sua vez, traz ótima qualidade.

O design externo é outra característica que chama a atenção na nova geração do RX. O carro traz muitos vincos, que dão um ar futurista sem exageros. A grade dianteira grande e preta chama a atenção, bem como as rodas esportivas. A coluna C é levemente rabaixada.