Audi lança versão mais barata de seu esportivo elétrico; veja impressões

A Audi começa neste mês a pré-venda do e-tron GT no mercado brasileiro. O segundo esportivo elétrico da montadora - o primeiro é o RS e-tron GT - chega por R$ 699.990. Esse preço, porém, é válido apenas até o dia 17 de junho. Depois disso, a marca não anunciou quanto o produto passará custar.

Por ora, o e-tron GT é R$ 45 mil mais barato que a versão equivalente de seu irmão de plataforma, o Taycan. Audi e Porsche compartilham algumas bases por fazerem parte do mesmo grupo automotivo, Volkswagen;

O modelo é a versão mais civil do RS e-tron GT, mas também traz esportividade caprichada. Além disso, mantém os dois motores da versão mais brava, mas em versão com potência inferior. Ainda assim, o sedã cupê - ou cupê de quatro portas - acelera muito.

Eu testei o Audi e-tron GT, que pode chegar a 530 cv, em fevereiro, na Alemanha. O teste foi feito em cidade e rodovias, inclusive autobahns, como são chamadas as estradas com trechos sem limite de velocidade do país.

Design e espaço

O e-tron GT tem visual praticamente idêntico ao da versão RS. A dianteira é marcada pelos faróis full-LEDs matriciais. Carro elétrico não tem grade frontal. No local, há um detalhe fechado com desenho que imita o formato de colmeia usado em outros carros da marca.

No exemplar avaliado, esse componente estava rodeado por detalhes pretos brilhantes. Esse tipo de acabamento é um dos opcionais oferecidos pela Audi na configuração Brasil (leia mais abaixo). As rodas de 20 polegadas são bem fechadas.

Essa é uma solução aerodinâmica tem como principal objetivo melhorar o coeficiente de arrasto, algo importante para aprimorar a eficiência energética. No e-tron GT, ele é de apenas 0,24.

A lateral também chama a atenção pelo baixo vão livre do solo (característica que ajuda a ressaltar a dirigibilidade esportiva) e as linhas de cupê, apesar das quatro portas. O exemplar avaliado estava com teto de vidro. Na Europa, há opção de substituição do material por fibra de carbono.

Atrás, as lanternas de LEDs são interligadas. Já o porta-malas não é dos mais generosos, apesar de o carro ser grande - 4,99 metros de comprimento. O compartimento de 350 litros é muito baixo, o que dificulta a acomodação da bagagem.

Mas o espaço interno agrada. Ele não cumpre o que os amplos 2,90 metros de entre-eixos prometem. Mas, para um esportivo, acomoda bem duas pessoas, mesmo aquelas com mais de 1,80 metro de altura. Isso tanto em relação às pernas quanto à cabeça.

Acabamento e equipamentos

A porta não tem moldura, o que é característica de cupês. Os materiais de revestimento do componente e dos painéis são emborrachados. Há uso de madeira, alumínio e um tecido que lembra Alcântara.

Os bancos são esportivos, com apoio de cabeça integrado ao encosto. Os ajustes dos dianteiros é elétrico e o revestimento de todos, de tecido. De acordo com a Audi, não há revestimento de couro porque o e-tron GT investe em materiais sustentáveis.

O painel de instrumentos digital tem diversas opções de personalização, algumas com foco no funcionamento do sistema elétrico. Uma possibilidade interessante é manter o mapa do GPS dominando o quadro, solução esteticamente bonita e que privilegia a ergonomia.

O Head Up Display (projeta informações do painel no para-brisa) tem mostradores grandes e é opcional (R$ 16 mil). Outro extra são as rodas com design especial, batizado pela Audi de Aero (R$ 5 mil). O pacote exterior preto brilhante custa R$ 15 mil.

O multimídia sensível ao toque e as funções e botões do console central seguem a orientação de outros modelos da Audi já vendidos no Brasil. O ar-condicionado tem três zonas de temperatura, sendo uma delas para os ocupantes do banco de trás.

O e-tron GT vem também com sistema de som Bang&Olufsen. Entre as assistências, há câmeras 360 com visão 3D, controlador de velocidade adaptativo (ACC), sensor de ponto cego e aviso de mudança de faixas.

Desempenho

Os dois motores do e-tron GT (um dianteiro e um traseiro, que formam o sistema de tração integral) são alimentados por bateria de 93 kWh. Ela pode ser recarregada em corrente lenta (AC) em estações e Wallbox de até 22 kW. No DC (rápido), são cerca de 40 minutos de 0 a 80%.

No ciclo WLTP, usado pela maior parte das montadoras europeias para divulgar autonomia, a do e-tron GT é de 458 a 501 km. Porém, a Audi divulgou também a medição do Inmetro, mais próxima da realidade, especialmente para quem usa o carro em rodovias rápidas. São 308 km.

Os motores entregam potência de 476 cv. Com overboost, disponível no momento das acelerações mais fortes, sãi 530 cv. O torque é de 65 kgfm. O câmbio, como na maior parte dos carros elétricos, tem uma marcha. O modelo acelera de 0 a 100 km/h em 4,1 segundos, de acordo com informações da Audi. A velocidade máxima é de 245 km/h.

No modo de condução dinâmico, o mais esportivo (há também o normal e o econômico), o ganho de velocidade, apesar de mais ameno que o da versão RS (3,3 s de 0 a 100 km/h), é brutal. Uma patada de jogar o corpo para trás quando se pisa forte no pedal do acelerador.

Também chama a atenção o bom equilíbrio em curvas. Com ajuste de suspensão esportivo e centro de gravidade baixo reforçado pela bateria sobre o assoalho, o modelo é bem grudado no chão e passa total segurança mesmo nas curvas mais travadas.

Curtas

- O anúncio sobre a chegada do e-tron foi feito durante o Catarina Aviation Show, que começa nesta quinta-feira (1) e vai até domingo (4).

- O evento, em São Roque (SP), vai tem também presença da McLaren. A Ford expõe a F-150 e a Land Rover participa usando já seu novo posicionamento, agora segmentado em três marcas. A Range Rover foi a escolhida para a feira aeronáutica.

- No evento, a Audi promove teste drive com os modelos RS5 e RS e-etron GT.