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Jeep Grand Cherokee: por que SUV ainda não voltou a ser vendido no Brasil

Grand Cherokee 4xe - Divulgação/Stellantis
Grand Cherokee 4xe Imagem: Divulgação/Stellantis

Colunista do UOL

10/07/2023 04h00

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Meu perfil no Instagram é sempre uma fonte para boas pautas. Quando uma pergunta de seguidores se torna constante, é sinal de que a resposta é importante para muitos. Recentemente, recebi muitas indagações sobre o Grand Cherokee: por que a Jeep desistiu do produto no mercado brasileiro?

O Grand Cherokee é um ícone do mercado mundial de SUVs e, na época que a Chrysler (dona da Jeep) era da Daimler (Mercedes-Benz), um sonho de consumo no mercado de luxo. Porém, desde que a montadora americana se reuniu à Fiat e passou a fazer parte da FCA (agora, Stellantis), o jogo virou.

Foi inaugurada a fábrica de Goiana (PE) para nacionalizar os SUVs da Jeep, que foi se afastando do mercado de nicho para investir em produtos de alto volume. Atualmente, graças a Renegade, Compass e Commander, a montadora é a que mais vende utilitários-esportivos no mercado nacional.

No primeiro semestre de 2023, foi a sétima colocada no ranking de vendas de automóveis e comerciais leves do Brasil. Isso com apenas três modelos de volume - há na gama o Wrangler e a Gladiator, importados e de nicho.

A estratégia da Jeep parece muito bem definida: obter altos volumes com modelos que não são de entrada e têm excelente qualidade. Com médio e alto valores agregados, os SUVs garantem boa margem, e elevam os ganhos da montadora a um patamar próximo ao de marcas com gamas bem maiores e vendas muito superiores.

Nesse cenário, por que a Jeep deveria investir na homologação de um produto importado - esse processo tem custo alto? Até porque a marca já tem um modelo de sete lugares nacional, o Commander. Parece óbvia a razão de a montadora ter desistido do Grand Cherokee no Brasil. Certo? Errado!

Grand Cherokee volta em breve

Fãs do Grand Cherokee: o momento é de alegria. A Jeep não desistiu do carro no mercado brasileiro. O retorno do luxuoso SUV está confirmado. Isso pode ocorrer ainda em 2023, mas o mais provável é que fique para 2024.

A versão a ser importada já está definida. E não é a de sete lugares. Na linha Jeep, essa comodidade continuará exclusiva do Commander. Mas não é o SUV nacional a razão de a montadora ter batido o martelo para a configuração do Grand Cherokee sem três fileiras de bancos.

Até porque os dois modelos, Commander e Grand Cherokee, são bem diferentes. Com 4,90 metros de comprimento, o importado é maior e pertence a um segmento superior ao do nacional. A razão é que a Jeep vai trazer a versão 4xe, híbrida. E esse conjunto só está disponível para a configuração de cinco lugares.

Ser híbrido é fundamental no segmento em que o Grand Cherokee vai atuar. O modelo, que conheci em janeiro, durante um evento em Dallas (EUA), tem porte e sofisticação para brigar com SUVs grandes de marcas premium, como Volvo XC90, BMW X5 e Audi Q7, entre outros.

Entre os destaques, há as três telas dianteiras: a do quadro de instrumentos, a da central multimídia e uma exclusiva para o passageiro dianteiro. No segmento de SUVs grandes, o Cayenne passará a ter essa solução na linha 2024 - que chega ainda este ano.