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Pesadelo da Montana? O que a nova Strada turbo tem de melhor e de pior

Pelo menos por enquanto, a nova Montana não parece ter afetado a trajetória da Fiat Strada. A picape da marca italiana perdeu a liderança de vendas de veículos nos meses de junho de julho. Porém, o modelo manteve emplacamentos estáveis - e o veículo da Chevrolet, por sua vez, não registrou ganho no volume. O que levou à perda da posição foi mérito no Volkswagen Polo, dono do primeiro lugar, que obteve alta impressionante no período em questão.

Mas, mesmo sem sofrer grande impacto, a Strada resolveu se mexer. E fez esse movimento mirando justamente no público que pode abandoná-la para aderir ao time Montana: o cliente que não procura uma picape apenas para o trabalho, mas também por estilo de vida.

Por isso, a Strada 2024 traz como principal novidade o motor 1.0 turbo, o mesmo do Pulse e do Fastback. São 130 cv com etanol. Há duas versões com esse propulsor, ambas topo de linha. A nova é a Ultra, com apelo mais urbano. E, na Ranch, de visual off-road, o turbo substitui o 1.3 aspirado.

Mas quais são os méritos da nova Fiat Strada turbo? E seus pontos negativos. Confira a seguir.

Pontos negativos da Strada turbo

Vamos começar pelo pior. Outro ponto negativo da Strada turbo é a questão da segurança e assistência. São apenas quatro air bags, ante os seis da Montana. Além disso, a Strada não tem nem mesmo frenagem autônoma de emergência, tecnologia que em breve deverá se tornar obrigatória nos carros do Brasil.

A posição de dirigir da Strada turbo é tão ruim quanto a das demais versões. Nem todos os motoristas ficarão bem acomodados, e as alavancas para comando das regulagens dos bancos são mal posicionadas.

O quadro de instrumentos é uma das maiores críticas do consumidor à Strada. Trata-se do mesmo componente do Mobi, com uma pequena tela configurável sobre o velocímetro e o conta-giros bem pequeno, na lateral esquerda. Além disso, o único porta-copos central é estreito e próximo demais ao painel. Não dá para acomodar uma garrafa de água convencional sem que ela caia - só é próprio para latinhas finas.

Pontos positivos da Strada turbo

A Fiat aplicou mudanças no visual da Ranch e da Ultra, na comparação com as demais versões da Strada. Grade e para-choques foram remodelados e há um novo farol de neblina emoldurado. O modelo ficou mais bonito e imponente, chamando a atenção nas ruas.

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O acabamento melhorou na linha 2024. A Strada turbo tem novo revestimento nas portas, volante remodelado (de couro com costura aparente vermelha) e bancos revestidos do mesmo material. O interior causa boa impressão visual.

A central multimídia poderia ser um ponto crítico, já que a tela tem apenas 7". Mas consegue reverter esse defeito pela usabilidade. O sistema operacional é o mesmo de modelos mais modernos da Fiat (como Pulse e Fastback) e também da Jeep (que faz parte do mesmo conglomerado automotivo, a Stellantis).

Na prática, é um recurso intuitivo e rápido, além de sensível ao toque. A Strada turbo traz também entradas USB. Porém, são apenas duas (em um modelo de cabine dupla, única possibilidade para as versões com esse propulsor), ambas do tipo A.

A dirigibilidade da Strada não é um primor, mas está mais para ponto positivo que para negativo. O modelo é fácil de guiar, com boas respostas de direção e pouca inclinação de carroceria em curvas.

O principal ponto positivo é o desempenho. A Strada não é apenas mais rápida que a Montana, mas também anda mais que a Toro (que tem um 1.3 turbo de 185 cv). A picape 1.0 turbo tem respostas muitos ágeis em acelerações e retomadas, com boa performance em subidas e ultrapassagens.

O CVT não prejudica. Esse câmbio não é o ideal para bom desempenho. É mais adequado para conforto e economia de combustível. Mas, aqui, forma um eficiente casamento com o 1.0 turbo. A Strada turbo vai de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos, de acordo com dados da Fiat.

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Preços

Nas duas versões, a Strada turbo tem preço de R$ 132.990. Em todo conteúdo publicado em meu perfil no Instagram até agora, o valor foi considerado alto. No entanto, parece coerente quando comparado ao da Montana, que traz o motor 1.2 turbo de 133 cv. Na linha 2024, a Chevrolet parte de R$ 121.790 e vai a R$ 127.190 na versão LT.

São preços inferiores aos da Strada, o que pode levar consumidores que querem uma picape mais potente e desejam economia a optar pela Montana. Porém, as duas Strada turbo são equivalentes em equipamentos à versão LTZ da Chevrolet.

Nessa configuração, o preço, a Montana vai a R$ 140.890. São R$ 7.900 a mais que a Strada. O valor extra da Chevrolet também não vem sem nenhuma justificativa. O produto da marca é de segmento superior - tem cerca de 20 cm a mais que o da Fiat.

Ainda assim, para quem procura um modelo mais bem equipado, caso dos consumidores que são alvo da Fiat com as versões turbo, a Strada terá um bom apelo ante a Montana - mesmo com dimensões inferiores.

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Os preços da Montana publicados inicialmente eram da linha 2023. Porém, o modelo teve reajustes na recém-lançada gama 2024. A informação foi corrigida

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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