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Road trip: como é viajar de carro pela nova região badalada da Itália

Um dos mais emblemáticos símbolos do luxo italiano, a Dolce & Gabbana colocou a Puglia em evidência no verão deste ano, ao realizar um desfile em Alberobello, cujo centro histórico é Patrimônio Mundial da Unesco. Mas, antes mesmo dessa exposição, a região já vinha chamando a atenção pela combinação entre história, praias paradisíacas e vinhos.

É na Puglia que estão as parreiras que dão origem aos principais vinhos feitos com a uva Primitivo - embora o Negroamaro também tenha papel importante por lá. A região é perfeita para uma road trip à italiana. Aliás, para explorá-la, um carro é fundamental.

Afinal, são muitas cidades e vilarejos para visitar, além de inúmeras praias, não necessariamente próximas uma da outra. As estradas são muito boas na maior parte da Puglia - e não têm pedágio. E boa parte dos hotéis oferece estacionamento gratuito.

Estrada entre Monopoli e Alberobello
Estrada entre Monopoli e Alberobello Imagem: Rafaela Borges/UOL

O roteiro deve ter pelo menos cinco dias. Porém, para explorar bem a Puglia, levando em conta dias para ficar apenas nas praias, a recomendação é sete, no mínimo. Dez dias não são exagero.

Nesse guia, você vai conferir tudo o que precisa saber para fazer uma road trip pela Puglia: estradas, rotas, pedágios, estacionamentos e o carro ideal para alugar. Antes disso, veja quais são os principais destinos da região e as praias que você precisa visitar. Hotéis e restaurantes também estão no cardápio.

Entendendo a Puglia

No sul da Itália, a Puglia é conhecida como "salto da bota". É banhada por dois mares, o Jônico (braço do Mediterrâneo) e o Adriático. Há cidades que fizeram parte do Império Romano, e algumas ocupadas por turcos, gregos e normandos.

A capital é Bari, um bom ponto de partida para quem, na road trip, quer explorar apenas a Puglia. Por lá, estão os principais aeroporto e estação de trem da região. Dá para chegar voando ou por trilhos, com conexões com as principais cidades da Itália, como Roma e Milão.

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Trulli de Alberobello
Trulli de Alberobello Imagem: Rafaela Borges/UOL

As praias são belíssimas por toda a Puglia, mas ganham destaque especial em Salento - que é também a melhor base para quem quer ver as do mar Jônico. Já o Valle D'Itria se destaca pelas lindas e bucólicas cidades históricas.

Por isso, o ideal para conhecer toda a Puglia é fazer duas bases: uma em Salento e outra no Valle. Se a road trip for se estender por Taranto e Manduria - este o local com os mais famosos vinhos da região -, vale ficar hospedado em três locais diferentes. E há ainda uma passagem obrigatória pela surpreendente Matera.

Ela fica em Basilicata, não na Puglia, mas faz fronteira com a região. Por sua história, e por ser oficialmente a terceira cidade mais antiga da Itália, torna-se uma visita indispensável para quem percorre o "salto da bota" de carro.

Cidades interessantes da Puglia

Alberobello - Muitos chamam de cidades dos smurfs. Seu centro histórico é composto pelas trulli, as casinhas brancas com tetos cônicos que formam um dos cenários urbanos mais peculiares do mundo. É patrimônio Mundial da Unesco desde 1996.

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Centro histórico de Alberobello
Centro histórico de Alberobello Imagem: Rafaela Borges/UOL

Polignano a Mare - A cidade das praias de grutas é cheia de belezas naturais combinadas a um lindo centro histórico. Em Polignano a reportagem experimentou dois dos restaurantes mais legais da Puglia (leia mais abaixo).

Lama Monachile
Lama Monachile Imagem: Rafaela Borges/UOL

Ali também estão os melhores restaurantes e, poucos metros à frente, a belíssima praia urbana Lama Monachile. Mais adiante, já atrás do portão que dá acesso ao centro histórico, há diversos pontos de observação para os abismos em que o Adriático é contornado por cavernas. Vista inesquecível.

Lecce - É a cidade mais importante de Salento (a parte sul da Puglia). Marcada pela arquitetura barroca, tem diversas igrejas e catedrais nesse estilo, que formam um verdadeiro oásis de preservação histórica. O ponto negativo: é preciso pagar para visitar o interior desses locais (7 euros por uma, 11 euros por quatro).

Lecce
Lecce Imagem: Rafaela Borges/UOL
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O estacionamento mais conveniente é o Parcheggio Lecce (0,60 euro por hora, no parquímetro). Está ao lado da Porta Rudiae, que dá acesso à parte mais animada do centro da cidade.

Otranto - A cidade mais oriental da Itália tem também uma das orlas mais lindas do país. Aqui, a cor do Adriático é encantadora. O centro tem muitas lojinhas de artesanato e produtos locais e, à noite, os bares com músicas eletrônicas leves animam o clima a atraem os jovens.

Catedral de Otranto
Catedral de Otranto Imagem: Rafaela Borges/UOL

O entorno de Otranto tem algumas das praias mais lindas da Puglia. O estacionamento mais cômodo é o Parcheggio Castello, a poucos metros da entrada da cidade, o Castelo de Otranto. São 0,80 euro por hora, no parquímetro.

Locorotondo - A cidade branca lembra bastante as vilas da Grécia e chama a atenção pelos restaurantes e cafés com jazz, blues e até MPB ambiente.

Locorotondo
Locorotondo Imagem: Rafaela Borges/UOL
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Gallipoli - É a principal cidade da parte da Puglia banhada no Jônico. O centro murado fica em uma ilhota que começa com um belíssimo castelo.

Gallipoli
Gallipoli Imagem: Rafaela Borges/UOL

Gallipoli tem noite agitada, que atrai os jovens. O estacionamento mais cômodo fica ao lado da ponte que dá acesso à ilhota (0,80 euro a hora, parquímetro).

Matera

A cidade não está na Puglia, embora fique na divisa com essa região. Na Basilicata, Matera tem distância entre uma e duas horas dos destinos do "salto da bota". Por isso, dependendo do ponto de partida, merece ao menos uma noite exclusiva.

Matera é, oficialmente, a terceira cidade mais antiga da Itália. Porém, é considerada um dos locais habitados mais antigos do mundo. Isso porque abriga pessoas desde 7.000 AC (período estimado), ainda na era pré-histórica.

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Matera
Matera Imagem: Rafaela Borges/UOL

São simplesmente fachadas em cavernas. A Sassi (dividida entre Sasso Caveoso e Sasso Barisano) pode ser vista de vários observatórios nas praças da cidade, ao lado de igrejas e museus. Inclusive, o por do sol nesses locais é uma experiência única - e há artistas de rua executando músicas clássicas, o que dá ainda mais beleza ao evento.

Nos anos 50, a Sassi de Matera foi considerada o local mais miserável da Itália. Então, o governo levou seus moradores para conjuntos habitacionais modernos, e deu início à revitalização do local.

Agora, na Sassi, as cavernas abrigam restaurantes (inúmeros recomendados pelo Guia Michelin), galerias de arte, lojas de especialidades da região e bares Speakyease (a la Nova York e Chicago, escondidos sobre fachadas de outros estabelecimentos). Há ainda os hotéis, inclusive opções de luxo, que oferecem a possibilidade de hospedagem dentro das grutas - o esquisito é que a entrada dos quartos e suítes fica na área pública.

A gastronomia é tão festejada em Matera que há quem passe dias na cidade apenas para experimentar seus restaurantes. Além daqueles dentro das cavernas, há os com vista para a Sassi, mais legais no almoço. Desde 1993, o local é Patrimônio Mundial da Unesco.

O estacionamento mais cômodo, a 150 metros do centro, é o Via Lucana. Subterrâneo, custa 1 euro por hora. O pagamento é em terminais automáticos (por leitura da placa do carro).

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As belas praias da Puglia

Marina de Pescoluse - Quase no extremo sul da Puglia, é a opção mais legal para quem quer explorar a região do mar Jônico sem precisar encarar as lotadass praias públicas. Com águas cristalinas e mornas, tem muitas opções de clube de praia, inclusive algumas bem sofisticadas.

Uma ótima sugestão para passar o dia é o clube Cinque Vele, com preços a partir de 55 euros para duas pessoas (duas cadeiras e guarda-sol). Tem restaurante, bar, vestiários (com direito a secador) e serviço impecável. Hóspedes de hotéis parceiros ganham 10% de desconto e drink de cortesia.

Grotta della Poesia - Não dá para sair da Puglia sem visitar essa piscina natural de beleza espetacular em uma região de cavernas. Fica na Comuna de Melendugno, mais precisamente entre Otranto e Lecce.

Grotta della Poesia
Grotta della Poesia Imagem: Rafaela Borges/UOL

Já o estacionamento próximo, a 200 metros da entrada, sai por 0,80 euro a hora. Não é um local para passar o dia. Vale ir, nadar nas águas cristalinas, tirar fotos e partir para o próximo destino da Puglia.

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Baia dei Turchi - Nas falésias formadas por pedras que são comuns no cenário da Puglia (e lembram a região portuguesa de Algarve, só que em versão mais bonita) está uma das praias mais belas da região. Nas águas cristalinas e esverdeadas do Adriático, o local tem esse nome pois marcou a chegada dos turcos na invasão a Otranto, em 1480.

Baia dei Turchi
Baia dei Turchi Imagem: Rafaela Borges/UOL

Os demais (com preços de 4 a 5 euros para o dia todo, com atendimento presencial) ficam a 1,3 km da praia. Mas a caminhada vale a pena, e inclui uma trilha (bem fácil, sem subidas e descidas) por uma alameda de floresta fechada. A praia é pública e bastante cheia, além de ter pouquíssima estrutura. Para quem não curte esse estilo, vale mais para olhar do que para passar o dia.

Lido San Stefano - Na região entre Monopoli e Capitolo (Adriático) estão os principais clubes de praia do Valle D'Itria. O mais famoso e badalado é o Lido Bambu. Lindo e com ótimo serviço, além de excelente restaurante, infelizmente não é ideal para quem curte banho de mar.

Lido Santo Stefano
Lido Santo Stefano Imagem: Rafaela Borges/UOL

Em uma pequena baía rodeada por grutas, a praia tem ampla faixa de areia com acomodações confortáveis e o mar é quase uma piscina natural. O clube de praia não é tão bonito quanto o Lido Bambu e o serviço é muito inferior. Ainda assim, o preço é o mesmo (60 euros para duas pessoas). Porém, vale pela beleza natural. Um raro local em que se pode ter praia paradisíaca e boa estrutura.

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No Lido San Stefano há estacionamento gratuito. No Bambu, há uma parceria com o espaço em frente (7 euros pelo dia todo).


Road trip até a Puglia

A Itália é um país riquíssimo em regiões históricas, belas e com gastronomia premiada. Em cada canto do país, há um local incrível para se visitar. Por isso, a reportagem começou a road trip por Roma, partindo em direção a Matera com uma parada em Nápoles.

Ali, o objetivo foi visitar a emblemática Pompeia, que será tema de outra reportagem. De Roma a Nápoles são cerca de 250 km, percorridos em pouco mais de duas horas pela A1, a principal rodovia da Itália, com velocidade máxima de 130 km/h. São 17 euros de pedágio.

A1 Roma - Nápoles
A1 Roma - Nápoles Imagem: Rafaela Borges/UOL

Elas podem ser tanto de pista simples quanto dupla. Têm velocidades entre 50 km/h e 90 km/h, com raros trechos de 110 km/h.

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São 88 km pela SS 655 para chegar a Matera. Via de pista simples, tem velocidades até 90 km/h. Por causa desses limites baixos, a viagem leva cerca de três horas. Aqui, vale destacar que a maioria dos italianos não respeita as regulamentações sobre limites de velocidade. Isso não significa que você deva fazer o mesmo, pois a maioria dos trechos é controlada (leia mais abaixo).

O total do pedágio entre Nápoles e Matera foi de 11 euros. De lá, partimos direto para a primeira base da Puglia, em Salento, próxima à cidade de Galatina. Foram 200 km em duas horas e meia, apenas por estradas S, SS e SP, todas de pistas simples e com velocidades até 90 km/h. Nesse ponto, os pedágios deixaram de existir e as vias começam a ser dominadas por parreiras e oliveiras que são marca registrada na Puglia.

Para quem pretende seguir esse roteiro e incluir a dupla Taranto/Manduria na road trip, esse é o momento ideal. Taranto fica bem no meio do caminho. Se fizer questão dessas cidades, uma sugestão é não pernoitar em Matera, e sim passar por ela no caminho, escolhendo Manduria (a principal cidade para quem procura conhecer mais os vinhos Primitivo) como base, para chegar no fim do dia.

Estrada em Salento
Estrada em Salento Imagem: Rafaela Borges/UOL

A volta foi diretamente de Bari a Roma. Neste caso, pelas rodovias A16 e A1, totalizando 500 km (e 35 euros de pedágio) que, sem paradas, podem ser percorridos entre cinco horas e cinco horas e meia. Mas, com paradas, trechos de trânsito e uma imensa fila no pedágio na entrada da capital italiana, acabamos levando seis horas e meia.

Bases ideais na Puglia

Em todas as cidades da Puglia, existem opções interessantes de hotéis no centro. A maioria, porém, não é ideal para uma road trip. Muitas vezes os estacionamentos são gratuitos, mas em locais próximos, não na propriedade.

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Isso significa que, ao fim do dia, o viajante terá de levar o automóvel a um local que pode ser a 100, 200 ou 500 metros do hotel - a não ser no caso daqueles que tenham manobrista. Por essa razão, a base ideal é um hotel fora do centro, com estacionamento na propriedade e, de preferência, com vagas fáceis de estacionar - o que fará toda a diferença após um dia de andanças.

A tentação de estar a uma "walking distance" (distância para percorrer a pé) dos restaurantes para o jantar é um ponto a se considerar. Mas a verdade é que, na Puglia, o mais legal é aproveitar essa refeição cada dia em um destino diferente (e cada um tem sua particularidade).

A não ser que essa diversidade seja aproveitada nos almoços. Nesse caso, se for para escolher um hotel no centro, Otranto e Lecce são as bases ideais em Salento, pois têm variedade de opções gastronômicas. No Vale D'Itria, opte por Polignano a Mare, Monopoli, Ostuni ou Savelletri di Fasano.

Otranto
Otranto Imagem: Rafaela Borges/UOL

Esses trajetos eram percorridos em 40 minutos, sempre por pistas simples, com alguns trechos dentro de cidades. A vantagem dessa parte da road trip foram as estradas repletas de parreiras e muitas construções medievais.

No Valle D'Itria, o hotel foi no entorno de Monopoli, e as distâncias entre os destinos eram menores - e mais rápidas. A Polignano a Mare, Capitolo e Savelletri de Fasano, o trajeto quase completo é pela SS16 - E55 (pista dupla), percorrido entre 10 e 20 minutos.

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Já para Alberobello e Locorotondo, a pista é simples, e magnifíca. Há partes suspensas com uma bela panorâmica para o Valle D'Itria. Além disso, as trulli (casinhas com tetos cônicos) já começam a ser vistas na própria rodovia.

Estrada entre Monopoli e Capitolo
Estrada entre Monopoli e Capitolo Imagem: Rafaela Borges/UOL

Pedágios, combustível, fiscalização e GPS

As rodovias regionais não têm pedágio, mesmo quando oferecem pista dupla. É por isso que, ao viajar pela Puglia, o motorista não terá essa preocupação. A tarifa só é cobrada nas federais (A), mas não há postos por todo o caminho, como no Brasil.

Loja de especialidades da Puglia
Loja de especialidades da Puglia Imagem: Rafaela Borges/UOL

Aceita-se dinheiro e cartão de crédito - apenas os que têm função de aproximação. Para pagar com notas e moedas, fique atento aos símbolos dessas duas modalidades no alto da catraca do pedágio.

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Quanto ao combustível, os grandes postos de rodovias federais costumam ter frentistas. Eles podem colocar o combustível (nesse caso, vai custar mais) ou o próprio motorista faz isso, acertando o valor total com o profissional depois. Já na Puglia, havia apenas atendimento automático.

Sem frentista, a regra é usar o cartão de crédito no caixa automático para fazer uma reserva (de 101 euros). É necessário inserir a senha e, então, a bomba estará liberada. Nela, por meio de botões na lateral, insere-se o valor desejado para o combustível (depois, não adianta mudar de ideia. Nesse caso, será necessária nova operação).

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

A gasolina na Itália custa cerca de 2 euros e o diesel, 1,90 euro. Em aproximadamente 1500 km rodados com um Fiat 500X híbrido a gasolina (leia mais abaixo), o gasto total foi de 250 euros.

E como se locomover na Itália? A melhor opção é o GPS, de preferência Waze ou Google Maps. Para quem está sem plano de internet, vale se certificar de que o carro alugado tenha o dispositivo - cobrado à parte, em alguns casos.

Grotta Palazzese, em Polignano a Mare
Grotta Palazzese, em Polignano a Mare Imagem: Rafaela Borges/UOL
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Outro cuidado importante: em três ocasiões, o Waze indicou caminhos pela contramão. Por isso, é preciso ter atenção redobrada para evitar acidentes. Na União Europeia, a placa de proibido prosseguir é vermelha, com uma faixa branca horizontal no centro.

A fiscalização é forte nas vias de pista dupla, sejam elas regionais ou federais. A maioria dos trechos tem velocidade média controlada. A indicação de entrada nessas seções é uma placa luminosa na rodovia.

Escolhendo o carro

A melhor maneira de alugar um carro para viajar pela Puglia é fazer isso no aeroporto de Bari, ou em locadora próxima à estação de trem. Recomenda-se efetuar a reserva antecipadamente por meio dos sites das locadoras ou de serviços que agregam opções de várias empresas (Decolar, Rental Cars, Rent Cars, etc).

Procurando nesses hubs, são melhores as chances de obter bons preços - no aeroporto de Bari, partem de R$ 650 por uma semana, para um subcompacto como Fiat Panda ou similar. Mas se a partida for de Roma ou Nápoles, o ideal é retirar o automóvel alugado apenas nos dias de partida dessas cidades - que não são boas opções para explorar de carro. Nas locadoras do centro, os preços podem ser mais baixos.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL
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O espaço traseiro é até adequado, mas o porta-malas de 350 litros leva apenas duas malas médias (23 kg), ou uma média e duas pequenas (15 kg). Por outro lado, alugar um carro muito maior na Puglia pode ser um problema (o 500X tem 4,23 metros de comprimento).

Há muitas vias estreitas, dessas em que passa um carro por vez (especialmente em Salento). Além disso, muitas vagas de estacionamento são apertadas e com pilastras que podem se tornar um contratempo diário na vida do viajante. Carro grande na Puglia é um verdadeiro perrengue.

Estacionamento

Seja nas imediações das praias, seja no centro da cidade, há um estacionamento disponível em localidade próxima aos principais destinos da Puglia. Eles são quase sempre pagos, e isso vale mesmo para os públicos - com exceção de alguns horários tarde da noite ou no domingo.

Estacionamento público central
Estacionamento público central Imagem: Rafaela Borges/UOL

Como no abastecimento com combustível e no pedágio, o estacionamento na Puglia quase sempre é "self service". Nos subterrâneos, retira-se um ticket na entrada, e paga-se em um totem eletrônico na saída. Nos bolsões e nas vagas de rua, geralmente a regra é a do parquímetro.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

O preço médio da hora nos estacionamentos é de 1 euro. Há também alguns com preços fechados - especialmente nas praias. Nesse caso, as tarifas ficam entre 5 e 7 euros para o dia todo - houve um em que pagamos 10 euros.

A maioria dos estacionamentos e parquímetros aceita cartão de crédito. Mas, no segundo caso, há alguns que cujas centrais automáticas só trabalham com dinheiro -mais especificamente, moedas.

Hotéis na Puglia

Em Matera, o hotel escolhido pela reportagem foi o Alvino 1884, a 2 km do centro. Tem quartos a partir de 30 m², banheiros amplos com amenidades de banho de qualidade e decoração inspirada no século XIX. O amplo estacionamento é gratuito.

A piscina, com bar, é um destaque, assim como o café da manhã com pratos quentes preparados na hora. O atendimento é impecável, mas o hotel é também um centro de eventos (e a música alta chega aos quartos quando eles estão ocorrendo). As diárias partem de 150 euros.

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Para quem quer ficar no centro, o Aquatio Cave é um hotel e spa na Sassi, com quartos dentro das cavernas e acomodações de luxo. Mas não há estacionamento disponível (será preciso procurar um nas imediações). Diárias a partir de 300 euros.

Nohasi Palace
Nohasi Palace Imagem: Rafaela Borges/UOL

São apenas oito quartos e suítes, que não têm números, e sim nomes, todos remetendo a pessoas e fatos da história do palácio. Eles trazem uma combinação de clássico e contemporâneo e investem no extremo luxo, com enxoval e travesseiros de altíssima qualidade.

O atendimento personalizado também merece destaque, bem como a região da piscina com áreas privativas dentro dos barris que foram usados para produção de conhaque no local, no século XIX. Há ainda um excelente spa e um restaurante (Signoria) que é um acontecimento, investindo em visões modernas para a tradicional culinária da Puglia.

O café da manhã a la carte é servido ao ar livre no verão. Inclui pratos quentes, saladas, iogurtes, doces, pães e sucos naturais. Diárias a partir de 250 euros. O estacionamento, gratuito, fica em frente ao hotel.

Opção na região é o Baglioni Masseria Muza, da renomada rede de luxo italiana. Também construído em uma propriedade histórica, fica nas imediações de Otranto e tem diárias a partir de 500 euros (estacionamento gratuito, no local).

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No centro de Lecce, descolado e luxuoso Patria Palace (225 euros por dia) é outra boa dica. Há manobrista para conduzir os veículos dos hóspedes a um estacionamento próximo (ao custo de 25 euros por dia).

O melhor suco de laranja que esta repórter já experimentou na Europa está no Masseria Torrepietra (base para a região do Valle D'Itria). E isso é um mérito e tanto, pois sucos naturais de qualidade são raridade nos principais países do continente.

O café da manhã (incluído na diária, como em todos os demais hotéis citados) é um dos destaques desse hotel, localizado entre os centros de Monopoli e Poligano a Mare. As masserias, hotéis instalados em propriedades de estilo rural, são experiências praticamente obrigatórias na Puglia.

Masseria Torrepietra
Masseria Torrepietra Imagem: Rafaela Borges/UOL

Além disso, a claridade dos quartos, com portas de vidro sem cortina blackout, é extrema. A ponto de serem oferecidas máscaras de dormir, como as de aviões. Diárias a partir de 150 euros.

Na região, os hotéis mais luxuosos estão em Savelletri di Fasano, com destaque para o badalado Borgo Egnazia (diárias a partir de 350 euros - mas só quando os quartos mais simples estão disponíveis, o que é raro).

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Restaurantes

A gastronomia da Puglia traz as tradicionais especialidades italianas em versões repletas de fruto do mar. Tudo é regado a muito azeite, orgulho da região (acima dos vinhos Primitivo). O taralli, biscoito à base de farinha, óleo e vinho, é algo que o visitante vai comer muito. Está no couvert de qualquer restaurante e é quase sempre servido quando se pede um drink, em um bar.

Polignano a Mare

Grotta Palazzese

Grotta Palazzese
Grotta Palazzese Imagem: Rafaela Borges/UOL

Fato é que se come melhor na Puglia por muito menos, mas sem essa experiência, que é memorável (com exceção do saxofonista que toca com aquelas bases de órgão pré-gravadas, o cúmulo da cafonice). É preciso fazer reserva para ir ao Grotta (https://secure.prenota-web.it/grottapalazzese/?lang=en#).

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Meraviglioso

Meraviglioso
Meraviglioso Imagem: Rafaela Borges/UOL

Destaque para a carta de vinhos com opções de toda a Itália. O menu parte de 80 euros, mas dá para ordenar a la carte (desde que dois pratos sejam pedidos, o que já faz a conta partir de 60 euros).

Noha/Galatina

Signoria

Signoria
Signoria Imagem: Rafaela Borges/UOL
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Otranto

O L'Altro Baffo

É o restaurante que precisa ser visitado em Otranto. Localizado nas ruazinhas do centro, sem o apelo da orla dos demais, é o que oferece gastronomia de melhor qualidade. Culinária tipicamente pugliese, baseada em massas com fruto do mar, variados tipos de carne e muito azeite na preparação. Gasto médio em torno de 40 euros. Recomenda-se reserva.

Monopoli

Gaia Osteria Popolare

Incrível interpretação moderna para a gastronomia da Puglia em um ambiente para todos os gostos. A área interna é modernosa, com música eletrônica leve. E há as mesas em um beco ao lado, para casais em clima de romance.

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Destaque para a massa com burrata, hortelã e molho de lagostim, com preço de 16 euros.

Matera

Dimora Ulmo

Entre o Sasso Caveoso e o Sasso Barisano, o Dimora Ulmo é um restaurante pugliese em incrivel ambiente clássico contemporâneo, com vista para a região das cavernas. Seus menus criativos partem de 80 euros.

Ladino Wine

É uma casa de degustação de vinhos e cigarros bem no epicentro da Sassi Caveosa, toda ambientada no interior de uma caverna. Na gastronomia, destaque para as massas trufadas, a partir de 18 euros.

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La Popa

Mais que a gastronomia tipicamente italiana, aqui chama a atenção a tela mostrando imagens de filmes gravados em Matera. Entre eles, o último longa de James Bond (007 - Sem Tempo para Morrer) e Paixão de Cristo.


Como chegar à Puglia

Para começar a viagem em Roma, há duas opções de conexão diretas entre Brasil (São Paulo) e a cidade italiana: ITA (diário) e Latam (três frequências semanais). No caso da companhia italiana o preço parte de R$ 5.200, em novembro. Com a brasileira, são R$ 4.600 no mesmo período.

Para Bari, há sempre conexões, e as principais opções são com a ITA. Os valores, também para novembro, começam em R$ 5.400. Os preços são para classe econômica. Para executiva, os voos saem a partir de R$ 11.500 (Latam, ITA e British).

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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