Por que vencer Jeep Compass se tornou missão impossível para os rivais
Recentemente falei sobre a plataforma Small Wide, da Stellantis. As análises anteriores eram sobre Fiat Toro e RAM Rampage. Desta vez, o tema é outro produto feito sobre essa base, o Jeep Compass. Além desses três, essa arquitetura de campeões dá origem a outros dois modelos, Renegade e Commander. Quase todos imbatíveis em seus segmentos.
2023 foi o ano das picapes, com lançamentos de todos os tipos e tamanhos - da Fiat Strada turbo às grandalhonas Ford F-150 e Chevrolet Silverado, passando pela nova geração da Ranger e a inédita Rampage. Mas, nesse universo das caçambas, houve também espaço para a chegada de três SUVs médios inéditos: Ford Territory, GWM Haval H6 e Honda ZR-V.
Eles trazem o mesmo objetivo: concorrer com o Compass. Mas, no caso desses modelos, importados - os dois primeiros da China e o Honda do México -, sem nenhuma pretensão de derrotar o produto. Porque vencer o Compass vem se mostrando uma missão impossível.
Inovação
Antes da chegada do produto da Jeep, no fim de 2016, já existiam SUVs médios no mercado nacional, como Kia Sportage e Volkswagen Tiguan (a antiga geração, que vinha com porte menor que o da atual). Porém, todos eram importados.
O primeiro acerto, portanto, foi nacionalizar o conceito de SUV médio - e, assim, tornar-se um representante do segmento a trazer preços mais competitivos. Além disso, havia o fato de ser Jeep, em uma época em que a marca estava ainda começando a ficar ao alcance de mais pessoas - o Compass foi o segundo nacional, depois do Renegade, lançado um ano antes.
Mas o tempo passou, os Jeep deixaram de ser sonho para virar realidade para muitas pessoas, concorrentes chegaram e o Compass continua imbatível. E, diferentemente da Toro, que praticamente criou um segmento e ainda não ganhou uma concorrente que realmente tenha seu porte, o modelo é um SUV médio convencional. Não é difícil ser como ele.
Trivial, e ao mesmo tempo único
Quer dizer: não é tão difícil assim ser como ele. Porque ser SUV médio é fácil. Difícil é ter uma plataforma Small Wide para chamar de sua. Depois do Compass, o Brasil ganhou outros SUVs médios nacionais. Mas não muitos.
No mesmo ano (2021) chegaram ao mercado o Toyota Corolla Cross e o Volkswagen Taos. O primeiro é feito em Sorocaba (SP). O outro não é nacional, mas é como se fosse. O VW é produzido na Argentina, mas tem como principal mercado o brasileiro. Algo diferente do que ocorre com mexicanos como o Honda ZR-V. Para modelos feitos no México, a prioridade são os clientes dos Estados Unidos.
O Corolla Cross conseguiu se aproximar do Compass, mas jamais foi uma real ameaça. O Taos nunca teve vendas nem próximas às do Jeep. E por quê? A resposta é: variedade de gama proporcionada pela plataforma Small Wide - tanto em relação às possibilidades que ela oferece quanto aos ganhos obtidos por escala, já que dá origem a cinco modelos.
Enquanto os rivais só têm versões 4x2, o Compass tem também 4x4. Além disso, só ele oferece propulsor a diesel. Se o Jeep estivesse disponível apenas na opção flex com tração dianteira, certamente já teria perdido para o Corolla Cross ao menos no resultado mensal.
Isso porque, nesse caso, ele seria mais um SUV médio trivial. Porém, o fato de ter opções para quem precisa de mais que o comum é o que mantém o Compass um modelo imbatível. E, no momento, não há perspectiva de lançamento de nenhum brasileiro que traga tudo o que ele traz.
O fator Corolla Cross
Em 2023, o Compass tem média de 4.900 unidades vendidas por mês, enquanto o Corolla Cross soma 3.500, aproximadamente. Apesar de o número do Toyota não ser uma ameaça ao Jeep, o produto é o que mais conseguiu se aproximar em todos esses anos.
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Quero receberA razão é que, diferentemente dos demais, ele também traz variedade. Além da versão flex com motor 2.0, o Corolla Cross oferece opção híbrida. E isso tem feito toda a diferença para a produto da Toyota. Imagine se tivesse tração 4x4?
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