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Outlander x Commander: nova geração do Mitsubishi chega para desafiar Jeep

O segmento de SUVs de sete lugares, que tem como principal representante no Brasil o Commander, ganhará um novo integrante. A Mitsubishi confirma que deverá importar a quarta geração do Outlander, que será trazida do Japão. A montadora não informou a data do início das vendas, mas ele deve ocorrer ainda em 2024.

Isso porque a nova geração do Outlander está já bem atrasada, uma vez que foi apresentada mundialmente há mais de dois anos. Mas será que o produto vem para ser um integrante importante da categoria, que também inclui Tiggo 8 e T-Cross? Mais que isso: é apenas com esses modelos mesmo que irá competir?

E o preço? Sendo um modelo importado, o novo Outlander terá valor competitivo para concorrer com os demais carros da categoria? Conseguirá, enfim, ser o modelo que fará frente em vendas ao Commander, coisa que os outros SUVs de sete lugares ainda não conseguiram?

Outlander: chances, versão e preço

O Outlander já era um sete-lugares de sucesso quando Commander e Tiggo 8 nem existiam no Brasil. É que a Mitsubishi costuma fazer a cabeça e despertar o desejo do cliente de SUVs, por sua tradição 4x4 - conceito que tem cada vez mais se afastado da categoria de utilitários-esportivos, mas ainda é um diferencial para os mais puristas, especialmente os dispostos a pagar mais caro.

Assim, a resposta parece simples: o Outlander é sim o produto que poderia muito bem desafiar o império do Commander. Poderia. Mas não vai. É que é difícil (não impossível) um produto importado ter volume suficiente para ameaçar um nacional como o Jeep, cuja produção e entrega não dependem de cenário externo.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

E aí está um segredo importante do Outlander. Se a Mitsubishi decidisse trazer a versão 2.5 a gasolina, que tem 184 cv, não haveria dúvidas que o rival mais importante seria o Commander flex (185 cv). Mesmo com o fato de o japonês vir com tração 4x4, enquanto o Jeep é, nesta configuração, 4x2.

Só que os rumores são de que a versão destinada ao Brasil é a híbrida plug-in (recarregável na tomada). Nesse caso, há uma nova frente de produtos a atacar. Os principais? Haval H6, da GWM, e BYD Song Plus. Os chineses, porém, têm cinco lugares.

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Outlander x Commander

E o preço? Vamos considerar aqui a versão híbrida, que nos Estados Unidos custa entre US$ 40 mil e US$ 47 mil - de R$ 200 mil a R$ 235 mil, na conversão direta. Some a esse valor imposto de importação (35%), outras obrigações tributárias do Brasil, logística e o fato de, em caso de importados, as marcas sempre trazerem versões repletas de opcionais.

O Outlander vai passar facilmente dos R$ 300 mil, podendo chegar a R$ 350 mil. É um valor muito fora do cobrado pelo Commander? Não. Nas versões a diesel, o Jeep custa entre R$ 311.990 a R$ 338.990. Tem motor de 170 cv e 38,4 kgfm.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

Acabou para o Commander? Não acabou. Este ano, haverá um reposicionamento na linha do Jeep, que ganhará novas versões 4x4. Elas trarão o 2.0 turbo a gasolina da Rampage (chamado de Hurricane), com nada menos que 272 cv e 40,4 kgfm.

Se o Commander for seguir o exemplo da Rampage, as versões com o 2.0 Hurricane ficarão mais caras que as equipadas com o 2.0 turbodiesel. E será com elas que o Outlander baterá de frente. O Mitsubishi ainda terá a vantagem de ser híbrido. Sua bateria, com 20 kWh, permite ao carro rodar cerca de 80 km no modo 100% elétrico.

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Além disso, aumenta bastante a autonomia, ao menos da cidade. Para Commander Hurricane, que não deverá vir com nenhum tipo de auxílio elétrico, é esperado o mesmo problema de baixa autonomia da Rampage.

Dimensões e interior

O Commander é quase 10 centímetros maior que o Outlander. São 4,77 metros para o Jeep e 4,68 m de comprimento para o Mitsubishi. Isso acaba se refletindo em vantagem para o carro nacional em porta-malas e espaço traseiro. O acesso à terceira fileira é mais fácil no SUV produzido no Brasil.

Outra vantagem no Commander está na aparência do mutimídia, com tela maior, mais fina e bem posicionada. A do Outlander segue a cartilha da escola japonesa: suspensa, grossa e repleta de botões.

Mas em acabamento, o Outlander leva a melhor. Não que o do Commander seja ruim, mas o do Mitsubishi é mais incrementado, com materiais como couro trabalhado, Black Piano, alumínio e imitação de fibra de carbono. A textura e a qualidade dos materiais chamam a atenção.

O pacote de equipamentos do Outlander disponível nos Estados Unidos é muito semelhante ao do Commander. Mas há alguns destaques, como o ACC com assistência para congestionamentos e os projetores de luzes nas portas, que iluminam o chão com o logotipo da marca quando estas estão abertas.

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Outros rivais

Diferentemente do que muitos consumidores pensam, um carro não é obrigado a competir em apenas um segmento. Ele pode ter variados competidores, de categorias diferentes. Para isso, contam coisas como preço, desempenho e eletrificação.

Se realmente bater o martelo para a versão híbrida, a Mitsubishi está optando também por competir com os chineses GWM Haval H6 PHEV e BYD Yuan Plus. Aqui, a vida da japonesa será bem mais difícil.

Embora tenha a vantagem dos sete lugares, é praticamente impossível para a Mitsubishi ter preços próximos ao desses carros. O H6 PHEV, por exemplo, custa R$ 270 mil - e tem quase 400 cv de potência.

Além disso, mesmo que o Mitsubishi conseguisse um preço tão competitivo, não teria o volume desses produtos, que estão ultrapassando os 1.500 exemplares vendidos ao mês. Diferentemente do que ocorre no Japão, na China há excedente de produção. Carro chinês é o que não falta.

Fato é que, independente do preço, versão ou posicionamento, há muita expectativa pela chegada do Outlander entre os fãs de SUVs em geral e da Mitsubishi em particular. O consumidor pode até não poder ter o carro, por falta de poder aquisitivo ou de exemplares disponíveis no mercado. Mas que ele quer, ele quer.

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As fotos desta página são da versão 2.5 a gasolina, que estava exposta no NADA Show 2024, evento que ocorreu na semana passada, em Las Vegas (EUA). Esteticamente, não há diferenças importantes entre esta e a híbrida.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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