Novo Honda CR-V chega com motor híbrido e preço nas alturas; veja detalhes

O Commander até tem versões por mais de R$ 300 mil - a topo de linha custa R$ 338.990. Porém, são opções a diesel. As flex saem por R$ 289.990, no máximo - e vale ressaltar que quase ninguém compra os Jeep por preço cheio, pois há altos descontos para quem usa CNPJ no negócio. O Tiggo 8 Pro Hybrid está na casa dos R$ 240 mil e o Tiguan, dos R$ 280 mil.

Mas o CR-V justifica seu preço? O valor é bastante alto, mas ao menos o tailandês é um produto bonito, espaçoso, bem acabado e repleto de tecnologias de assistência à condução, além de ter tração 4x4. E, apesar de não ser nova geração, recebeu mudanças profundas na plataforma, que o deixaram com caráter bem diferente - e melhor - na comparação com o modelo anterior.

Design e espaço

O visual do CR-V ficou mais agressivo, principalmente por causa da imensa grade com elementos hexagonais, escurecida - assim como as entradas de ar, abaixo. Para-choque e capô são encorpados e cheios de vincos, e há faróis auxiliares. Os principais, finos, são full-LEDs antiofuscamento.

Lateralmente, chamam a atenção as rodas de 19" com desenho escurecido e as molduras na cor prata brilhante nas portas e parte superior da carroceria. Por causa das atualizações na plataforma, o CR-V cresceu 8 cm no comprimento, que é de 4,70 metros - 7 cm a menos que o Commander. O entre-eixos é de 2,7 m, 4 cm extras, enquanto a largura ficou 1 cm superior (1,87 m).

Com isso, o espaço traseiro melhorou, e é ressaltado pelo assoalho quase plano, o que facilita a acomodação de três pessoas no banco de trás. Dependendo da estatura dos ocupantes, não há sobra de espaço para os ombros e quadris. Ainda assim, o CR-V oferece mais conforto que outros modelos da categoria.

Além disso, os bancos traseiros agora rolam sobre trilhos, para deixar ainda maior o espaço do porta-malas, se necessário. Este, aliás, tem 581 litros, 59 l a mais que no modelo anterior. E para aqueles que querem ainda mais capacidade, ou carregar objetos grandes, os bancos da segunda fila são bipartidos.

O porta-malas tem tampa com abertura elétrica e uma nova função. Quando se segura a chave no mão, ou no bolso, o compartimento é fechado automaticamente assim que o usuário se afasta.

Interior e acabamento

O acabamento interno é um dos grandes destaques do novo CR-V 2024. O modelo usa materiais como Black Piano, couro e imitação de madeira nos painéis e portas. Estas têm revestimento emborrachado em todas as partes e botões para memórias de duas posições do banco do motorista.

O produto vem com teto solar panorâmico com cortina e abertura parcial. No painel, há grandes saídas de ar em formato de colmeia, como em outros importados da Honda. Abaixo delas, ficam os comandos para o ar-condicionado com duas zonas de temperatura - mas apenas uma de velocidade.

O CR-V traz, na dianteira, uma entrada USB-A e uma USB-C, além de carregador de smartphones sem fio e uma entrada de 12V. No console, há comandos para os três modos de condução (econômico, normal e esportivo), o freio de estacionamento elétrico e o controle de descida, além da alavanca do câmbio CVT.

Os porta-copos têm prensas que permitem acomodar bem diversos tipos de garrafas e latas. E há um grande porta-objetos central. A partida é por botão e há hastes para trocas de marcha atrás do volante multifuncional.

Este apresenta, do lado esquerdo, comandos para a central multimídia. No direito, há os controles dos sistemas de assistência à condução (leia mais abaixo). O painel de instrumentos é digital, traz tela de 10,2" e algumas opções de configuração. O modelo traz também Head Up Display, recurso que projeta informações do quadro no para-brisa.

Essa central agrega diversos comandos e configurações do novo Honda CR-V 2024, inclusive aquele que permite acompanhar o funcionamento do sistema híbrido. Mas há algumas falhas, como a ausência de Android Auto sem fio - é preciso usar cabos para conexão.

Para Apple CarPlay, no entanto, a conexão é sem fio. Além disso, um carro nesta faixa de preço merecia câmeras melhores. Há apenas a de ré, com nitidez mediana, três modos de visualização e possibilidade de exibição de um gráfico. O CR-V 2024 fica devendo um sistema 360.

Equipamentos

Por outro lado, há a câmera lateral para reduzir pontos cegos. É acionada sempre que o motorista ativa a seta de direção para o lado direito, mostrando imagens dessa parte. Elas são exibidas na tela, o que pode atrapalhar, em uma conversão, se o motorista estiver usando navegador GPS, por exemplo - o ideal seria projetar as imagens no quadro de instrumentos, como o Hyundai Creta.

Este último sistema é bem preciso, e capaz de converter sozinho algumas curvas mais suaves - um grande diferencial do modelo. Porém, só funciona acima de 70 km/h, o que praticamente inviabiliza seu uso em condição urbana.

O novo CR-V 2024 tem sistema de som premium, da marca Bose. São 12 alto-falantes espalhados pela cabine, que projetam som nítido e bem alto.

Desempenho

O motor elétrico é o principal do sistema híbrido paralelo do Honda CR-V 2024, que é muito semelhante ao dos modelos Civic e Accord, mas tem suas particularidades. Há, na verdade, dois propulsores a eletricidade. Um deles é o de tração, que movimenta as rodas (a bateria tem 1,06 kWh de capacidade).

O outro funciona como gerador de energia para o motor elétrico principal. E é alimentado pelo propulsor a gasolina, um 2.0 aspirado. Assim, este tem duas funções, uma vez que também é capaz de movimentar as rodas em algumas situações - como em velocidades altas e constantes, na estrada.

É a energia gerada pelo motor a gasolina que permite ao elétrico funcionar quase o tempo todo, na cidade. Exercendo essa função, o 2.0 também tem queima de combustível, mas bem inferior a quando está movimentando as rodas.

O 2.0 entra em ação em conjunto com o elétrico em algumas situações. Em acelerações fortes, por exemplo, nota-se imediatamente sua atuação, para dar mais força ao conjunto. Isso em qualquer situação de rodagem ou faixa de velocidade.

Acelerar, aliás, é uma função em que o novo CR-V 2024 surpreende. Ele apresenta mais agilidade que o Civic e tem boas respostas inclusive no início do processo. Não é extremamente rápido, mas mostra eficiência em retomadas de velocidade e situações como ultrapassagens.

Além dos modos de condução tradicionais, há os do sistema híbrido: EV, híbrido e "engine" mode (modo motor, em que atua o 2.0 a gasolina). Mas não há nenhum botão para selecionar essas funções. É o próprio carro que decide como vai funcionar.

A Honda do Brasil não divulga os números de desempenho do HEV. Porém, eles são fáceis de encontrar em sites internacionais da montadora. A versão destinada ao Brasil, HEV AWD, leva 9,4 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h e atinge 194 km/h de velocidade máxima.

Dinâmica e consumo

Outro ponto de destaque é a dirigibilidade. A maioria dos Honda apresenta ótimo equilíbrio entre estabilidade e conforto, e o CR-V é ainda mais competente ao demonstrar essa característica. Sua direção de ótimas respostas traz uma nova unidade de controle e ângulo variável, para dar mais precisão em qualquer velocidade. Além disso, os amortecedores estão têm rolamento superior.

E quanto ao consumo? A Honda divulga 14,2 km/l na cidade e 11,6 km/l na estrada. Em híbridos HEV, como o CR-V, a maior eficiência é sempre em ciclo urbano. Porém, na avaliação, os números foram ainda melhores.

Mesmo sem nenhum esforço para obter consumo reduzido, fiz até 16,5 km/l. A avaliação foi em ciclo urbano. Nessa condição, vale ressaltar que a autonomia do novo CR-V 2024 pode ultrapassar os 600 km.

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