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Novo Evoque é R$ 117 mil mais caro do que o líder BMW X1; SUV vale a pena?

O BMW X1 é o líder do segmento de SUVs compactos premium no mercado brasileiro. E, na semana passada, foi lançado no Brasil o Range Rover Evoque 2024, que teoricamente é concorrente do produto da marca alemã. Ambos são montados em nosso país - respectivamente em Araquari (SC) e Itatiaia (RJ).

Mas por que essa rivalidade é teórica? Apesar de ambos fazerem parte do segmento de SUVs compactos premium, há uma diferença de preço de R$ 117 mil. O mais barato é o X1, que custa R$ 354.950 na versão mais próxima ao Range Rover, a sDrive 20i (topo de linha do produto).

Já o Evoque, em configuração única de acabamento e motor - Dynamic HSE P250 -, tem preço sugerido de nada menos do que R$ 471.950. Essa diferença é justificável? Em meu perfil no Instagram, alguns seguidores me perguntaram se não surge do fato de o Range Rover se maior, e integrante de um segmento superior?

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

O Evoque pode até passar a impressão de ser mais parrudo que o X1, por ter 1,90 metro de largura, 6 cm a mais que o BMW. Mas a realidade é que, em comprimento, o Range Rover é nada menos do que 13 cm menor. Altura e entre-eixos são semelhantes.

Aqui, eu vou mostrar o que o Evoque tem a mais que o X1 topo de linha. Com esses dados, você poderá formar sua opinião: vale ou não vale?

Melhor na terra

Rodas do Evoque são novas na linha 2024 e têm 20"
Rodas do Evoque são novas na linha 2024 e têm 20" Imagem: Rafaela Borges/UOL
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O X1 só está disponível no Brasil com tração 4x2 (dianteira). O Evoque é 4x4 por demanda, mas tem também o mesmo sistema Terrain Response de outros produtos do grupo JLR (ex-Jaguar Land Rover). Este adapta os componentes do carro a condições diferentes de piso fora de estrada - como lama, areia e grama.

Além disso, no novo e sofisticado sistema de câmeras "360 graus" que o Evoque recebeu, há o modo off-road, com duas funções, inclusive o capô transparente - permite ver coisas abaixo do carro, muito útil na trilha. O Wade Sensing, por sua vez, monitora por meio de gráficos a capacidade de trafegar por trechos alagados (a do Evoque é de 52 cm).

É claro que tudo isso torna o Evoque muito mais apto ao off-road que o X1. Mas isso não quer dizer que o modelo tenha uma aptidão e tanto. Na verdade, entre todos os produtos das marcas que faziam parte da extinta Land Rover (Defender, Discovery e Evoque), é o mais inapto.

A pegada do Evoque é mais para dar bom desempenho na estrada e na cidade. Os Discovery e os Defender são os que ficam com a aptidão mais aventureira. Por isso, rodar com o Range Rover de entrada na terra pode ser um tanto desconfortável.

O Discovery Sport, testado no mesmo dia e em iguais condições, mostrou-se mais adequado para esse fim. Assim, a verdade é que quem comprar o Evoque dificilmente terá o off-road como principal objetivo. Mas, se precisar, ele encara, mesmo que sem muito conforto.

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No segmento, o outro produto a oferecer sistema de tração 4x4 é o Q3, da Audi. Seus preços vão de R$ 296.990 a R$ 372.990.

Desempenho

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

O sistema de tração 4x4 do Evoque vai fazer mais diferença na estrada bem pavimentada, pois reforça a estabilidade do modelo, principalmente em situações de baixa aderência - como chuva, por exemplo. Dirigibilidade é um ponto alto do Range Rover de entrada, que tem carroceria bem firme e boas respostas da direção.

Mas... quando o assunto é dirigibilidade, BMW é BMW. E o X1, mesmo com tração dianteira, não foge à regra. Ele tem uma pegada mais esportiva que o Evoque, e é também mais firme.

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É superior no quesito dirigibilidade? Isso vai depender do gosto de cada cliente, pois há quem prefira um produto mais macio e, acima de tudo, com tração 4x4, que é também um importante recurso de segurança.

Com um 2.0 sobrealimentado que gera 250 cv e 36,3 kgfm e câmbio automático de nove marchas, o Evoque vai de 0 a 100 km/h em 7,5 segundos e atinge 230 km/h de velocidade máxima. E o X1 20i? Ele tem "apenas" 204 cv.

Mas o torque é alto: 32,6 kgfm. Mais que isso, o modelo surpreende na hora de acelerar, fazendo 0 a 100 km/h praticamente no mesmo tempo que o Evoque: 7,6 segundos. Velocidade máxima? 234 km/h. O rápido câmbio automatizado de sete marchas e duas embreagens é fundamental para ajudar nessa missão.

Por dentro

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

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É na cabine que está a principal vantagem do Evoque. O acabamento do X1 é bom. O do Range Rover segue o padrão de outros modelos da marca: é luxuoso. A textura e qualidade dos materiais é superior a de qualquer outro carro da categoria.

Até o cheiro da cabine se destaca, com uso de couro de dois tons. Esse material, inclusive, está até no revestimento dos painéis. Uma das novidades da linha 2024 é o interior mais "clean". Ganhou multimídia com tela de 11,4" que concentra agora todas as funções do carro.

Com isso, o console ficou limpo, apenas com a alavanca do câmbio, dando aparência ainda mais sofisticada ao produto. O painel de instrumentos digital também é novo no Evoque - como o multimídia, está alinhado agora ao de outros produtos JLR.

Para quem procura luxo na cabine, os modelos da linha Range Rover vêm se destacando em qualquer categoria. A marca investe forte na sofisticação, e nesse quesito oferece produtos superiores até mesmo aos Mercedes-Benz, que historicamente são associados ao requinte.

O Evoque acomoda um pouco melhor três passageiros atrás do que o X1. Ambos têm túnel central alto, algo que vai atrapalhar a vida do ocupante do meio. No BMW, porém, isso é pior, pois o console com a saída de ar-condicionado é mais pronunciado.

Mas o que faz mesmo a diferença a favor do Range Rover é a largura extra. Quanto à acomodação da bagagem no porta-malas, ambos deixam a desejar - levam duas malas médias (23 kg) e duas pequenas (15 kg) com mais aperto que em alguns SUVs compactos.

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Tecnologia

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

O Evoque não é superior ao X1 em tecnologia. Seu sofisticado sistema de câmeras dá um banho no recurso do BMW. Fora isso, a tração 4x4 e o Terrain Response somam pontos para o produto da marca inglesa. Mas o líder dos SUVs premium responde com GPS com realidade aumentada - o Range Rover também tem navegador nativo, mas sem o recurso.

O X1 traz ainda a comodidade dos bancos com massagem. Ambos têm teto panorâmico. No BMW, a parte da frente abre. O do Evoque é fixo. ACC é item de série nos dois. O leitor de faixas do Evoque, porém, vem apenas com a função de correção, enquanto o do produto montado em Araquari também tem a de centralização.

E quanto ao design? O Evoque está na segunda geração e ganhou atualizações nesta linha 2024. A nova grade frontal é a principal mudança. Já a nova geração do X1 chegou ao Brasil no ano passado com visual completamente reformulado.

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Isso é vantagem? Depende. O fator novidade pode pesar a favor do BMW. Por outro lado, ele é "ame ou odeie", como têm sido muitos produtos atuais da montadora alemã. Há quem não goste de jeito nenhum. O Evoque, por outro lado, é considerado lindo pela maior parte.

De volta ao preço, o fato de ser um Range Rover inflaciona o Evoque. Isso porque a marca é o suprassumo do luxo dentro da JLR. BMW também é premium e associada à sofisticação. Porém, a aura de exclusividade da inglesa é superior. Mas, e aí? Deu para formar uma opinião? O Evoque vale ou não vale os R$ 117 mil a mais?

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Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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