Mais potente e confortável, S10 2025 ganha argumentos contra nova Ranger
A Chevrolet S10 passou sufoco com a chegada da nova Ranger. Tradicional vice-líder do segmento de picapes médias feitas sobre chassi, ela foi a mais afetada no segundo semestre do ano passado, após o lançamento da renovada Ford. Mas o produto correu atrás do prejuízo e descontou um pouco a defasagem para tentar defender sua posição.
A nova S10 está chegando às concessionárias do Brasil. A atualização não foi tão profunda quanto a da Ranger, que passou a ser a referência de conforto, dirigibilidade e tecnologia da categoria. Porém, as mudanças foram mais abrangentes que as esperadas. A linha 2025 da picape da Chevrolet não é só um simplório facelift.
Atualizações estéticas a S10 2025 teve sim. Mas houve também muitas mudanças na plataformas, contemplando itens como suspensão, direção e chassi. Além disso, a Chevrolet atualizou motor e câmbio, conseguindo aproximar a capacidade de acelerar de sua picape da entregue pela Ranger.
Mas o principal destaque é mesmo o preço. A topo de linha High Country, testada por esta colunista, sai por R$ 302.900. Já as opções mais caras de Ranger e Hilux, a líder da categoria, ultrapassam os R$ 350 mil.
A S10 não é tão adorada quanto a Hilux, mas é também vice-líder quando o assunto é fidelidade do cliente. Há quem tenha o modelo há décadas, sem abrir mão. E as boas atualizações devem ajudar a convencer o consumidor tradicional que estava cogitando mudar para a Ranger a manter sua parceria com a Chevrolet.
Isso porque, com a renovação, a S10 conseguiu amenizar aquele que era seu principal problema. Sabe aquele pula pula, que incomodava principalmente quem viajava no banco de trás? Praticamente desapareceu.
Versões e preços
A Chevrolet está trabalhando com quatro versões cabine-dupla como vitrines para a S10 2025. As duas de entrada foram resumidas em uma só, a WT. Por R$ 268.060, sai de fábrica com seis air bags, partida por botão, novo infotainment da Chevrolet (com painel digital) e controle anticapotamento, entre outros itens.
Os destaques da Z71 são faróis de LEDs, som premium e vários detalhes visuais que deixam o aspecto mais esportivo. O preço é de R$ 281.900. A LTZ (mais vendida da linha) sai por R$ 292.800.
Entre os itens de destaque estão ar-condicionado digital (uma zona apenas), banco do motorista com ajuste elétrico, leitor de faixas, alerta de colisão com frenagem automática, sensor de estacionamento traseiro, carregador por indução e partida remota.
Já a High Country acrescenta alertas de ponto cego e de tráfego cruzado traseiro e itens visuais como santantônio e acabamento exclusivo. O preço sugerido é de R$ 302.900.
Há ainda versões mais voltadas ao trabalho - inclusive com cabine simples. Neste último caso, são duas, ambas com câmbio manual. A chassi-cabine custa R$ 223.620 e a com caçamba convencional, R$ 232.710. Já a cabine-dupla manual tem preço sugerido de R$ 247.860.
Design
A dianteira da S10 ficou mais imponente e, no caso da High Country, ganhou muitos detalhes cromados. Entre eles, uma barra dividindo a grade frontal. O para-choque também foi renovado e está mais proeminente.
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Quero receberA S10 High Country 2025 tem rodas de 18" em pneus 265/60, que são de asfalto. Já a Z71 traz os de uso misto. Na lateral também há detalhes cromados, como na capa dos retrovisores e na inscrição com o nome da versão.
Cromados estão também na parte traseira, que passa a trazer inscrição "Chevrolet" de fora a fora na tampa da caçamba. Esta, aliás, é leve e tem bom amortecimento na abertura.
A cabine traz combinação de imitação de couro bege, tecido e detalhes de plástico brilhante cinza. Os bancos são novos e, apesar de finos, oferecem conforto e bom suporte lateral. O ponto baixo do acabamento fica por conta da parte de cima de painéis e portas, que usam plástico muito duro.
Espaço e equipamentos
A S10 também não traz saída de ar atrás nem mesmo na versão High Country. Mas há duas entradas USB para ocupantes dessa parte do carro - uma do tipo A e outra C. O assoalho não é plano, mas o túnel central não é dos mais altos, o que facilita a acomodação de três pessoas no banco de trás.
Na ausência do terceiro passageiro, há um apoio para os braços retrátil - sem porta-copos. As cabeças dos ocupantes ficam bem acomodadas. Mas, como em todas as picapes desse porte, o espaço para pernas não impressiona.
Mas o destaque mesmo é o conforto ao rodar, bem melhor agora. Quem vai no banco de trás não sofre mais com pulos e trancos - nem mesmo em trilhas off-road.
A parte da frente da cabine tem também duas entradas USB - A e C. Painel digital e multimídia são integrados. O quadro tem opções de personalização, mas não muitas.
Já o multimídia é sensível ao toque e traz um botão lateral, para comandos de áudio. Abaixo dele, está o de partida. Os porta-copos não têm prensas que permitem boa acomodação de variados tamanhos de latas e garrafas. Porém, são fundos, o que ajuda.
Foi mantido o freio de estacionamento manual. A Ranger tem o elétrico. Outra coisa que faz falta na nova S10 é o controlador de velocidade adaptativo (ACC).
Suspensão e direção
Para ficar mais confortável, e ter também sua dirigibilidade aprimorada, a S10 2025 passou por várias alterações na plataforma, como reforços estruturais na carroceria, revisão do sistema de freios e rodas maiores. Houve ainda aumento nas bitolas.
A suspensão recebeu mudanças na calibração e melhoria dimensional, além de novos amortecedores. Há ainda uma nova coluna de direção, com alterações no sistema de fixação.
Os suportes dos coxins de cabine e motor também foram modificados. Com tudo isso, além de deixar o rodar da S10 mais confortável, a Chevrolet conseguiu reduzir o nível de vibração da picape e aprimorar a dirigibilidade.
Esta não é como a da Ranger, que se tornou praticamente um carro de passeio quando o assunto é conforto e até mesmo estabilidade. Porém, a S10 é uma picape mais suave e gostosa de dirigir do que antes, com melhores respostas de direção.
Desempenho
O motor 2.8 turbodiesel também passou por modificações. Recebeu novos central eletrônica, pistões, injetores (de maior pressão) e taxa de compressão, entre outras inovações. Os turbos, de acordo com a Chevrolet, estão mais eficientes.
A potência aumentou de 200 para 207 cv e o torque, de 51 para 52 kgfm. Esse ganho poderia ser imperceptível no desempenho. Porém, o câmbio automático de seis marchas foi trocado por um de oito.
Por causa disso, a S10 2025 traz uma sensível melhoria na hora de acelerar. Ficou mais fácil retomar velocidade para situações como subidas e ultrapassagens, situação que foi bem frequente na avaliação - em pista simples entre Pirenópolis, no interior de Goiás, e Brasília.
Essa sensação se confirma nos números. De 0 a 100 km/h, a S10 2025 acelera em 9,4 segundos, um segundo a menos. O desempenho se aproximou do da Ranger, que cumpre essa missão em 9,2 segundos. A mais rápida da categoria é a Amarok (7,2 segundos).
O consumo é de 9,5 km/l na cidade e 11,4 km/l na estrada, de acordo com dados do Inmetro. A S10 2025 traz cinco anos de garantia para todas as versões. Antes, eram três anos.
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