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Cayenne ganha versão para quem quer fugir do posto, mas seguir acelerando

Quando você circula pela cidade, mesmo em grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro, quantos quilômetros roda por dia? Se a resposta for 52 km ou menos, você pode ter na garagem um "Cayenne elétrico". E sem passar perrengue para recarregar o SUV topo de linha da Porsche na hora de cair na estrada.

Mas existe Cayenne elétrico? Na verdade, não. Porém, as novas versões híbridas, que começaram a ser entregues no Brasil após longo período de pré-venda, são capazes de oferecer uma experiência livre de postos de combustíveis fósseis, no dia a dia das cidades, para a maioria das pessoas.

No ano passado, a reestilização de meio de vida da terceira geração do Cayenne foi lançada no Brasil apenas com opções 100% a combustão. Agora, vieram as híbridas, em três versões e duas carrocerias para cada - SUV e SUV cupê. O Cayenne E-Hybrid, de entrada, foi o avaliado pela coluna. Custa R$ 770 mil

O Cayenne Coupé E-Hybrid vai a R$ 815 mil. Das versões E-Hybrid, que trazem motor V6 combinado a um elétrico, falaremos mais adiante. Já as S E-Hybrid, também com o seis-cilindros, entregam 519 cv. Os preços são de R$ 830 mil para o SUV e R$ 870 mil para o SUV cupê.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

É menos potente que a versão V8 híbrida, mas cumpre mais rápido a missão de acelerar de 0 a 100 km/h. Vale ressaltar que esses são os preços iniciais do Cayenne, que em todas as configurações tem uma ampla lista de opcionais de estética, tecnologia e até mecânica.

Sistema elétrico

Os facelifts de meio de vida dos modelos da Porsche são mais que reestilizações. A marca sempre promove mudanças mais profundas. No caso do Cayenne, houve atualizações em suspensões, motores e até pneus. E, nos híbridos, uma ampla melhoria no sistema elétrico, que é o mesmo para todos - o que muda é o propulsor a combustão.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL
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De acordo com a Porsche, há sempre reserva de energia do motor elétrico disponível - mesmo quando o painel aponta que ele está sem carga - para entrega de potência e torque totais na hora de acelerar forte. Quanto à bateria, são 25,9 kWh de capacidade, 8 kWh a mais do que antes.

Com essas mudanças, a capacidade de rodar no modo elétrico do Cayenne é 20 km superior à do modelo anterior. Para o E-Hybrid, são 52 km. O S E-Hybrid e o Turbo E-Hybrid vão além - com 56 km e 55 km, respectivamente. Os dados são do Inmetro. Ao ligar o SUV, se a bateria tiver carga o modo acionado automaticamente é o elétrico.

Ele se mantém sempre ativo quando o carro está rodando pela cidade, exceto quando há necessidade de fazer acelerações fortes em velocidades mais altas - como em vias rápidas de São Paulo, a exemplo das marginais dos rios Pinheiros e Tietê.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

No modo híbrido, o consumo do Cayenne E-Hybrid na cidade é de 20 km/l. Na estrada, o modelo pode fazer 19 km/l (dependendo do tipo de rodovia e da carga da bateria). Os dados são do Inmetro.

Acelerando o Cayenne E-Hybrid

Ser híbrido é apenas uma das coisas interessantes sobre o Cayenne. O modelo pode se comportar como um carro elétrico na cidade, mas não abre mão de sua essência. Porsche que é, investe forte em respostas rápidas e dirigibilidade esportiva. Ainda assim, nesse facelift de meio de vida, a marca deu uma atenção extra ao quesito conforto.

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Afinal, é Porsche. Mas é também SUV. Mas vamos começar pela capacidade de acelerar. O motor V6 recebeu mudanças na versão usada no Cayenne S, mais potente. O V8 da Turbo também passou por atualizações. Já o seis-cilindros do E-Hybrid é o mesmo.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

O Cayenne E-Hybrid pode até não ser um carro elétrico, que entrega torque total instantaneamente. Mas a força vem com tudo a partir de 1.400 rpm apenas, já que o V6 é turbo. Com essa patada de mais de 65 kgfm, o SUV é desses que faz o corpo grudar no banco quando o motorista finca o pé no acelerador.

De 0 a 100 km/h, o modelo vai em 4,9 segundos, apenas dois décimos de segundo a mais que o S E-Hybrid. Além disso, ficou um décimo de segundo mais rápido que a versão equivalente anterior. A velocidade máxima é de 254 km/h.

O V6 pode não roncar como um V8, mas ronca alto. Principalmente no modo Sport Plus de condução, aquele que deixa tudo pronto para reagir mais esportivamente. O barulho na hora de acelerar arrepia!

E tudo fica ainda mais especial quando sabemos que, na Porshe, não tem ruído falso de motor, algo que está ficando comum mesmo entre as marcas premium. Escape esportivo, desses que nos permitem escutar, em vez de abafar, há sim. Mas os sons dos propulsores de seis e oito cilindros, sejam eles boxer ou V, são sempre de verdade.

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Dirigibilidade

Todas as versões do Cayenne, inclusive a e-Hybrid, trazem suspensão adaptativa. Nesta mais recente atualização, elas receberam mudanças para deixar o SUV ainda mais firme. São as mesmas aplicadas nas configurações a combustão lançadas no ano passado.

Mas, olha só: o Cayenne é utilitário-esportivo, mas também é um Porsche. E a pegada esportiva da marca já assustou o consumidor tradicional de SUVs. Muitos que experimentaram o Cayenne o consideraram desconfortável. Por isso, com a atualização, a marca procurou fazer as coisas funcionarem melhor para esse tipo de cliente. Mas sem comprometer seu DNA de dirigibilidade.

Na maioria das versões os pneus receberam um pouco mais de borracha. Essa medida simples ajuda a amenizar os efeitos sentidos no corpo dos ocupantes dos impactos com pisos imperfeitos. A suspensão traz agora duas câmaras e duas válvulas.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

Mas, é importante destacar: seu ajuste jamais será tão suave quanto o de um Volvo XC90, ou mesmo de Mercedes-Benz GLE ou Audi Q7. Afinal, ele é Porsche. Já nos modos Sport e Sport Plus, o modelo tem uma tocada tão esportiva quanto antes. Talvez, até superior. É SUV, mas se comporta como um modelo mais baixo, sem inclinação de carroceria em curvas e grudado no chão em acelerações.

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Cayenne de entrada

O que a versão de entrada tem a menos que as demais? Pouca coisa, considerando que dá para colocar, nesse modelo, quase tudo - afinal, há uma ampla lista de opcionais. A perda mais notável fica por conta dos ajustes de velocidade, temperatura e direcionamento do ar-condicionado para os passageiros de trás, em duas zonas.

Todos os outros Cayenne têm essa tecnologia. O E-Hybrid, não (nem como opcional). Há apenas saídas de ar atrás. Esta é também a única versão em que o ACC é item extra. Por outro lado, o modelo já sai de fábrica com o teto solar panorâmico.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

E, como na Europa não está previsto estepe nos Cayenne híbridos - modelos vendidos naquele mercado podem usar run flat -, a Porsche colocou um pneu extra no próprio porta-malas. Uma solução polêmica, mas não exclusiva dessa montadora - outras, como a BMW, também a usa em alguns modelos.

Os sistemas de som premium do Cayenne E-Hybrid são opcionais. O da Bose sai por R$ 7.500 e o da Burmester ultrapassa os R$ 30 mil. Já as câmeras 360 são de série. Também por pouco mais de R$ 30 mil, o E-Hybrid pode receber uma das boas novidades do modelo: os faróis matriciais com 32 mil pixels.

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O sistema com tecnologia HD vai muito além do antiofuscamento convencional. Ele ilumina canteiros para melhorar a iluminação, e também a faixa oposta quando o motorista indicar que vai fazer uma mudança de caminho. Nas versões equipadas com visão noturna, os faróis conversam com sistema para projetar imagens de obstáculos que gerem risco de impacto.

Mudanças

Quanto à reestilização, o novo Cayenne recebeu grade frontal mais larga, com amplas entradas de ar. Atrás, as lanternas são interligadas como antes. Porém, agora têm um desenho tridimensional. Abaixo da interligação, está a inscrição Porsche.

O Cayenne E-Hybrid tem diversas opções de rodas de 21 ou 22 polegadas. Há modelos opcionais por menos de R$ 5 mil. Porém, alguns ultrapassam os R$ 15 mil. Por dentro, o modelo traz o painel digital configurável e curvo do 911.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

O multimídia passou por atualizações. Opcionalmente, há uma tela para o passageiro dianteiro, por cerca de R$ 6 mil. A Porsche ainda não conseguiu habilitar, no Brasil, a reprodução de streaming (o monitor tem tecnologia que não permite que o motorista veja suas imagens), como ocorre na Europa. Assim, o recurso não tem grande utilidade, por enquanto.

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Outra novidade no novo Cayenne é que a alavanca do câmbio não está mais no console central. Foi substituída por uma pequena haste no painel, do lado direito. A partida continua do lado esquerda. Porém, antes usava uma chave fixa (a real já era presencial). Agora, esta foi substituída por um botão.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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