Oi, sumido! Veja carros que ainda estão à venda, mas você não se lembra
Sabe aquele carro que você já viu bastante nas ruas, ou sobre o qual já ouviu falar em reportagens e conteúdos em redes sociais? Talvez, algum tempo atrás, você até tenha considerado comprar. Percebeu que ele está sumido? Será que saiu de linha?
Um fim discreto de produção é realmente o que costuma ocorrer com a maior parte dos carros que desaparecem das ruas - ao menos em versões novas -, da mídia, de posições de destaque no ranking de vendas e, algumas vezes, até das concessionárias. Mas há alguns modelos desse grupo de "sumidos" que ainda estão em linha. É você que não se lembrava deles.
Vamos então relembrar? Até porque alguns já fizeram muito sucesso. E nessa turma estão dois carros da Renault: Logan e Sandero (Stepway). Até eu, jornalista especializada em automóveis há mais de 20 anos, acreditei que o Logan havia saído de linha.
Quem me contou que ele continua à venda foi o presidente da Renault, Ricardo Gondo, em entrevista no início do mês. O foco agora é em frotistas e, no primeiro semestre deste ano, ele teve 1.493 unidades emplacadas - os dados de emplacamentos desta análise são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenebrave).
O Sandero continua à venda, mas agora com nome de Stepway, já que esta opção, a aventureira, é a única do hatch ainda disponível. Emplacamentos no primeiro semestre: 2.095 exemplares. Os produtos, porém, podem estar com os dias contados, já que a Renault vem tirando de linha todos os veículos feitos nessa plataforma - que é de sua subsidiária romena Dacia.
O último a dizer adeus foi o Captur, no início do ano, quase ao mesmo tempo em que foi lançado o Kardian - primeiro produto da nova plataforma modular que passa a ser usada pelos carros da Renault no Brasil. Até o Duster atual, aliás, está próximo do adeus.
Seu nome deverá ser mantido. Porém, sua próxima geração abandonará a base atual e será feita sobre a plataforma do Kardian - e posicionada acima deste, como já ocorre atualmente.
O C4 Cactus, por sua vez, foi por algum tempo o único Citroën à venda no Brasil. Mas, em 2022, chegou a nova geração do C3 e, no ano passado, o C3 Aircross. O SUV veterano, assim, perdeu prioridade nas ações de divulgação da marca, e foi despencando no ranking de vendas.
Atualmente, o C4 Cactus não aparece nem entre os 40 utilitários-esportivos mais vendidos do Brasil, que são listados pela Fenabreve. Mas saiba que sua versão de topo, com motor 1.6 turbo, é o SUV compacto mais rápido do País na hora de acelerar de 0 a 100 km/h.
Além disso, os preços são competitivos para a categoria: partem de R$ 111.990 - e ainda dá para conseguir bons descontos. Mas há um longo futuro para o Cactus? Ao que tudo indica, não. O Basalt, a ser lançado ainda este ano, é o próximo Citroën do Brasil.
SUV médio para considerar
ZR-V, Territory, Haval H6, Song Pro, Tiggo 7 Sport, novo CR-V, renovados Corolla Cross, Compass e Commander. Do final de 2022 para cá, o segmento de SUVs médios e médios-grandes de marcas generalistas foi um dos que mais tiveram lançamentos no mercado brasileiro. Com tantas novidades, você se lembra do Chevrolet Equinox?
No primeiro semestre de 2024, o líder Compass somou 22.791 emplacamentos e o Corolla Cross, 21.844. O Equinox teve 1.273 exemplares vendidos. Faz tempo que a Chevrolet não fala dele, mas o modelo continua firme e forte no mercado.
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CARROS DO FUTURO
Energia, preço, tecnologia: tudo o que a indústria está planejando para os novos carros. Toda quarta
Quero receberImportado do México, está listado como opção de zero-km no site da montadora. Além disso, se destaca pelo excelente espaço interno e grande satisfação dos clientes. Quem tem ou teve geralmente elogia bastante o produto.
Mas a própria Chevrolet não vai depender do Equinox para ganhar relevância da categoria. A marca planeja um inédito SUV médio competitivo, com mais condições de enfrentar Compass, Corolla Cross e os outros produtos do segmento (leia detalhes aqui).
Mercado premium
BMW, Volvo, Porsche, Audi, Mercedes-Benz, Land Rover. Essas são, respectivamente, as seis marcas de luxo que mais venderam carros no Brasil no primeiro semestre de 2024. Onde estão a Jaguar e a Lexus? Saíram do mercado brasileiro?
Essas duas montadoras dificilmente aparecem na lista, pois têm volumes muito baixos. A Jaguar, aliás, está realmente sumida. Não tem lançamentos relevantes já há alguns anos, e é pouco trabalhada pelo grupo automotivo do qual faz parte, a JLR. No ano passado, veio uma série especial limitadíssima do F-Type, que nos fez lembrar que a montadora ainda tem produtos no mercado nacional.
Além do esportivo, vende o F-Pace, o E-Pace e o elétrico I-Pace. Mas não espere novidades em breve, pois a Jaguar, mundialmente, está em processo de completa reformulação, para se tornar uma marca 100% elétrica e de pegada mais descolada. O primeiro lançamento dessa nova fase, porém, ainda não tem data confirmada para chegar.
E a Lexus? A controlada da Toyota tem clientes tão fiéis quanto os de sua dona, mas de fato aparece pouco. O grupo japonês não trabalha muito sua marca de luxo no Brasil, apesar de, no ano passado, ter promovido um discreto evento de lançamento do novo RX, SUV de porte grande.
Mas, além dele, há outros dois utilitários-esportivos: o médio NX e o compacto UX. Este, aliás, tem preço mais baixo que a média da categoria, que começa em torno de R$ 300 mil. O Lexus sai por R$ 273.990. A marca também oferece no mercado brasileiro o sedã ES.
Há também produtos sumidos de montadoras que aparecem bem mais que Lexus e Jaguar. Entre eles, o GLA, do qual você não deve ouvir falar há uns três anos. X1, Q3, XC40, Evoque, C40 e agora o EX30 estão sempre em destaque, seja no ranking de vendas ou na mídia.
Já o GLA, representante da Mercedes-Benz na categoria mais importante do segmento premium - a de SUVs de entrada -, está sumido. Enquanto o líder X1 ultrapassa 500 unidades vendidas em seus melhores meses, o concorrente não chega a 100.
Seu número, muitas vezes, até supera o dos elétricos da Volvo, por exemplo, no resultado mensal. Mas a sueca está sempre promovendo ações para que seus carros sejam lembrados. Já a Mercedes-Benz não tem feito nada para colocar o GLA em evidência.
E até a líder tem um caso de sumido para chamar de seu. Você sabia que o hatch Série 1 continua à venda no Brasil? Pois bem: eu também não sabia, já que faz tanto tempo que a BMW não fala nada sobre ele.
Pois ele está na gama de zero-km oferecidos no Brasil, listado no configurador da BMW e tabelado em R$ 320.950 (na versão 118i). Só que há uma razão para o Série 1 estar desaparecido: esta geração está chegando ao fim. A nova já foi apresentada na Europa.
Nem tão sumidos
Accord e Camry, os sedãs grandes de Honda e Toyota, respectivamente, são raros de ver nas ruas e costumam ter vendas baixas. A gente nunca sabe se suas montadoras os estão importando ou não.
No momento, a Toyota não está trazendo o Camry. Ao menos, o modelo não aparece na gama disponível no site da montadora. Já a Honda lançou o novo Accord no ano passado e, assim, nos lembramos desse sedã. Mas as vendas continuam baixas: apenas 114 unidades no primeiro semestre de 2024.
Outro que estava sumido, e recentemente foi alvo de ação da montadora para lembrar o público que continua aí, é o A4. Se o segmento de SUVs de entrada é o principal no mercado premium, o de sedãs médios também tem importância fundamental.
Tanto que o Série 3 (2.238 vendas em 2024) disputa mês a mês com o X1 o posto de carro de luxo mais vendido do Brasil. O Classe C, por sua vez, é o Mercedes-Benz mais emplacado (584 unidades no primeiro semestre).
O A4 somou apenas 79 unidades emplacadas na primeira metade do ano. Mas, há cerca de dois meses, a Audi lançou o modelo com tração integral quattro, substituindo a dianteira. A má notícia é que, mesmo com a inovação tecnológica, a carreira do A4 pode estar próxima do fim.
A nova estratégia mundial da Audi é ter modelos a combustão identificados com números ímpares e elétricos, com pares. E, na semana passada, foi apresentada na Europa a nova geração do A5, que deverá ocupar o espaço do A4 na linha Audi. Ou seja: um A4 com novo nome.
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