Honda ZR-V: após um ano, por que SUV ainda não deslanchou em vendas?
A Honda não é dessas que divulgam suas expectativas de vendas, mas decidiu quebrar o protocolo com o ZR-V. O modelo mexicano foi lançado no Brasil no início de novembro de 2023 e acaba de completar um ano de mercado. Há 12 meses, a fabricante informou que tinha condições de trazer do México até mil unidades por mês.
Um ano depois, o ZR-V conseguiu alcançar seus objetivos no Brasil? O modelo veio em versão única, Touring, com motor 2.0 aspirado e sem eletrificação. A meta? Concorrer com Compass, Corolla Cross, Taos e outros produtos da categoria.
Na época do lançamento, custava cerca de R$ 214.500. Doze meses depois, a maior parte dos carros já passou por reajustes. O ZR-V, não. Continua à venda pelo mesmo preço. E, no mercado, dá para achar até algumas unidades com desconto, algo que não é comum na Honda.
A razão é que o ZR-V não alcançou seu objetivos. Por razões relacionadas ao próprio produto, mas também às mudanças no segmento, o Honda nunca se aproximou de mil unidades vendidas ao mês.
Na prática
De janeiro a outubro de 2024, o ZR-V somou 4.876 unidades vendidas, de acordo com informações da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Isso significa em torno de 488 emplacamentos por mês. É um número muito distante daquele almejado pela Honda.
Claro que a marca pode ter feito ajustes nos lotes trazidos do México - seja por mudanças na capacidade de o país entregar ou baseada no interesse menor que o esperado do consumidor brasileiro. Mas fato é que há ZR-V disponível, e até em promoção, em alguns casos.
O carro ocupa o oitavo lugar no segmento de SUVs médios de cinco lugares. O líder é o Compass e o segundo colocado, o Corolla Cross. Ambos têm pouco mais de 40 mil unidades vendidas em 2024. Em seguida aparecem Tiggo 7 (24.661 emplacamentos), Song (19.198) e Haval H6 (18.179). São respectivamente terceiro, quarto e quinto colocados.
O sexto mais vendido é Taos (13.826) e o sétimo, o Eclipse Cross (6.788). O ZR-V aparece um pouco à frente do Territory, que tem 4.459 emplacamentos e é nono colocado.
Apesar de não ter alcançado os objetivos, não dá para dizer que o ZR-V fracassou. Isso porque estamos falando de um produto que não é produzido no Brasil ou Argentina (que tem nosso país como principal alvo). O maior objetivo do Honda é os Estados Unidos - onde, inclusive, recebe o nome de HR-V.
Se a meta de vender mil unidades ao mês não foi atingida, basta ajustar o volume de unidades importadas para a realidade encontrada no País. Além disso, vale ressaltar que, diferentemente de muitos rivais, o ZR-V tem apenas uma versão. Por isso, não atende um público tão diverso quanto a concorrência.
Razões
Há algumas coisas que deixaram o ZR-V abaixo da meta neste primeiro ano. A principal é o HR-V. A versão Touring do SUV de entrada é mais interessante, pois tem motor 1.5 turbo que, apesar de menos potente, entrega mais agilidade ao produto.
Além disso, apesar de o ZR-V ser maior, o espaço interno não tem uma grande superioridade, e o mexicano também não sobressai decisivamente no quesito porta-malas. Para completar, o HR-V é mais barato. Na época do lançamento do médio, custava cerca de R$ 195 mil. Atualmente, sai por R$ 201.500.
Além do problema caseiro, há o fator China. No ano passado, além do próprio ZR-V e do Territory, foi lançado o Haval H6, que se reuniu ao Song Plus (disponível desde o fim de 2022). Em 2024, chegou o Song Pro, SUV híbrido de entrada da BYD.
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Quero receberTodos esses produtos são híbridos e, dependendo da versão, concorrem diretamente com os médios brasileiros, argentinos e mexicanos. Os novos concorrentes tiraram clientes dos veteranos e interferiram nas metas de novatos como o ZR-V. Outro novo SUV médio importante disponível no País a partir do início deste ano é o Tiggo 7 Sport (montado no Brasil com peças trazidas da China).
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