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Mustang para fazer mercado? Como é usar um carro esportivo no dia a dia

Na Europa, é comum ver exemplares do 911 rodando pelas cidades. É carro de dia a dia de muitos, desses que as pessoas usam para ir ao mercado e, dependendo da versão, até buscar os filhos na escolha. Em Los Angeles, na Califórnia, o Porsche e alguns outros esportivos cumprem a mesma missão para seus proprietários. E, em todo o território dos Estados Unidos, o Mustang é um automóvel típico do cotidiano.

O muscle car americano, no entanto, tem diversas versões nos EUA, posicionadas abaixo da GT, que é a oferecida atualmente no Brasil. Porém, independentemente da configuração, o público do país de origem compra o modelo da Ford para usá-lo sempre.

Já no Brasil, usar carros como 911 e outros Porsche esportivos (a exemplo de Cayman e Boxster), ou mesmo o Mustang, não é comum. E são vários os fatores, como o alto valor ao produtos, o fato de chamarem muito a atenção e de serem capazes de levar poucas pessoas e coisas e também as condições das ruas do País, nem sempre propensas a carros mais grudados no chão.

Porém, na nova geração do Mustang, a Ford quer mudar a ideia de que o muscle car não é carro para o dia a dia. Para isso, deu ênfase ao fato de que a versão GT tem vão livre do solo mais alto que de esportivos convencionais.

Além disso, traz suspensão capaz de se adaptar tanto a pistas quanto a pisos esburacados. Versão apimentada do Mustang, a GT é sim para estradas e até track days. Mas também pode ser para rodar por aí.

Mas será que dá mesmo para usar o Mustang no dia a dia? Passei uma semana com o carro e conto como foi.

Bom para o dia a dia

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

O Mustang GT de nova geração não é desses esportivos que complicam a vida de quem quer rodar nas grandes cidades. Lombadas não são problema. Valetas? Nas mais profundas, você deve tomar o mesmo cuidado que teria com Jetta, Onix ou qualquer carro que não seja um SUV.

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Ele também não bate dianteira, traseira ou centro em rampas de garagem. Na hora de buscar os filhos na escola, natação ou qualquer outra atividade, não há grande problema. O espaço atrás não é amplo, e há duas portas apenas.

Porém, eu já viajei por 400 km com dois adultos no banco de trás do Mustang, e foi tudo bem. Ninguém reclamou. Na hora de pegar estrada para viagens, o porta-malas quebra um bom galho.

O compartimento é menor que o de sedãs, mas maior que a de outros cupês, especialmente os esportivos. Dá para levar a bagagem de toda a família para pelo menos uma viagem de curta duração (como feriados na praia ou na serra).

Para quem quer um carro de dia a dia rápido, divertido, roncador e que pode ser usado em experiências na pista, o Mustang surge como boa opção. Até porque seu preço de R$ 529 mil é mais baixo até que o de alguns modelos preparados de marcas como Audi, BMW e Mercedes-Benz. Mas há contratempos também.

Ruim para o dia a dia

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Imagem: Rafaela Borges/UOL
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Muscle car significa, literalmente, carro com músculos. E assim é o Mustang desde seus primórdios até hoje em dia. Há vincos pronunciados por toda a carroceria desse automóvel comprido (4,81 metros) e largo (1,96 m).

Essas características, somadas à posição de dirigir baixa, dificultam a missão de estacionar em vagas apertadas, ou entrar em sair em garagens estreitas - como aquelas em formato de caracol. Outra desvantagem para o dia a dia? Por onde passa, o Mustang é visto e admirado.

E por que isso pode ser ruim? É que carros que chamam muito a atenção podem transformar seus ocupantes em alvos para assaltos em grandes cidades - como São Paulo e Rio de Janeiro.

Muitos optam por blindar modelos que chamam a atenção, mas essa não é uma boa ideia no caso do Mustang. Por quê? Como já explicado, antes de mais nada a versão GT tem aptidão esportiva. E carro esportivo não se blinda.

Destaques do novo Mustang

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Imagem: Rafaela Borges/UOL
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A nova geração do Mustang foi lançada em meados deste ano trazendo coisas como mudanças na suspensão, para encontrar equilíbrio entre esportividade e conforto. A versão Mach 1 foi substituída, no Brasil, pela GT.

O visual também passou por mudanças, mas sem perder alguns detalhes que são identidade do icônico modelo desde sua primeira geração. O interior foi completamente reformulado.

Entre os destaques, agora há mais conectividade e automação. O Mustang tem duas telas integradas, sendo uma delas a da central multimídia sensível ao toque. O modelo também passou a trazer coisas como entradas USB do tipo C.

O motor é o mesmo 5.0 de antes, um dos poucos V8 aspirados que ainda temos no mercado. São 488 cv e 57,5 kgfm de torque. Com câmbio automático de dez marchas e tração traseira, o muscle car acelera de 0 a 100 km/h em 4,3 segundos.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.