Mustang para fazer mercado? Como é usar um carro esportivo no dia a dia
Na Europa, é comum ver exemplares do 911 rodando pelas cidades. É carro de dia a dia de muitos, desses que as pessoas usam para ir ao mercado e, dependendo da versão, até buscar os filhos na escolha. Em Los Angeles, na Califórnia, o Porsche e alguns outros esportivos cumprem a mesma missão para seus proprietários. E, em todo o território dos Estados Unidos, o Mustang é um automóvel típico do cotidiano.
O muscle car americano, no entanto, tem diversas versões nos EUA, posicionadas abaixo da GT, que é a oferecida atualmente no Brasil. Porém, independentemente da configuração, o público do país de origem compra o modelo da Ford para usá-lo sempre.
Já no Brasil, usar carros como 911 e outros Porsche esportivos (a exemplo de Cayman e Boxster), ou mesmo o Mustang, não é comum. E são vários os fatores, como o alto valor ao produtos, o fato de chamarem muito a atenção e de serem capazes de levar poucas pessoas e coisas e também as condições das ruas do País, nem sempre propensas a carros mais grudados no chão.
Porém, na nova geração do Mustang, a Ford quer mudar a ideia de que o muscle car não é carro para o dia a dia. Para isso, deu ênfase ao fato de que a versão GT tem vão livre do solo mais alto que de esportivos convencionais.
Além disso, traz suspensão capaz de se adaptar tanto a pistas quanto a pisos esburacados. Versão apimentada do Mustang, a GT é sim para estradas e até track days. Mas também pode ser para rodar por aí.
Mas será que dá mesmo para usar o Mustang no dia a dia? Passei uma semana com o carro e conto como foi.
Bom para o dia a dia
O Mustang GT de nova geração não é desses esportivos que complicam a vida de quem quer rodar nas grandes cidades. Lombadas não são problema. Valetas? Nas mais profundas, você deve tomar o mesmo cuidado que teria com Jetta, Onix ou qualquer carro que não seja um SUV.
Ele também não bate dianteira, traseira ou centro em rampas de garagem. Na hora de buscar os filhos na escola, natação ou qualquer outra atividade, não há grande problema. O espaço atrás não é amplo, e há duas portas apenas.
Porém, eu já viajei por 400 km com dois adultos no banco de trás do Mustang, e foi tudo bem. Ninguém reclamou. Na hora de pegar estrada para viagens, o porta-malas quebra um bom galho.
O compartimento é menor que o de sedãs, mas maior que a de outros cupês, especialmente os esportivos. Dá para levar a bagagem de toda a família para pelo menos uma viagem de curta duração (como feriados na praia ou na serra).
Para quem quer um carro de dia a dia rápido, divertido, roncador e que pode ser usado em experiências na pista, o Mustang surge como boa opção. Até porque seu preço de R$ 529 mil é mais baixo até que o de alguns modelos preparados de marcas como Audi, BMW e Mercedes-Benz. Mas há contratempos também.
Ruim para o dia a dia
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Quero receberMuscle car significa, literalmente, carro com músculos. E assim é o Mustang desde seus primórdios até hoje em dia. Há vincos pronunciados por toda a carroceria desse automóvel comprido (4,81 metros) e largo (1,96 m).
Essas características, somadas à posição de dirigir baixa, dificultam a missão de estacionar em vagas apertadas, ou entrar em sair em garagens estreitas - como aquelas em formato de caracol. Outra desvantagem para o dia a dia? Por onde passa, o Mustang é visto e admirado.
E por que isso pode ser ruim? É que carros que chamam muito a atenção podem transformar seus ocupantes em alvos para assaltos em grandes cidades - como São Paulo e Rio de Janeiro.
Muitos optam por blindar modelos que chamam a atenção, mas essa não é uma boa ideia no caso do Mustang. Por quê? Como já explicado, antes de mais nada a versão GT tem aptidão esportiva. E carro esportivo não se blinda.
Destaques do novo Mustang
A nova geração do Mustang foi lançada em meados deste ano trazendo coisas como mudanças na suspensão, para encontrar equilíbrio entre esportividade e conforto. A versão Mach 1 foi substituída, no Brasil, pela GT.
O visual também passou por mudanças, mas sem perder alguns detalhes que são identidade do icônico modelo desde sua primeira geração. O interior foi completamente reformulado.
Entre os destaques, agora há mais conectividade e automação. O Mustang tem duas telas integradas, sendo uma delas a da central multimídia sensível ao toque. O modelo também passou a trazer coisas como entradas USB do tipo C.
O motor é o mesmo 5.0 de antes, um dos poucos V8 aspirados que ainda temos no mercado. São 488 cv e 57,5 kgfm de torque. Com câmbio automático de dez marchas e tração traseira, o muscle car acelera de 0 a 100 km/h em 4,3 segundos.