O mercado brasileiro ainda nem conhecia direito os SUVs quando o EcoSport chegou ao país. Derivado do Fiesta, o modelo apostava no sucesso de um utilitário esportivo derivado de um hatch. mas com estilo e até capacidade off-road para encarar trilhas fora do asfalto.
A decisão não poderia ser mais acertada: logo o EcoSport bombou e virou um sucesso de vendas. Na época, o SUV tinha três opções de motorização: 1.0 Supercharger de 95 cv, 1.6 Zetec Rocam de 98 cv e 2.0 Duratec de 143 cv, todos com câmbio manual de cinco marchas. Havia até uma versão com tração 4x4, batizada apenas de 4WD.
Em 2006, o EcoSport já se despedia da fracassada versão Supercharger e convertia o 1.6 à tecnologia flex, passando a render 111 cv com etanol. Já a motorização 2.0 trazia opção de câmbio automático de quatro velocidades.
A primeira reestilização veio no ano seguinte. Além do novo visual, com destaque para faróis maiores e grade frontal redesenhada, o Eco ganhou melhorias no acabamento. Isso porque o excesso de plástico na cabine foi duramente criticado, tanto pelo aspecto pobre quanto por se tornar uma grande fonte de ruídos internos com o tempo.
Apesar disso, o SUV continuava sendo um sucesso tremendo de vendas. A concorrência demorou muito a reagir, tanto é que seu primeiro concorrente nacional "de verdade" (em proposta, tamanho e preço) surgiu apenas em 2011: o Renault Duster. No mesmo ano, a Ford fez mais modificações no visual: nova grade frontal e logotipo no capô com o nome "EcoSport", à moda dos Land Rover.
A segunda geração do EcoSport veio em 2012 com status de carro global. Feito sobre a plataforma do New Fiesta, o SUV tinha motorizações 1.6 Sigma (até 115 cv) e 2.0 Duratec, agora com 147 cv. Havia opções de câmbios manual e automatizado de dupla embreagem com seis marchas, o conhecido (e polêmico) Powershift.
O reinado da Ford acabaria a partir de 2015 com a chegada de concorrentes mais modernos. As estreias de Jeep Renegade e Honda HR-V acabaram com a liderança do Eco, que ocupava o primeiro lugar da categoria desde 2003.
Depois de também ser superado por Nissan Kicks e Hyundai Creta, a Ford decidiu arregaçar as mangas. A primeira reestilização do Eco em 2017 veio acompanhada por novas motorizações: a 1.5 de três cilindros nas versões mais baratas e a 2.0 recebeu injeção direta de combustível, atingindo 176 cv com etanol.
Em 2018, a Ford lançou a versão topo de gama Storm, equipada com tração nas quatro rodas e visual mais parrudo.
A última novidade veio no ano passado: a configuração Titanium, enfim, começou a ser vendida sem o estepe pendurado na tampa traseira, como já acontecia na Europa há alguns anos. Para tanto, a Ford decidiu oferecer o SUV com pneus do tipo run flat, que pode rodar sem ar por até 80 quilômetros a uma velocidade máxima de 80 km/h.
O fim da linha do EcoSport, antes que a terceira geração ficasse pronta, veio no início de 2021, quando a Ford anunciou o fim das suas fábricas no Brasil e com ela o encerramento tanto do EcoSport quanto da gama Ka, que eram produzidos no Brasil.