Viagem nas férias: 10 dicas para evitar problemas com as chuvas de verão
Colaboração para o UOL, do Rio (RJ)
18/12/2018 07h00
As chuvas fortes na estação mais quente do ano são inevitáveis. Mas é possível fazer o seu carro enfrentar uma tempestade como se fosse uma garoa e nada mais.
UOL Carros ouviu especialistas e reuniu dicas para lidar com os dias chuvosos, passando por cuidados simples com as palhetas do limpador de para-brisa até o jeito correto de encarar um trecho alagado. Confira!
10 dicas para encarar chuvas sem problemas
-
Atenção com os limpadores
Parece um item simples, mas limpadores de para-brisa mal conservados podem prejudicar a visibilidade e até te deixar na mão. Então antes de sair por aí verifique se as palhetas estão bem fixadas e se as hastes metálicas de suporte estão em bom estado de conservação e com a mola de pressão atuante. Depois, observe se a palheta está ressecada, tem rasgos ou mesmo ondulações. Quando muito ressecadas, elas podem até vibrar durante o funcionamento.
-
Desgaste das palhetas
Palhetas gastas podem sujar ou até riscar o vidro, atrapalhando a visibilidade. Se for necessário trocar a peça, evite marcas desconhecidas e de baixo preço, pois podem acabar riscando o para-brisa. É possível adquirir apenas o "refil" do conjunto, mas ao fazer a substituição tenha cuidado para que o elemento de retenção promova o perfeito encaixe.Feito isso, nem é necessário levar palhetas reservas. "É muito mais importante levar lâmpadas de reserva numa viagem. Palhetas são facilmente encontradas em postos, concessionárias e lojas de conveniência. A recomendação é fazer um teste para ver se tudo funciona bem antes de partir e assegurar o abastecimento de água no reservatório do limpador com um aditivo detergente adequado", aconselha Francisco Satkunas, conselheiro da SAE Brasil.
-
Xô, sujeira!
Recomenda-se limpar as palhetas a cada duas semanas com um pano úmido para eliminar resíduos como poeira e gordura e manter sua flexibilidade. É permitido usar aditivos e sabões especiais -- encontrados em concessionárias, lojas de autopeças e postos combustível -- que aumentam a durabilidade e combatem esse ressecamento normal. Vale ressaltar que a mesma substância pode ser diluída na água do reservatório do esguicho. "A palheta se resseca por longa exposição ao sol, principalmente os raios ultravioletas, além de captar a poeira das vias e a gordura da fumaça do diesel. O uso de aditivo é recomendado para facilitar a limpeza e remover gorduras e sujeiras. Deve-se evitar detergentes caseiros, pois produzem espuma em excesso e podem comprometer a bomba elétrica, além de manchar a pintura quando escorrem sobre a lataria", avisa Satkunas.
-
Para-brisa limpo
O especialista da SAE Brasil afirma que há muito tempo a indústria tenta desenvolver um vidro hidrófobo que dispensasse os limpadores. "Mas esse objetivo nunca foi alcançado", lamenta. De qualquer forma, produtos e outras inovações melhoraram a resposta do carro durante as chuvas. O sensor de chuva é uma delas. O equipamento aciona automaticamente o para-brisa conforme a incidência das gotas. Se o carro não tiver o item, o motorista pode ainda programar a frequência do acionamento das palhetas. Na limpeza do para-brisa recomenda-se usar os aditivos já citados ou produtos específicos que removam a gordura e ajudem a repelir melhor a água. Não utilize detergentes comuns e muito menos à base de silicone, que formam uma resina que mancha e é difícil de remover do vidro. Nestes casos, retire bem o detergente e seque com pano de microfibra, papel-toalha ou mesmo o bom e velho jornal.
-
Ar-condicionado é aliado
Durante a chuva, coloque o sistema de climatização no modo do desembaçador com o ar-condicionado ligado. A refrigeração elimina a umidade que causa embaçamento dos vidros. A temperatura deve estar agradável aos passageiros, mas ser o suficiente para manter o para-brisa limpo.
-
Aquaplanou? Mantenha a calma
A aquaplanagem acontece quando o pneu perde o contato com o asfalto em pista molhada, fazendo o o veículo deslizar na pista sobre uma fina camada de água. Esta situação é mais frequente nos primeiros 10 minutos de chuva devido ao acúmulo de óleo e poeira no asfalto. Para evitar isso tome certas precauções. Primeiramente, dose a velocidade. Veículos a 60 km/h são mais fáceis de domar em uma aquaplanagem do que a 80 km/h. Se perceber que o carro está deslizando e sem aderência, não freie nem faça movimentos bruscos na direção. Tire o pé do acelerador e mova levemente o volante até obter aderência novamente. Nessa hora, pneus em bom estado e devidamente calibrados fazem toda a diferença.
-
Cuidado com alagamentos
Antes de querer dar uma de Indiana Jones, ignore motoristas apressados e procure por carros do mesmo porte que o seu dentro da parte alagada. Se o nível da água estiver mais alto que metade da roda, recomenda-se aguardar a água baixar -- caso possível, é claro. Fique de olho também em ônibus e caminhões que estejam trafegando pela área alagada para tentar ver o trajeto com menor profundidade.
-
Atravessando a enchente
Antes de entrar no alagamento engate a primeira marcha e mantenha velocidade constante. Procure se distanciar de outros veículos à frente e mantenha o motor trabalhando entre 2.800 e 3000 rpm para evitar entrada de água no escapamento. Recomenda-se usar a marcha reduzida em carros com câmbio automático, caso haja esta opção. É importante não tirar o pé do acelerador nem frear. Também não faça acelerações abruptas pois o movimento vai gerar uma marola que pode atrapalhar quem vem em sentido contrário e até fazer a água entrar no seu motor. Seguir ônibus ou caminhões que "abrem" caminho é perigoso, pois você precisa estar bem próximo da traseira do veículo para que a marola criada pela sua passagem não te pegue. E lembre-se: caso o grandão pare, você também vai ficar no meio da água.
-
Saindo do alagamento
Continue dirigindo normalmente e evite acelerações fortes. Como as pastilhas do sistema de frenagem ficaram bem úmidas, pise no pedal do freio levemente e deixe o carro "escorregar" por alguns metros para ajudar na secagem das peças. Além disso, baixe os vidros e fique atento a ruídos estranhos. Se o veículo passou por cima de galhos ou restos de caixotes ou madeira, recomenda-se colocar o carro em um elevador para uma inspeção da parte inferior. "Detritos pode se enroscar em componentes como a mangueira de freio, escapamento ou até no meio das molas da suspensão", observa Satkunas.
-
Recuperando um carro alagado
Ao ligar o motor peça para alguém observar a parte de trás do veículo: se sair água em quantidade significativa do escapamento desligue o motor imediatamente e leve seu carro em uma plataforma até a concessionária ou oficina mais próxima. Não dirija o automóvel nesta situação, pois há chances de calço hidráulico, que ocorre quando a entrada da água impede o trabalho correto dos pistões, causando o empeno ou quebra da biela. Veja se seu contrato de seguro cobre tais sinistros, classificados como de ordem natural. Registre boletim de ocorrência e tire fotos, pois o proprietário tem direito à indenização por parte do administrador da via, seja ela pública ou privada.