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Marcas criam planos mirabolantes para vender na crise; veja cinco

Cartaz em loja da Honda em São Paulo anuncia promoção-relâmpago - Murilo Góes/UOL
Cartaz em loja da Honda em São Paulo anuncia promoção-relâmpago Imagem: Murilo Góes/UOL

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

18/08/2016 09h15

Vender é uma arte. Vender em época de desconfiança do mercado e recessão, então, é quase um malabarismo. Tanto que fabricantes e concessionárias têm tentado ser mais ágeis e criativos que aquele carinha com os malabares no semáforo em tempos recentes.

São diversas as estratégias para levar o cliente até a concessionária e convencê-lo a comprar o carro novo. Bônus, descontos, revisões com preços mais baixos, garantia de valorização do usado na troca... Tem até quem prometa bancar as primeiras parcelas do financiamento.

UOL Carros selecionou cinco tipos de promoções para ver qual combina melhor com o seu bolso. Ah, claro: destacamos também os truques e detalhes que ajudarão a entender se aquela oferta é realmente vantajosa. Confira:

Truques para vender em tempos de crise

  • Murilo Góes/UOL

    Hyundai: deixa que eu pago

    Você entra na revenda, dá um sinal para a compra de um HB20, mas só vai coçar o bolso novamente daqui a três meses. Essa é a arma da Hyundai, que garante pagar as duas primeiras parcelas do financiamento do veículo. Detalhe é que essa negociação envolve taxa zero de juros. Só que é bom ficar atento: a promoção vale apenas para as versões Comfort Plus, 1.0 e 1.6, e Comfort Style 1.6 do HB20, sempre com câmbio manual. Na compra da Comfort Plus 1.6, por exemplo, que tem preço de R$ 51.405, a fabricante arcará com as duas primeiras parcelas de R$ 499 (cada) e você ficará encarregado das 28 restantes. O problema é que o sinal tem que ser de 70% do valor do caro. No caso da referida simulação, a entrada fica em R$ 35.983. A campanha vai até o fim de agosto.

  • Murilo Góes/UOL

    Fiat e VW: descontos e bônus

    A Fiat alardeia descontos de R$ 5 mil para tentar dar uma engrenada nas vendas do Palio. Desta forma, a versão de entrada Attractive 1.0 (ar, vidros dianteiros e travas elétricos, direção hidráulica, volante com regulagem de altura, chave canivete e computador de bordo) cai de R$ 42.410 para R$ 36.990 na linha 2016/16. O motor é o manjado 1.0 Fire. A promoção também prevê financiamento: com entrada de R$ 19.720 (52%), pode-se dividir o restante em 48 vezes de R$ 559 – taxa de 1,65% a.m. pelo Banco Fiat, com emplacamento grátis. O pulo do gato é que, com o mesmo sinal e somando R$ 95 em cada uma das 48 parcelas (R$ 652) você leva o Palio Attractive 1.4. A versão com motor mais potente também tem bônus de R$ 5 mil, e custa R$ 39.990.Quem também está na onda do bônus é o Fox. O hatch altinho tem abatimento de R$ 4 mil na versão Trendline 1.6 (ar, direção elétrica, vidros dianteiros e travas elétricos), que passa de R$ 49.330 para R$ 45.330. A Volkswagen adota ainda o Plano Sempre Novo, que prevê entrada baixa, de R$ 13.599 (30%), e saldo em 35 parcelas de R$ 912 – juros de 1,39% a.m. Só fique atento porque, nessa modalidade, a 36ª prestação traz o residual de R$ 13.559.

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    Citroën: revisões suaves e IPVA grátis

    Os carros da Citroën geralmente se destacam pelo desenho arrojado, acabamento caprichado e desempenho entusiasmante. Mas quem teve um sempre se preocupa com o pós-venda. Para mudar a fama de manutenção cara, a marca ataca com a revisão com preço fixo e que, pelas contas do marketing da fabricante, custa R$ 1 por dia. Assim, as três primeiras revisões do C3 (10.000, 20.000 e 30.000 km) custam R$ 365 cada. As demais, porém, desafiam a aritmética da Citroën. As de 40.000 e de 50.000 km, por exemplo, saem por R$ 728, cada, enquanto a de 60.000 km tem preço previsto de R$ 884. O C3 parte de R$ 46.490 na versão Origine com o novo motor 1.2 PureTech 3-cilindros. Você pode até conseguir taxa zero para esse valor, mas aí vai ter de dar sinal de 77% (R$ 36.000) para ter 24 parcelas de R$ 499. Algumas revendas oferecem IPVA e emplacamento grátis. Leia mais

  • Divulgação

    Toyota: círculo vicioso

    A ideia da marca japonesa é agarrar clientes pelo bolso -- e não soltá-los nunca mais. Tanto Etios quanto Corolla agora fazem parte do Ciclo Toyota. O programa funciona assim: o cliente chega com sinal mínimo de 30% e o restante é financiado pelo Banco Toyota em planos de 12 a 36 prestações. Para o Etios X manual, os juros são de 0,99% a.m., enquanto para as outras versões a taxa sobe para 1,29% a.m. No fim do financiamento é que vem a estratégia para segurar o cliente. Afinal, neste plano está prevista uma parcela residual que não pode ultrapassar metade do valor total do veículo comprado. Só que este residual poderá ser usado na troca por outro Toyota juntamente com o carro usado – as revendas Toyota se comprometem a pagar 85% da tabela Fipe pelo seminovo, no mínimo. Mais uma vez é preciso ficar atento às letras miúdas: só entram nesses os usado que tenham feito as revisões programadas e não rodaram mais de 15.000 km por ano, em média. E o cliente precisa manifestar o desejo de compra nesse sistema 30 dias antes do vencimento da parcela residual. Fizemos uma pesquisa junto às revendas em cima do Etios XS, que custa R$ 49.135. Com entrada de R$ 19.654 (40%), o financiamento fica em 36 prestações de R$ 671. A última parcela residual ficará em 40% também: R$ 19.654.

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    Ford e Renault: taxa zero

    Várias marcas mantêm a velha e eficaz estratégia da taxa zero. A Ford acena com planos para as linhas Ka, Ka+, EcoSport e Fusion. O Ka SE 1.0, por exemplo, que custa iniciais R$ 39.990, pode ser financiado em 18 parcelas de R$ 828 com 0% a.m. Porém, é preciso arcar com sinal de 65% (R$ 25.993,50). Mas não precisa ficar só com as versões básicas. O Renault Sandero Expression 1.6 (ar-condicionado, central multimídia com GPS e sensor de ré) sai por R$ 43.990. A entrada do financiamento com taxa zero é alta, R$ 28.593 (65%), mas o saldo pode ser financiado em 30 parcelas de R$ 522. Logan e Duster também estão no pacote de ofertas desta campanha, chamada Outlet Renault. Lembre-se, contudo, que a taxa de juros pode ser zero, mas há outras alíquotas que entram no negócio. IOF e taxas de abertura de crédito fazem parte de qualquer operação de financiamento.