Roubos de motos de luxo têm disparada em SP; veja preferidas dos bandidos
Os casos de roubo de motos com cilindrada igual ou maior do que 500 cm³ tiveram uma disparada de 65,4% em outubro na comparação com setembro no Estado de São Paulo.
Em outubro, foram registradas 407 ocorrências do tipo, nas quais há uso de violência ou ameaça contra a vítima. No mês anterior, foram 246 casos.
Trata-se do maior número registrado em 2022 e outubro foi o quatro mês seguido de elevação.
Os dados acima foram compilados pela empresa de rastreamento veicular Ituran, com base nos dados mais recentes disponibilizados no portal da transparência da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo.
Segundo o levantamento, de janeiro a outubro houve 2.689 registros de roubos e furtos de motocicletas de alta cilindrada no estado, dos quais 81,26% correspondem a roubos.
Considerando todas as motos, independentemente da cilindrada, houve 108.438 roubos e furtos no mesmo período - elevação de 15% na comparação com os primeiros dez meses de 2021.
Motos grandes são usadas em outros crimes
É verdade que os modelos com motor de 500 cm³ ou maiores representam uma pequena parcela do total de ocorrências, mas isso não deixa de ser preocupante.
Rodrigo Boutti, gerente de operações da Ituran, destaca que as motos mais caras e potentes são usadas para a prática de outros crimes.
"As motos de alta cilindrada são usadas pelos bandidos para cometerem outros delitos, já que são potentes e facilitam as fugas. Esse tipo de motocicleta também é utilizado para ostentação dos criminosos nas redes sociais e nas respectivas comunidades", diz o especialista na recuperação de veículos.
Boutti acrescenta que os modelos mais visados, dentre as motos mais potentes, são justamente aqueles do tipo big trail, pois são capazes de trafegar em terrenos não pavimentados
"São perfeitas para bandidos, pois têm suspensões e guidão altos e literalmente passam por cima de tudo. Além disso, são rápidas", diz o especialista, que aponta que essas motocicletas maiores são geralmente abandonadas após o uso.
Por outro lado, aquelas de menor cilindrada têm outro fim: vão parar em desmanches ilegais para a posterior venda das respectivas peças. Nesse caso, o perfil dos crimes se inverte: o predomínio é de furtos (81,26% das ocorrências envolvendo motor com motor abaixo de 500 cm³).
"Nesse caso, os furtos predominam porque são um crime muito mais ameno no Código Penal e difícil de provar. Os criminosos só roubam veículos que não conseguem furtar, no caso de motos maiores, devido a tecnologias embarcadas que previnem a prática", explica Boutti.
Ataques em rodovias
As estatísticas envolvendo os roubos e furtos de motos grandes demonstram o perfil das vítimas: pessoas que usam suas motocicletas em passeios de fim de semana e costumam fazer os demais deslocamentos de carro.
Conforme a Ituran, a maior parte dos ataques envolvendo modelos de grande cilindrada acontece justamente em rodovias ou avenidas que dão acesso a elas.
De janeiro a outubro de 2022, a Rodovia dos Imigrantes é a via com mais ocorrências (22), seguida pela Avenida Aricanduva, na capital paulista, com 17, e pela Rodovia Presidente Dutra, com 14.
Não é por acaso que os dias da semana com maior quantidade de roubos e furtos de motos grandes são sábado, com 484 ocorrências, e domingo (766) - são justamente os dias que concentram os passeios com esse tipo de moto.
Veja abaixo as motocicletas de alta cilindrada preferidas pelos criminosos de janeiro a outubro de 2022.
As 10 motos mais roubadas ou furtadas em SP
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Honda CB 500
313 roubos ou furtos em 2022
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Honda CB 600F Hornet
147 roubos ou furtos em 2022
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BMW F 650 GS
129 roubos ou furtos em 2022
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BMW F 800 GS
128 roubos ou furtos em 2022
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Kawasaki Versys 650
95 roubos ou furtos em 2022
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Triumph Tiger 1200
94 roubos ou furtos em 2022
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Yamaha XJ6 N
72 roubos ou furtos em 2022
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BMW R 1250 GS
69 roubos ou furtos em 2022
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Yamaha MT-07
69 roubos ou furtos em 2022
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Honda NC 750X
68 roubos ou furtos em 2022
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