Roubos e furtos de SUVs têm alta de 27% em SP; veja os alvos dos ladrões

Responsáveis por quase 47% dos emplacamentos de carros novos no Brasil, os SUVs estão cada vez mais na mira dos criminosos.

O número de roubos e furtos de utilitários esportivos, durante os dois primeiros meses de 2023, apresentou alta de 26,6% na comparação com igual período de 2022 no Estado de São Paulo.

É o que aponta levantamento da empresa de rastreamento veicular Ituran, com base no balanço mais recente desse tipo de ocorrência disponibilizado no site da Secretaria da Segurança Pública do governo de São Paulo.

O que aconteceu?

Segundo o estudo, obtido com exclusividade por UOL Carros, em janeiro e fevereiro deste ano foram registrados 1.557 casos de roubos e furtos de veículos, contra 1.230 no primeiro bimestre do ano passado.

Considerando a média de casos diários, também houve alta: foram 26 ocorrências no primeiro bimestre de 2023 contra 20 nos primeiros dois meses do ano passado. A elevação foi de 27,4%.

Nos dois primeiros meses deste ano, o SUV mais visado pelos ladrões foi o Ford EcoSport, que acumula 178 casos de furto ou roubo - quando o bem é subtraído mediante violência ou ameaça.

A segunda colocação ficou com o Jeep Compass, com 150 exemplares roubados ou furtados no mesmo período.

Por que número de casos aumentou

O aumento nos casos de roubo e furto de veículos em São Paulo está diretamente relacionado ao consumo de peças usadas em desmanches ilegais e na internet, tendo em vista a recessão econômica. Como os SUVs lideram as vendas de carros novos, é natural que haja maior demanda por componentes roubados ou furtados para essa categoria de veículo" Rodrigo Boutti, gerente da Ituran

De acordo com Boutti, outros motivos justificam a busca por itens de reposição roubados ou furtados:

Falta de insumos eletrônicos no mercado de reposição

Envelhecimento da frota por conta dos altos preços de veículos zero-quilômetro

Aumento de empregos informais (delivery, transporte de passageiros por aplicativos)

Os carros e motos novos ficaram muito caros e também há falta de modelos zero-quilômetro devido à escassez de microchips. Dessa forma, a frota está envelhecendo e cresceu a demanda por peças de reposição para veículos usados, inclusive componentes fornecidos por desmanches ilegais".

Criminosos preferem o roubo

Considerando as ocorrências registradas no estado paulista envolvendo SUVs, 50,7% delas corresponderam a roubos, com emprego de violência ou ameaça, contra 49,3% de furtos.

Quando consideramos todas as categorias de veículos, a situação se inverte: a quantidade de furtos costuma ser consideravelmente maior em relação aos roubos, já que é um crime mais ameno no Código Penal e difícil de provar.

Boutti explica por que os utilitários esportivos têm mais casos de roubos do que outros tipos de automóvel.

Via de regra, os SUVs trazem de fábrica mais tecnologia embarcada que previne furto comum. No geral, são carros que despertam uma certa impressão de status para os bandidos. Por isso, viram alvo de roubos quando surge uma oportunidade" Rodrigo Boutti, da Ituran

Ele acrescenta que o roubo pode ser motivado para a prática de outros delitos, como fugas ou a subtração de bens que estejam com a vítima.

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