Roubos e furtos de SUVs voltam a subir em SP; veja preferidos dos bandidos

Em um ano, os SUVs aumentaram sua fatia nas vendas de carros novos no Brasil em 8%.

Em maio de 2022, representavam 46% dos emplacamentos de automóveis zero-quilômetro comercializados e, agora, subiram para 54%.

Nesse mesmo período, os utilitários esportivos também despertaram interesse dos criminosos, o que resultou em aumento nos roubos e nos furtos desse tipo de veículo.

Para dar uma ideia disso, nos quatro primeiros meses de 2023 foram registrados 3.018 ocorrências do tipo envolvendo SUVs no Estado de São Paulo - alta de 10% em relação ao ano anterior.

Nos primeiros dois meses de 2023, o número de roubos e furtos de utilitários esportivos já havia aumentado em 26,6% em comparação ao mesmo período de 2022 no Estado.

Os dados acima foram fornecidos com exclusividade a UOL Carros pela consultoria de segurança B4 Risk, com base no mais recente relatório de ocorrências desse tipo disponível no site da Secretaria da Segurança Pública do governo de São Paulo.

De acordo com o estudo, entre janeiro e abril deste ano, foram registrados 3.018 casos de roubos e furtos de veículos de todas as categorias, ante 2.741 no primeiro quadrimestre do ano passado.

Entre janeiro e abril, o SUV mais visado pelos criminosos foi o Ford EcoSport, com um total de 315 casos de furto ou roubo - quando o bem é retirado através de violência ou ameaça.

A segunda posição foi ocupada pelo Jeep Renegade, com 281 unidades roubadas ou furtadas no mesmo período, seguido pelo Compass, com 268 casos.

Por que o número de ocorrências aumentou

O aumento nos casos de roubo e furto de veículos em São Paulo está diretamente relacionado à demanda por peças de reposição usadas em desmanches ilegais e na internet, motivado pela recessão econômica.

Como os SUVs lideram as vendas de carros novos, é natural que haja uma maior procura por componentes roubados ou furtados para essa categoria de veículo, explica Rodrigo Boutti, da B4 Risk.

Além disso, os automóveis novos se tornaram muito caros e também há escassez de modelos zero-quilômetro devido à falta de microchips. Como resultado, a frota está envelhecendo e a demanda por peças de reposição para veículos usados, incluindo componentes fornecidos por desmanches ilegais, aumentou.

Criminosos preferem abordar vítima

Considerando as ocorrências registradas no estado paulista envolvendo SUVs, 52,49% delas foram roubos, com o uso de violência ou ameaça, em comparação com 47,51% de furtos.

Quando levamos em conta todas as categorias de veículos, a situação se inverte: a quantidade de furtos geralmente é consideravelmente maior do que a de roubos, pois é um crime menos grave no Código Penal e mais difícil de provar.

Boutti explica por que os utilitários esportivos têm mais casos de roubos do que outros tipos de automóvel.

Via de regra, os SUVs trazem de fábrica mais tecnologia embarcada que previne furto comum. No geral, são carros que despertam uma certa impressão de status para os bandidos. Por isso, viram alvo de roubos quando surge uma oportunidade" Rodrigo Boutti, consultor de segurança pública da B4 Risk.

Ele acrescenta que o roubo pode ser motivado para a prática de outros delitos, como fugas ou a subtração de bens que estejam com a vítima.

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