Viagem nas férias: saiba como levar crianças e bichinhos com segurança
Colaboração para o UOL, do Rio (RJ)
27/12/2018 08h00
Crianças no carro acenando pelo vidro de trás penduradas no encosto do banco. Cães com a língua para fora na janela. Fofo, não? Não. Nesta situação, o motorista está infringindo leis de trânsito e ainda deixando todos no carro vulneráveis a ferimentos graves e fatais em caso de acidente.
Criança e animais soltos dentro do carro correm risco de morte; e podem ferir gravemente os outros passageiros.
Os pequenos devem usar cadeiras ou assentos específicos para a sua idade. Dispositivos de retenção também são obrigatórios para animais de estimação a bordo do veículo.
Bom lembrar que a cada dia quatro crianças morrem no trânsito brasileiro -- com base em dados do DataSUS de 2016. Elas também estão entre as principais vítimas fatais nas contas globais da OMS. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), transportar crianças no carro sem usar o dispositivo infantil de retenção veicular é infração gravíssima. Já os bichinhos sem proteção constitui infração grave.
Objetos e malas também têm seu espaço
E não se esqueça, mesmo com o cuidado de transportar crianças e animais de forma correta, é preciso pensar na bagagem, que não pode ser levada fora do local correto: porta-malas e bagageiros de teto. É bom ficar atento ao limite dos bancos traseiros em hatches, peruas, SUVs e minivans. Os volumes não podem ultrapassar essa linha imaginária e obstruir a visibilidade do motorista, o que constituiria infração média. Lembre-se que objetos soltos se movimentarão de forma violenta dentro da cabine em uma colisão e ferir gravemente os passageiros -- adultos, crianças e bichinhos.
Veja mais dicas abaixo:
Todo mundo em seu lugar
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O problema de alguém estar solto
Crianças soltas dentro do veículo podem morrer em um acidente e também provocar ferimentos nos outros ocupantes. A uma velocidade de 70 km/h, uma criança de 15 kg terá uma força de impacto de uma tonelada e meia. Quer dizer, vai virar um elefante dentro do carro. Ela pode ser projetada contra o para-brisa ou os vidros laterais e sofrer ferimentos graves -- ou letais -- na cabeça e nos membros, como fraturas e hemorragias. Se o corpo for projetado contra o encosto do banco dianteiro, esta força ainda pode esmagar o passageiro da frente contra o painel ou o airbag inflado, provocando mais feridos ou mortos. "Quando o caro está em movimento existe energia armazenada em cada corpo. Quando ocorre a desaceleração, essa energia é liberada e tem uma força de impacto centenas de vezes multiplicada. Ou seja: qualquer volume não retido dentro do veículo é perigoso, até mesmo uma garrafa solta. Na hora que bate, aquilo vira uma bala de canhão", adverte o médico Alberto Sabbag, diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet). "Como a criança tem proporção de cabeça maior, essa é a parte do corpo que se projeta com mais força em uma colisão. E como tem estrutura óssea que já não é tão resistente, o acidente tende a ser fatal", diz Sabbag. Além disso, tem o efeito surpresa. Crianças e animais livres no interior do carro podem tentar passar para a frente e atrapalhar o motorista.
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Bebês e recém-nascidos
Até o primeiro ano de vida -- ou até os 13 kg (vale se informar com o pediatra) -- os pequenos devem ser levados no chamado "bebê-conforto", devidamente preso ao cinto de segurança conforme instruções do manual do fabricante. O assento deve estar sempre virado de costas para o motorista. Isso mesmo, o bebê viaja olhando para a parte de trás do carro, de preferência no assento central do banco traseiro. Desta forma, a coluna cervical do bebê estará mais protegida em caso de deslocamento abrupto ocasionado por colisão.
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De 1 a 4 anos
Nesta faixa etária as crianças têm de utilizar a "cadeirinha", como é popularmente conhecida. O dispositivo de retenção infantil deve estar na posição vertical e voltado para a frente. Na maioria dos modelos, é preciso passar o cinto de segurança do carro pela parte de trás do equipamento e afivelá-lo. Além disso, a criança deve ser presa ao cinto da cadeirinha. Siga as instruções do fabricante. As cadeiras tipo Isofix são mais práticas e eficientes. Elas são fixadas através de engrenagens de metal diretamente à estrutura do carro em um padrão adotado internacionalmente -- vários modelos no Brasil, inclusive subcompactos, oferecem o sistema de ancoragem. A questão é que só existe assento Isofix importado, geralmente com preços acima dos R$ 500.
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Booster ou assento de elevação
Só é permitido para crianças que tenham, pelo menos, 1,45 m de altura, e entre 15 kg e 36 kg de peso. Só pode ser utilizado no banco de trás em conjunto com o cinto de três pontos. Esse tipo de assento permite que a criança fique na altura do cinto do carro, sem o risco de escorregar ou de a faixa do cinto ferir o pescoço.
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Nada de colo
Por mais que a mãe ou o pai estejam presos ao cinto de segurança com a criança no colo, não conseguirão segurar a criança em uma desaceleração forte. Em resumo: o adulto fica preso e o pequeno escorre pelos braços. Também de nada adianta ter duas crianças usando o mesmo cinto.
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Vale para os adultos
De nada vale a criança estar corretamente presa na cadeirinha e um adulto mala, que não quis usar o cinto, estar ao lado. Pessoas soltas dentro do veículo também vão se deslocar com violência num acidente e podem esmagar o bebê numa situação dessas.
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Direto para o lixo
Em caso de acidente a cadeirinha deve ser descartada. Mesmo que ela aparente estar em perfeito estado, pode ter sido danificada internamente, comprometendo a eficácia do equipamento.
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Bicho solto
Vamos repetir, pois é importante: qualquer ser ou objeto solto dentro do carro vira um projétil dentro da cabine em caso de uma colisão. Isso porque aquela massa solta terá até 50 vezes a mais que o peso original. Ou seja: vai se deslocar dentro do habitáculo e ferir outros passageiros, mesmo que estes estejam com cinto de segurança. Falamos de crianças e adultos, repetimos para os "pets".
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Onde levar o bichinho
Animal de estimação deve ser levado com algum dispositivo de retenção. Existem vários tipos e é preciso observar o porte do seu bichinho. Tem cinto peitoral que fica atrelado ao cinto do carro, cestinha aberta maleável, gaiolas de fibra com alças que permitem fixar no cinto do veículo e até acessórios que transformam o porta-mala de hatches e SUVs em um mini canil. E nada de levar o pet na caçamba da picape ou no colo. A condução de animais pessoas nas partes externas do veículo é considerada infração grave pelo CTB. E motorista com pessoas, animais ou volumes à sua esquerda ou entre os braços e pernas está cometendo infração média.
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Pergunte ao veterinário
Se a viagem for longa, procure um veterinário e peça orientação ou um calmante apropriado para o seu amigo de estimação não ficar agitado.