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Triumph Bonneville T100 celebra 110 anos da marca com estilo

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Imagem: Divulgação

Arthur Caldeira

Da Infomoto, em Hinckley (Inglaterra)

20/09/2012 08h00

Qualquer um que se interesse por motos certamente já ouviu falar da Triumph Bonneville. Lançada em 1959, a motocicleta era dotada de uma ciclística ágil, motor bicilíndrico e design inconfundível. Logo se tornou um ícone dos anos dourados das motos inglesas, entre as décadas de 1960 e 1970. De tão clássico, o modelo continua até hoje no line-up da fabricante.

A Bonneville produzida na fábrica da marca em Hinckley, na Inglaterra, foi modernizada. Seu tradicional motor de dois cilindros paralelos, quadro, suspensões e freios trazem especificações dignas de motos atuais. O que não mudou foi o visual clássico. Ainda bem.

A versão T100 celebra os 110 anos da Triumph, aniversariados neste ano. Com fabricação limitada a 1.000 unidades, a 110th Anniversary Edition Bonneville tem o charme de trazer uma gravura com o número de série da moto, de 0 a 1.000 -- a avaliada foi a de número 5. Outro detalhe fica por conta da pintura prata e verde, que remete às cores da primeira motocicleta Triumph fabricada em 1902.

VIAGEM NO TEMPO
Montar em uma motocicleta com o desenho típico dos anos 60 é praticamente uma viagem no tempo. Até dar a partida por meio de um botão, o que acaba com a graça e te faz voltar a 2012. Mesmo com temperatura amena, na casa dos 15°C, o propulsor de dois cilindros -- paralelos, com capacidade cúbica de 865 cm³ -- ligou com facilidade.

A motocicleta era equipada com injeção eletrônica multiponto, mas os corpos dos carburadores foram mantidos para não acabar com o estilo retrô. Os bicos injetores estão nos dutos e ainda existe um afogador para auxiliar as partidas a frio. O bicilíndrico é refrigerado a ar, mas traz radiador de óleo para auxiliar.

Com especificações espartanas, o desempenho da Bonneville é modesto, mas dentro de sua proposta: são 68 cv a 7.500 rpm e 6,9 kgfm de torque a 5.800 rpm. Na prática, o motor mostrou-se elástico e com bastante força a partir de 3.000 giros, não exigindo muitas trocas de marchas do câmbio de cinco velocidades. Veja a ficha técnica:

Triumph Bonneville T100
+ Motor: Dois cilindros paralelos, DOHC e refrigeração a ar.
+ Potência: 68 cv a 7.500 rpm.
+ Torque: 6,9 kgfm a 5.800 rpm.
+ Câmbio: Cinco marchas.
+ Alimentação: Injeção eletrônica.
+ Dimensões: 2.230 mm x 740 mm x 1.100 mm (CxLxA).
+ Peso: 225 kg.
+ Tanque: 16 litros.
+ Preço: n/d.

CICLÍSTICA
A posição de pilotagem é bastante urbana e confortável -- faz lembrar a de motos Honda da década de 1970 e até mesmo a CB 400 dos anos 1980 -- afinal, aonde você acha que os japoneses aprenderam a fazer suas motos? (Aliás, marcas como Honda, Yamaha, Kawasaki e Suzuki, que produzem em larga escala, foram as responsáveis por fazerem várias fábricas inglesas a fecharem suas portas).

O guidão é curvado para trás e permite posicionar-se de forma bem ereta. Porém, o banco plano e sem muita espuma cansa. Vale lembrar que estamos falando de uma moto urbana, apesar do visual estradeiro.

Este visual totalmente naked (sem carenagem), aliás, não permite velocidades muito altas. Acima de 120 km/h (na Inglaterra é permitido rodar em velocidades superiores à nossa), o vento incomoda. O intervalo de ignição de 360° -- em que os dois cilindros trabalham separadamente -- faz com que as vibrações em altos giros sejam sentidas nos pés.

ÁGIL
Uma qualidade que fez da Bonneville um sucesso no passado foi sua ciclística ágil. O quadro berço simples em aço permite mudanças de direção com facilidade e estabilidade em alta velocidade. É claro que na versão atual essas qualidades foram aprimoradas: o conjunto de suspensões, apesar da receita tradicional, usa garfo telescópico convencional na dianteira e sistema bichoque com conjunto mola-amortecedor na traseira. Os materiais são todos de alta qualidade.

Os freios também têm grife: dois discos Nissin (310 mm de diâmetro na frente e 255 mm, atrás) mordidos por pinças de dois pistões. Números modestos, porém eficientes para frear tranquilamente os 225 kg da Bonneville T100.

  • A grande placa amarela da Inglaterra "atrapalha"
    a beleza da Boneville, mas isso é o de menos: difícil mesmo foi acostumar com a mão inglesa

URBANA
Percorremos cerca de 300 km com a moto na região de Cotswold, no centro oeste da Inglaterra, passando por Stratford-upon-Avon, cidade onde nasceu o dramaturgo William Shakespeare, e outros pequenos vilarejos.

No trajeto, o conjunto de suspensões mostrou-se bem macio e absorvia com facilidade as poucas imperfeições do piso e alguns obstáculos. A Triumph Bonneville T100 cumpre o que promete: ser uma moto urbana, versátil (já que pode encarar uma viagem, desde que não seja muito longa) e cheia de estilo.

A fabricante volta a operar oficialmente no Brasil a partir de outubro -- com fábrica própria em Manaus (AM), onde serão montados alguns modelos pelo processo CKD. Ainda não há confirmação oficial sobre quais modelos serão vendidos no país, mas por se tratar de uma moto emblemática e histórica da Triumph, a Bonneville certamente estará entre elas.