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Engenheiro da Suzuki explica o desafio de construir bigtrail perfeita

Carlos Bazela

Da Infomoto

16/07/2013 19h45Atualizada em 17/07/2013 16h08

Como se reinventa um modelo? Esta foi a dúvida da Suzuki durante dois anos, até o Salão de Colônia, na Alemanha, em 2012. Na ocasião, a marca apresentou o conceito DL 1000, nova roupagem para a conhecida versão de um litro da V-Strom.

Fora do line-up da marca desde 2010, o retorno da moto significa também a volta da Suzuki a um dos segmentos mais disputados da Europa: bigtrails com vocação tourer.

Assim, aproveitando que o conceito já mostrava visual e mecânica de modelo final, a Suzuki anunciou nas últimas semanas a produção da nova V-Strom para 2014.

CONHEÇA SEU PILOTO
Para entender melhor o que muda na nova V-Strom 1000, Tomohira Ichimaru, engenheiro de Planejamento de Produto da Suzuki no Japão, falou sobre o processo de desenvolvimento da moto, cuja primeira preocupação foi em relação à pilotagem.

"Focamos na construção de uma moto com desempenho de modelo de grande capacidade cúbica, mas no qual o piloto pudesse aproveitar uma pilotagem confortável e com grande maneabilidade”, comenta o engenheiro.

Ichimaru afirma que para desenvolver a moto perfeita, é preciso conhecer quem pilota. Para isso, a equipe de desenvolvimento da Suzuki foi para a estrada e conversou com motociclistas e concessionários enquanto viajava pelo Velho Mundo.

"Conduzimos um estudo na Europa e descobrimos que quem pilota esse tipo de moto é experiente, habilidoso e tem pleno conhecimento do assunto. Também foi uma ótima oportunidade para entender as condições de uso nas estradas pelo ponto de vista do cliente", afirmou.

O MESTRE

  • Divulgação

    A escolha de Tomohira Ichimaru (foto) para chefiar o departamento de Planejamento de Produto no desenvolvimento da V-Strom pode ser um dos fatores responsáveis pelo sucesso da moto, que chega ao mercado em 2014.

    Empregado pela Suzuki desde 1997, Ichimaru foi nomeado responsável pelo desenvolvimento da V-Strom 650 e aproveitou sua experiência para a concepção da nova V-Strom 1000. Além disso, também é motociclista e dono de uma V-Strom 650 A. "Durante o desenvolvimento do projeto, fiquei tão satisfeito e confiante, que comprei uma", revela.

CONHEÇA SEU ADVERSÁRIO
O estudo também serviu para a equipe descobrir pontos fracos das bigtrails concorrentes: porte abrutalhado e o peso. "Aprendemos que os consumidores usam suas motos para deslocamentos no dia a dia e viagens de um mês. Percebemos que o tamanho e o peso podem comprometer o desempenho em passeios urbanos ou caminhos sinuosos", revelou.

A solução foi centrar esforços na redução de massa. "Trabalhamos para cortar peso de onde fosse possível", comenta. Segundo ele, o trabalho deu fruto e aumentou a maneabilidade da moto. Ela ficou mais fácil de ser levantada e ainda melhorou o desempenho em curvas, ficando mais ágil nas mudanças de direção.

O engenheiro explica que outro desafio era fazer o piloto colocar o pé no chão, ao parar a moto ou realizar manobras. "Conseguimos isso dando atenção especial à altura do assento, à sua forma e ao design esguio do motor", diz Ichimaru.

SAIBA SEU OBJETIVO
Por enquanto, sabe-se que a nova versão da V-Strom estará equipada com um motor V2 de aproximadamente 1.000 cc. "No momento, não podemos revelar os detalhes das mudanças e melhorias, mas o propulsor será feito com base no da V-Strom original, e terá peças redesenhadas e refinadas para melhorar o desempenho em baixos e médios regimes de rotação", afirma o engenheiro.

Ainda de acordo com ele, a nova bigtrail contará com freios ABS (de série) e será o primeiro modelo de produção da Suzuki com controle de tração.

No design, a marca japonesa investiu em linhas alusivas às bigtrails produzidas pela marca no final da década de 1980. Desta forma, o farol único em forma de losango aposenta o conjunto óptico duplo das últimas versões e o para-brisa, que antes era mais curvado e transpirava esportividade, volta a ser reto e mais alto para dissipar rajadas de vento.

Outra novidade é que a moto passará a contar com para-lama superior elevado, o "bico de pato", que receberá pequenas entradas de ar para auxiliar na aerodinâmica e no arrefecimento. A peça, aliás, se tornou marca registrada de bigtrails aventureiras e foi incorporada por diversas marcas. A carenagem lateral complementa o tanque com linhas robustas que diferem de outras encarnações do modelo.