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Suzuki Gladius 650 é naked amigável para iniciantes

Roberto Brandão Filho

Da Infomoto

26/09/2013 11h44

Praticamente todas as marcas vendem modelos naked (sem carenagem) no Brasil. Com o segmento de motos "nuas" em alta, a Sukuzi incorporou mais uma opção em sua linha, a Gladius 650. Com um motor bicilíndrico em V, o modelo aposta em sua praticidade e facilidade de pilotagem para conquistar o consumidor. O modelo sai por R$ 26.990.

Na Europa, a Gladius usa a sigla SFV 650. E sua proposta fica clara quando deciframos as siglas utilizadas pela montadora: S de "Stylish" (estilosa, em inglês), F de Friendly (amigável) e V em referência à arquitetura de seu motor. Assim, o principal público do produto e o iniciante que está querendo subir de categoria e se aventurar nas motos de maior cilindrada.

A naked compartilha do mesmo motor bicilíndrico em V a 90° de 645 cm³ e arrefecimento líquido da nova versão da trail de média cilindrada da Suzuki, a V-Strom 650. Na Gladius, com algumas alterações, ele entrega um pouco mais de potencia: 72 cv a 8.400 rpm e 6,52 kgfm de torque aos 6.400 giros.

A Suzuki também trocou as molas duplas das quatro válvulas por cilindro por molas simples, que diminuem a perda mecânica e garantem um funcionamento mais suave. Na prática, quando o motor está trabalhando, o piloto mal sente a vibração tão comum dos bicilíndricos em V. Aos 120 km/h em sexta marcha, por exemplo, a sensação que o condutor tem é de estar bem abaixo dessa marca, tamanha a suavidade de funcionamento e a ausência de vibração do propulsor. O ruim é que o ronco do motor não condiz com o desempenho da moto.

Há dupla borboleta de aceleração no corpo injetor (SDTV), controle de marcha lenta para reduzir a emissão de gases (TI-ISC) e módulo de gerenciamento do motor (ECM) mais atual. O motor cresce de forma linear, com força em todas as faixas de giros desde os 3.000 rpm. Isso faxz com que, na cidade ou na estrada, o condutor utilize a caixa de câmbio poucas vezes, já que o propulsor não sofre em retomadas, mesmo em baixa velocidade e com marchas altas engatadas.

GUIANDO
Voltada para pilotos com menos experiência, que procuram uma moto de fácil condução, a ciclística da Gladius não é ideal para uma pilotagem mais esportiva. As configurações que saem de fábrica são mais voltadas para o conforto no dia-a-dia, com uma atuação mais macia, e copiam com perfeição as irregularidades do asfalto. Sem mexer nas regulagens, na hora de fazer curvas mais rápidas e pedindo uma esportividade maior da motocicleta, o piloto sentirá certo desconforto com o rápido retorno da frente e com uma traseira um pouco “solta”. Mas nada que ajustes não possam resolver.
 
O quadro em treliça conta com garfos telescópicos convencionais de 124 mm de curso com ajuste na pré-carga da mola, na dianteira; e balança traseira feita em aço com um conjunto mola-amortecedor com sete regulagens da pré-carga da mola e 129 mm de curso. O conjunto de freios é eficiente, mas não há opção de ABS para a Gladius no Brasil -- o sistema é oferecido por todas as concorrentes.
 
A posição de pilotagem mais ereta e as pedaleiras um pouco recuadas deixam o condutor em total controle da motocicleta e com bao visibilidade. O banco baixo ajuda nas manobras e permite que os pilotos coloquem os pés no chão com mais facilidade. No entanto, a espuma fina causa desconforto em viagens longas e o ângulo do esterço pode atrapalhar um pouco durante as mudanças de direção em baixa velocidade.

Durante o teste, a Gladius 650 teve um bom consumo de combustível. Numa tocada mais urbana, com a motocicleta rodando até os 8.000 rpm e fazendo poucas mudanças de marcha, fez  21,2 km/l. Já na estrada e em trechos sinuosos (serras), onde o motor é mais exigido, a naked V2 “bebeu” um pouco mais: 17,3 km/l.

MARCANTE
O design é claramente inspirado nas modernas nakeds europeias.  quadro de aço em treliça aparente, as linhas arredondadas do tanque, o farol dianteiro em formato “diamante” e a rabeta minimalista com a lanterna traseira embutida conferem uma personalidade marcante e urbana. E o nome Gladius é uma referencia aos gladiadores do Império Romano, que dominou a Europa.

Simplista, o modelo não traz muitos equipamentos eletrônicos e o painel de instrumentos é espartano. Não marcador de combustível, apenas um odômetro que indica a distância percorrida na reserva.

CONCLUSÃO
O desempenho da motocicleta dentro da cidade é irrepreensível. Confortável, econômica para seu tamanho, forte, rápida e ágil. Cumpre a proposta de ser um “upgrade” para jovens iniciantes que queiram uma naked amigável e fácil de pilotar. Por R$ 26.990, a nova Gladius 650 tem uma boa relação custo-benefício que fará sentido na garagem de muitos motociclistas.

Na mesma faixa de preço há concorrentes de diferentes características, com outras propostas e atrativos. A principal rival de motor bicilíndrico é a Kawasaki ER-6n, que custa menos na versão standard (R$ 25.990) e ainda oferece ABS por mais R$ 1.890. Já a Yamaha Xj6, de quatro cilindros em linha, sai por R$ 28.430.