Menor Ducati Streetfighter, 848 ainda pede "gente grande" ao guidão
A cultura de motos streetfighter (lutadoras de rua, na tradução do inglês) nasceu no norte da Europa, durante as décadas de 1970 e 80. Basicamente, era uma motocicleta superesportiva tunada, sem carenagens laterais e frontal, equipada com guidão mais alto e com motor modificado para alcançar maior desempenho em comparação às motos naked. Depois de algumas décadas, a Ducati fez o mesmo, preparando motocicletas nesse estilo direto da fábrica para o consumidor final.
Quando a primeira Ducati Streetfighter foi apresentada ao público, em novembro de 2008, durante o Salão de Motos de Milão (Itália), foi eleita a máquina mais bonita do evento. Porém, a única versão disponível era a de 1.098 cm³, o que levou a fabricante a ouvir críticas de clientes e da imprensa especializada.
No final de 2011, a companhia resolveu lançar um modelo mais amigável aos menos experientes, apresentando a Streetfighter 848, inspirada na 848 EVO e equipada com propulsor de menor capacidade cúbica. Segundo a própria empresa, o público-alvo seria formado justamente por motociclistas que buscavam um equipamento com atitude, porém utilizável no dia a dia. A máquina é vendida atualmente a R$ 52.900.
DESPIDA PARA MATAR
As linhas angulosas e agressivas da Streetfighter 848 são intimidadoras e, ao mesmo tempo, atraentes. A aparência brutal está presente do conjunto óptico à rabeta, enquanto os traços curvados não deixam dúvidas quanto ao estilo streetfighter. A posição de pilotagem inclinada para a frente entrega lado mais esportivo.
Motor da 848 é basicamente o mesmo de outra Ducati, a 848 EVO, porém com mais torque
Apesar do perfil impetuoso, ela é confortável e muito divertida de pilotar. O peso total do conjunto é leve, 169 kg a seco. Já o painel de instrumentos, totalmente digital e com desenho em alusão ao farol dianteiro, traz as informações básicas de seleção de mapas do motor e controle de tração.
MOTOR E TECNOLOGIA
Apesar de equipada com o mesmo motor DOHC (duplo comando de válvula) com dois cilindros em L e 849 cm³ utilizada na 848 EVO, a Ducati Streetfighter 848 sofreu algumas alterações internas no intuito de oferecer mais torque em todas as faixas de rotação. O propulsor gera até 132 cv a 10 mil giros, e torque máximo de 9,5 kgfm a 9.500 rpm. As respostas são rápidas e agressivas, porém lineares.
Assim como todas as motos atuais da marca, a Streetfighter 848 traz de série o DTC, o controle de tração da Ducati, com oito níveis de ajuste. O acesso ao DTC é feito por um botão localizado no punho esquerdo e pode ser visualizado no painel de instrumentos. Cada nível é pré-programado para diferentes estilos de pilotagem e situações.
NA PISTA
A versão menor da Streetfighter foi, sim, concebida para ser menos agressiva do que sua irmã maior. Mesmo assim, se quiser tirar o máximo dessa motocicleta, é preciso ser um motociclista com experiência e estar em um circuito de verdade.
Uma volta na pista de testes da Pirelli, no interior de São Paulo, por exemplo, revela a real capacidade da 848 e desafia o piloto. Nesta condição, o ideal é endurecer a suspensão, permitindo uma tocada mais esportiva.
Diferente da superbike 848 EVO, os freios não são monobloco, mas sim montados radialmente. Isso não significa que funcionem mau, pelo contrário: eles não têm aquela "mordida" agressiva das pinças monobloco, até porque a motocicleta não precisa de tudo isso. A frenagem é segura e estável, mesmo sem o auxílio do sistema ABS.
Nas mudanças rápidas de direção, a Street 848 se mostra estável e ágil, tanto na entrada quanto na saída das curvas. Parte disso vem dos pneus, desenvolvidos com tecnologia usada no Mundial de Superbike. No fim, fica a sensação de que o guidão aberto, somado à firme suspensão e ao largo pneu traseiro -- que oferece maior contato da borracha com o solo -- copia o solo para o piloto com precisão.
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