Benelli TNT 899, R$ 38.990, mostra que tem futuro promissor no país
Durante o Salão Duas Rodas 2013, a Benelli anunciou oficialmente sua chegada ao Brasil e apresentou cinco modelos que serão comercializados no país.
CARTÃO DE CHEGADA
Um dos modelos escolhidos para a estreia foi a naked TNT 899, montada por sistema CKD pela Bramont em Manaus (AM). Por R$ 38.990. a máquina já está à venda nas cores branca, preta e cinza fosca.
Sino-italiana
A história da Benelli começou há mais de um século, em 1911, quando Teresa Benelli investiu todo o dinheiro de sua família em uma fábrica de motos para dar estabilidade financeira aos seus seis filhos. Sete anos depois, em 1918, nasceu o primeiro motor produzido pela empresa, de dois tempos e 75 cilindradas.
Após algum tempo, a família Benelli teve de abrir mão da companhia, que, desde então, passou pelas mãos de três grupos diferentes. Desde 2005 a marca pertence à chinesa Qianjiang.
Segundo Amauri Basilio, gerente de vendas da Benelli, a empresa planeja expandir sua rede de concessionárias (atualmente há apenas uma, na região do Morumbi, em São Paulo) para cidades como Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS) ainda no primeiro semestre de 2014; e para Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), Goiânia (GO) e Belo Horizonte (BH) no segundo semestre deste ano.
Com exclusividade, a Benelli disponibilizou uma unidade da "Tornado Naked Tre" 899 -- significado da sigla TNT -- para Infomoto tirar suas impressões sobre esta máquina chinesa de origem italiana (não entendeu? Leia o box).
De acordo com os encarregados pela entrega da motocicleta, a unidade utilizada era "pré-série", ou seja, ainda receberia melhorias e ajustes finais para rodar no Brasil. Mesmo assim, a TNT 899 mostrou que tem futuro promissor por aqui.
ALMA ITALIANA
O coração da Benelli TNT 899 é um de seus pontos altos: motor DOHC (duplo comando de válvulas), três cilindros em linha, arrefecimento líquido e 898 cm³ de capacidade cúbica. Ele é capaz de gerar 98 cavalos e 7,65 kgfm de torque e carrega a típica agressividade italiana desde rotações mais baixas.
Mas é acima de 4.000 rpm que ele "fala mais alto". Parece até abrir um "segundo estágio", tamanha força que faz para empurrar a moto quando o cabo do acelerador é girado com vontade.
A entrega de potência não é das mais suaves e o condutor tem de tomar cuidado para não ser "ejetado" em arrancadas mais fortes. O ronco expelido pelo sistema de escapamento (que tem saída única e fica embaixo do banco do passageiro) é bem característico. Como um assobio agudo que fica mais grave ao crescer dos giros.
DESENHO AGRADA
A alma italiana também aparece no design que, apesar de não ser unanimidade, agrada à maioria dos entusiastas. Com formas angulares e facetadas, seu apelo visual é futurista e agressivo.
O conjunto óptico dianteiro é formado por duas lentes, com painel integrado. O painel de instrumentos, apesar de conter todas as informações necessárias, é feio e ultrapassado -- ele mescla dados analógicos, como o tacômetro, com digitais, como o velocímetro. Os comandos de punho também poderiam ter acabamento melhor. Fora isso, o conjunto agrada.
CHASSI E CICLÍSTICA
O quadro da Benelli TNT 899 é formado por duas partes: superior e inferior. O "pedaço" superior, que acopla o motor, é feito em duas seções de aço e a balança é construída em alumínio fundido. Isso deixa a moto com personalidade esportiva e garante diversão ao condutor, principalmente nas mudanças de direção.
Nessa versão, o quadro chama ainda mais atenção por ser vermelho. A posição de pilotagem, ao estilo "streetfighter", é bem agradável. Embora tenha aspirações esportivas, com pedaleira recuada e banco bipartido, a TNT é confortável. A espuma do banco é fina, mas não chega a incomodar.
Dentro da cidade, seu guidão mais largo pode atrapalhar na hora de passar entre carros, mas não é impossível enfrentar tráfego pesado. Nessas situações, porém, o calor do motor incomoda as pernas. Para auxiliar na exaustão do vento quente vindo do propulsor, há duas ventoinhas laterais, uma de cada lado.
O conjunto de suspensão, formado por garfo invertido Marzocchi, de 120 mm de curso, e monoamortecedor traseiro Sachs, com 115 mm de curso, tem um ótimo desempenho. A configuração mais rígida, como sai de fábrica, é própria para pilotagem esportiva, deixando a TNT 899 estável nas retas e, principalmente, em entradas e saídas de curvas. Estradas sinuosas a bordo da TNT se tornam divertidas. Devido ao bom conjunto e aos pneus de medidas 120/70 R17 na dianteira e 190/50 R17 na traseira, a motocicleta tem grande capacidade de inclinação e pode até surpreender pilotos mais experientes.
Os freios são de ponta. Compostos por dois discos dianteiros de 320 mm de diâmetro e disco simples traseiro de 240 mm, mordidos por pinças Brembo, o conjunto agradou bastante, apesar de não contar com ABS. O manete dianteiro responde bem ao comando e faz a frente mergulhar de maneira segura e estável. Desacelerar e parar os 224,6 quilos da moto é tarefa fácil.
Benelli TNT 899
+ Preço: R$ 38.990.
+ Motor: três cilindros em linha, DOHC, 898 cm³, refrigeração líquida.
+ Potência: 98 cv a 9.500 rpm.
+ Torque: 7,65 kgfm a 5.000 rpm.
+ Câmbio: Seis marchas.
+ Alimentação: Injeção eletrônica.
+ Dimensões: 2.100 mm x 790 mm x 1.050 mm (CxLxA).
+ Peso: 224,6 kg (em ordem de macha).
+ Tanque: 16 litros.
MERCADO
A naked desembarcou no Brasil com um futuro promissor à sua frente. Seu preço fica um pouco acima da maioria de suas concorrentes: Ducati Monster 796, com freios ABS, sai por R$ 37.900; Honda CB 600F Hornet custa R$ 35.300 (com ABS); Suzuki GSR 750, também com ABS, é encontrada por R$ 36.900; Yamaha XJ6 N vale R$ 28.430; Triumph Street Triple (com ABS de série) é oferecida por R$ 31.900. Somente a Kawasaki Z800 é mais cara, encontrada por R$ 39.390 com ABS.
Apesar de agora ser subsidiária de uma empresa chinesa, a Benelli manteve o design marcante italiano em suas motos e o bom acabamento. Os conjuntos de suspensão e freios são de marcas conceituadas. A reação das pessoas nas ruas mostra que a marca depende apenas dela para fazer sucesso.
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