Volta por cima: marcas de motos tradicionais que renasceram após falência
Na história das duas rodas, as marcas europeias e americanas aparecem como as mais importantes, pois criaram a cultura do motociclismo. Porém, nem mesmo a tradição foi suficiente para suportar a concorrência das motos japonesas, que se espalharam pelo mundo na década de 1960, e muitas fábricas dos dois polos, criadas no início do século 20, foram à falência nsse período.
Mas nem tudo estava totalmente perdido: com dinheiro de novos investidores, algumas delas deram a volta por cima e retornaram à vida, preservando a essência do passado em seus novos modelos. Conheça abaixo quatro histórias de montadoras seculares que chegaram a desaparecer, mas estão de volta à ativa e podem até vir ao Brasil nos próximos anos.
HOREX
Tradicional fabricante alemã criada em 1923 por Fritz Kleemann, cujo nome une a abreviação “HO” -- de Bad Homburg, cidade alemã onde a marca surgiu -- com a palavra "Rex", usada por seu pai para denominar uma loja de jarras de vidros da família.
Em 25, fundiu-se com a fabricante de motores Columbus e passou a cuidar da produção completa, dando à luz, no fim dos anos 40, a um de seus modelos mais icônicos: o SB 35 Regina. Em 1956, devido às quedas das vendas, a Horex parou de produzir motos e seguiu apenas nos segmentos de ciclomotores, scooters e suprimento de peças para a Daimler-Benz. Quatro anos depois, foi comprada pela Daimler e teve suas atividades totalmente encerradas.
O retorno aconteceu em 2010, durante o Intermot, tradicional Salão de Motos que acontece em Colônia (Alemanha). Lá, a marca apresentou o VR6 Roadster, um modelo totalmente novo. No final do ano passado, anunciou mais duas versões para a motocicleta, VR6 Classic e VR6 Café Racer 33 LTD, e já Atua com concessionários na Alemanha, Suíça e Áustria.
INDIAN MOTORCYCLES
Primeira construtora de motocicletas dos Estados Unidos, a Indian Motorcycles surgiu em 1901, como Hendee Manufacturing Company -- o nome só seria alterado em 1923. Pouco tempo depois, na década de 1910, já havia se tornado a maior fabricante de motocicletas do mundo. Durante a Primeira Guerra Mundial, chegou a enviar mais de 40 mil unidades para os aliados da Tríplice Entente.
Entre 1919 e 22, criou duas de suas motos mais famosas, a Scout V2, em versões de 600 a 1200 cm³, e a Indian Chief. No entanto, depois de suprir motocicletas aos Aliados durante a Segunda Guerra, enfrentou dificuldades para se reinserir no mercado civil e, em 1953, foi à bancarrota.
Desde então, os direitos da marca passaram pelas mãos de diversos empreendedores, mas só a Polaris -- principal fabricante de UTVs e ATVs dos EUA --, em 2011, conseguiu reerguê-la. O processo começou com a produção de um novo motor, o Thunder Stroke 111, e continuou com o surgimento da família Indian Chief, no ano passado, com três versões: Chief Classic, Chief Vintage e Chieftain. Todas já estão à venda nos EUA e, de acordo com a Polaris, devem chegar ao Brasil em breve, talvez já em 2014.
MOTO MORINI
Mesmo estando entre as mais famosas do mundo, as marcas italianas também sucumbiram à invasão japonesa. Um exemplo é a Moto Morini, fundada em 1937 por Alfonso Morini. Exatas cinco décadas mais tarde, a fábrica foi vendida para a Cagiva, passando depois a fazer parte do Texas Pacific Group, que também controlava da Ducati.
Só em 1999 os direitos voltaram à família Morini, tendo sido adquiridos pela Morini Franco Motori Spa, uma empresa do sobrinho de Alfonso. Sob essa tutela, a companhia conseguiu sobreviver até 2009, até ser liquidada e ter suas últimas motos leiloadas.
A reviravolta veio pouco depois: em março de 2012, a Moto Morini anunciou sua volta ao mercado com a produção de uma edição especial, a Rebello 1200 Giubileo. Hoje a marca conta com cinco modelos em sua linha, com vendas espalhadas pela Europa. Todas as motocicletas ano 2014 usam o motor V-Twin, de 1.200 cc, capaz de gerar 135 cavalos de potência.
NORTON MOTORCYCLES
Fundada por James Lansdowne Norton, a fabricante britânica nasceu em 1898, produzindo correntes para bicicletas e motocicletas. Quatro anos depois, passou a fabricar motos próprias, utilizando motores de outras empresas como base. A partir de 1908, começou a produzir motocicletas completas até meados dos anos 70, quando não conseguiu fazer frente à competitividade de rivais nipônicas, como Honda e Yamaha, e faliu.
Após diversas tentativas de ressurgimento, a Norton enfim se reergueu em 2009, ao ser adquirida por Stuart Garner, um empresário britânico fã da marca. A empresa passou por um processo de reestruturação e voltou a produzir há cerca de cinco anos, em uma fábrica próxima a Donington Park (famoso circuito de corridas).
Em 2012, com o aumento lento e gradativo da produção de três versões da clássica Norton Commando (961SF, 961 Café Recer e 961 Sport), a companhia expandiu seus negócios a outros países da Europa e também para os Estados Unidos.
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