Motos imitam carros e entram na onda aventureira
A fim de pescar consumidores que gostam de um carro com apelo "fora-de-estrada", muitas montadoras de carros oferecem versões "aventureiras" de modelos que sequer são nascidos para rodar fora do asfalto.
Basta colocar alguns adereços em plástico, barras longitudinais no teto e pronto: populares urbanos como o Volkswagem Gol, Honda Fit Twist, Toyota Etios e Hyundai HB20 se transformam em Gol Rallye, Fit Twist, Etios Cross e HB20X. Na prática, essas versões de "aventureiras" não têm nada, e andam melhor quanto mais longe da lama e das pirambeiras.
Infelizmente, essa tendência chegou com força ao mundo das motos e parece ter rompido com a definição clássica de um modelo "aventureiro".
QUANDO ERA PARA VALER
Nos anos 1980, tudo era muito claro: ou a moto era de rua, ou de “trilha”. Marcas como Kawasaki, Honda e Suzuki vendiam verdadeiros tratores sobre duas rodas, feitos para encarar qualquer terreno acidentado. A lista era grande: Honda XL 250R e Africa Twin, Yamaha DT 180, Suzuki DR 650 e 800, e Kawasaki KLX 650, todas altas em relação ao asfalto, com rodas grandes e boa capacidade no tanque de combustível, para rodar nas mais diferentes expedições.
Entretanto, assim como nos automóveis, essa divisão é coisa do passado nas duas rodas. Inspiradas nas quatro rodas, as fabricantes de motocicletas passaram a apostar em modelos com novas formas e funções, que respondem bem só em estradas muito bem pavimentadas e renegam aquele perfil verdadeiramente aventureiro.
A Kawasaki, por exemplo, trocou a valente KLX 650 pela comportada Versys 650; a Honda deixou a Africa Twin no passado e hoje tem as crossover CB 500X e NC 700X; já a Suzuki apostou na racionalidade das V-Strom 650 ABS e 1000 ABS. Todas seguem a mesma receita: pinta de aventureira, porém sem real capacidade para tal, pois mostram (muitas) limitações quando tiradas do asfalto.
AINDA HÁ OPÇÕES
Por sorte, ainda há marcas que seguem fiéis à proposta old school de uma aventureira, como Yamaha (reformulou a linha Ténéré, tanto de 1200 quanto de 660 cc), BMW (tem na R 1200 GS Adventure e na F 800 GS Adventure modelos consagrados entre os viajantes), Triumph (oferece a 800 XC e a 1200 Explorer XC, que começam a se firmar no mercado brasileiro) e KTM (que vende por aqui duas versões da 1190 Adventure). Todas sinônimos de longas expedições.
Essas fabricantes investem em um consumidor que busca um produto que vai além da mera "cara" de aventureira, e provam que ainda há espaço a quem procura uma moto capaz de cruzar o mundo, qualquer seja o caminho.
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