Pilotar moto com eficiência ajuda a economizar R$ 800 em um ano
Em tempos de falta d'água, nota-se uma mudança de hábitos dos brasileiros -- especialmente nas grandes cidades da região Sudeste -- em relação ao desperdício. Por que não aproveitar o momento para revermos também o consumo de combustível em nossos automóveis? Afinal, para além da alta nos preços da gasolina, precisamos entender que o petróleo, assim como a água, é um recurso natural e limitado.
Muito do petróleo consumido no Brasil é utilizado por motociclistas. Segundo dados referentes a 2014 do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), são quase 23 milhões de veículos de duas rodas registrados em todo o país. Em São Paulo, o Estado mais populoso do país, a frota é superior a 4 milhões -- só na capital são mais de 960 mil.
Boa parte desses veículos é usada por motoboys e entregadores, que têm seus ganhos diretamente ligados aos gastos com a motocicleta. Entretanto, em vez de prezarem por uma pilotagem econômica, o que se vê nas ruas e estradas são motociclistas que aceleram, trocam de marcha e freiam de forma abrupta, como se não se preocupassem com o consumo, a conservação do equipamento e, consequentemente, com a própria conta bancária. Veja dicas simples para ajudar quem quer -- e precisa -- corrigir vícios e adquirir bons para ir mais longe gastando menos:
PILOTAGEM ECONÔMICA
Na estrada, a principal atenção deve estar no controle da aceleração e velocidade. Uma Yamaha Fazer 250, por exemplo, consegue rodar acima de 90 km/h com o motor na casa de 6.000 giros, fazendo média de 30 km/l. Se os índices estiverem em 110 km/h e 7.000 giros, o consumo aumenta em 20%, para 25 km/l.
Alguns podem alegar que "tempo é dinheiro", e que o esforço em prol da economia não vale a pena. Não é verdade: em estradas com grande fluxo de carros e caminhões, acelerar mais proporciona ganho de tempo pouco representativo, conforme ficou evidenciado em teste feito por este colunista em trajeto de São Paulo a Atibaia, cidades separadas por 45 quilômetros.
Andando constantemente a 90 km/h, em ritmo compatível ao da maioria dos veículos, cheguei ao destino em 35 minutos. Quando tentei percorrê-lo a 110 km/h, fui obrigado a praticar muito mais frenagens e retomadas, ganhando apenas cinco minutos ao fim do percurso.
Na cidade, os benefícios de tentar andar mais forte são ainda menores. Quantas vezes você não foi ultrapassado por um motociclista "alucinado" no corredor, para logo depois reencontrá-lo parado no primeiro farol vermelho? Pilotar assim é o mesmo que rasgar dinheiro -- e imagine o quanto não gastam, em dinheiro e combustível, quase um milhão de motos numa mesma cidade.
Manter ritmo constante em trecho urbano, pelo contrário, proporciona economia e ainda ajuda na fluidez do trânsito, já que evita fechadas nas mudanças de direção e frenagens abruptas.
PESO NO BOLSO
Para um motoboy que roda 150 km por dia (3.000 km ao mês), ter o consumo na casa de 25 km/l equivale a queimar 120 litros de combustível por mês. Aumentando para 30 km/l, reduz-se o consumo em aproximadamente 20 litros/mês. Se fizermos as contas com o preço da gasolina em R$ 3,30 (média praticada atualmente por vários postos de São Paulo), chegamos a uma economia mensal de R$ 66, ou quase R$ 800 no fim do ano.
Fora a queda nos gastos com manutenção de peças. Como se vê, não faltam argumentos para mudarmos nossos hábitos.Por falta de planejamento e campanhas de reeducação, vivemos uma crise de abastecimento de água sem precedentes. Quem garante que não viveremos a mesma situação em relação aos combustíveis fósseis no futuro? Na dúvida, cabe a cada um economizar. Nosso bolso e o meio ambiente agradecem.
Cicero Lima é especialista em economia doméstica sobre duas rodas
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