Kawasaki Ninja ZX-10R, R$ 78.990, muda para não virar retardatária
A família Kawasaki Ninja tem na ZX-10R a variante mais clássica de uma superesportiva: 1.000 cc e desempenho de destaque em competições como o Mundial de Superbike, onde é detentora de dois títulos.
Ofuscada por rivais cada vez mais potentes e tecnológicas, a "Ninjona" precisou mudar se não quisesse virar retardatária.
A linha 2017, renovada, chega ao Brasil em junho (somente na tradicional cor verde) por R$ 78.990. Infomoto já testou o modelo no autódromo de Interlagos (São Paulo) e conta o que mudou.
Fôlego renovado
Visualmente é difícil identificar o que mudou, mas há retoques na angulosa carenagem e aplicação de um novo escapamento de titânio, aumentando a eficiência aerodinâmica e adequando o modelo às novas normas de emissão do Promot 4.
A grande mudança, porém, está no núcleo do motor de quatro cilindros: um virabrequim mais leve reduziu em 20% a força inercial e deixou o motor (ainda) mais esperto nas acelerações.
Novos comandos das 16 válvulas, pistões mais leves e melhorias nos sistemas de alimentação e lubrificação também ajudaram o propulsor a crescer de giros mais rapidamente até alcançar a potência máxima de 200 cv (a 13.000 rpm).
Entretanto, a transmissão de seis velocidades só recebe auxílio do quickshifter (bastante suave e preciso, diga-se) para subir marchas, um ponto negativo frente às rivais. A fabricante promete oferecer um kit opcional de corrida que inclui reduções assistidas.
O desempenho em médios regimes (até 7.000 rotações) é modesto demais para a proposta, o que significa que ela gosta é de roncar alto.
FICHA TÉCNICA - KAWASAKI ZX-10R
+Preço: R$ 78.990
+Motor: 998 cm³; 4-cilindros; DOHC; 16 válvulas; arrefecimento líquido
+Potência: 200 cv (a 13.000 rpm)
+Torque: 11,6 kgfm (a 11.500 rpm)
+Câmbio: seis marchas
+Alimentação: injeção eletrônica
+Dimensões: 2.09 m (c) x 74 cm (l) x 1,14 m (a)
+Peso: 206 kg (ordem de marcha)
Mais ágil
A maneabilidade também se beneficia da menor inércia do motor, assim como da ciclística aprimorada: quadro em alumínio redesenhado e balança traseira alongada deixaram as mudanças de direção mais rápidas e precisas, reduzindo o esforço do piloto.
Mesmo com o aumento de cinco quilos em relação à antecessora (206 kg em ordem de marcha), as alterações citadas acima e o novo amortecedor de direção eletrônico Öhlins dão a sensação de que a ZX-10R 2017 está mais leve.
Eletrônica também foi refinada: o controle de tração agora incorpora unidade inercial da Bosch e opera em cinco níveis de ajuste (antes eram três), com bastante eficiência e precisão.
Na suspensão dianteira, uma câmara de compressão externa melhorou a precisão do amortecimento do garfo invertido. A traseira segue com operação 100% mecânica (rivais como Yamaha R1M e BMW S 1000 RR já dispõem de auxílio eletrônico), porém com bom funcionamento das múltiplas regulagens.
Frenagens foram aprimoradas com uso de disco duplo de 330 mm e pinças monobloco Brembo na dianteira. O sofisticado sistema ABS (antiblocante) garante acionamento feroz porém controlável, claramente superior ao da antiga Ninja.
Se a ZX-10R está mais rápida e eficiente na pista fechada, a Kawasaki parece não ter feito esforço nenhum para deixá-la mais amigável nas ruas estradas. O painel de instrumentos, por exemplo, não é lá dos mais atrativos para uma moto de rua.
Portanto, este é um modelo voltado a quem quer investir numa motocicleta de track day sem precisar pagar os irreais R$ 125.990 cobrados pela Yamaha R1.
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