Eletrônica da Tiger Explorer XCx vale R$ 70.500? Veja avaliação
Motor atualizado, ciclística revista, novas suspensões, freios aprimorados e muita tecnologia embarcada: todas essas mudanças deixaram a nova Triumph Tiger Explorer XCx, versão de topo da bigtrail que acaba de desembarcar no Brasil, mais sofisticada e apta a enfrentar a acirrada concorrência no segmento de aventureiras.
Mas será que o modelo tem cacife para enfrentar a BMW R 1200 GS e vale o cheque de R$ 70.500 que a marca britânica sugere por ele? É o que Infomoto vai responder nesta avaliação.
Além das mudanças mecânicas, a Tiger Explorer 1200 passou por um facelift: paineis do tanque de combustível e coberturas de radiador e cockpit foram remodelados, prometendo maior proteção aerodinâmica.
Muita eletrônica
De qualquer modo, as modificações mais importantes estão mesmo escondidas sob a carenagem. O tricilíndrico de 1.215 cc, por exemplo, ficou mais potente: 139 cv a 9.300 rpm (ganho de 2 cv) e 12,55 kgfm a 6.200 rpm (contra 12,34 kgfm da linha anterior).
O câmbio de seis marchas ganhou relações mais longas, que prometem 5% de economia de combustível -- vale dizer que os engates não são tão suaves como as da irmã menor Tiger 800.
Na parte eletrônica estão os principais avanços: três modos de pilotagem -- road, rain e off-road --, controle de tração, freios ABS (antitravamento) com atuação em curvas e suspensões ajustáveis eletronicamente.
Todos os auxílios são geridos por uma central eletrônica que atua em conjunto com a IMU (Unidade de Medição Inercial), que analisa a motocicleta em seis eixos e permite atuação mais precisa dos sistemas -- algo semelhante ao que ocorre com as superesportivas Yamaha YZF-R1, Kawasaki Ninja ZX-10R e a Ducati Panigale 1299.
A versão de topo usa rodas raiadas -- 19 polegadas na dianteira e 17 na traseira --, calçadas com pneus sem câmara. Embreagem hidráulica multidisco possui auxílio de torque antiderrapagem. Destaque também para as manoplas aquecidas, as tomadas 12V -- uma delas com entrada USB -- e o piloto automático.
Como anda
Em teste por sinuosas estradas da região de Tuiuti (SP), foi possível perceber o dinamismo do modelo: a praticidade do painel com conta-giros analógico e duas telas de LCD -- velocímetro, marcador de combustível e indicador de marcha ao centro; configurações dos sistemas eletrônicos à esquerda, incluindo ajuste do para-brisa.
Com a moto em "road", mais ajuste manual das suspensões para o modo “esporte”, a nova Explorer XCx se comportou como uma esportiva: giros subindo rapidamente, ótimo ângulo de inclinação e freios Brembo (pinças dianteiras monobloco e fixadas radialmente) operando de maneira precisa.
ABS e controle de tração são regulados pela medição inercial, tornando a Tiger Explorer XCx praticamente à prova de quedas: o sistema não deixa as rodas escorregarem e modula a pressão nos freios de acordo com a velocidade.
Faltou oferecer um modo “personalizável”, como ocorre na irmã menor Tiger 800 XCx, pois a interferência constante do controle de tração em superfícies onduladas ou numa lombada, por exemplo, acaba atrapalhando a pilotagem.
No teste também encaramos um trecho de terra. Em modo off-road o controle de tração é menos intrusivo, enquanto o ABS se adapta ao terreno escorregadio e sequer atua na roda traseira. O mapa de resposta do acelerador também fica suavizado.
Uma de suas grandes novidades, a suspensão semiativa ajusta automaticamente a pré-carga da mola, de acordo com o peso da moto incluindo combustível e condutor. Compressão e retorno ficam no modo intermediário e mudam conforme as condições do piso em questão de milésimos de segundo.
Ainda é possível escolher, manualmente, entre as configurações “conforto” ou “esporte” da suspensão, respectivamente mais macia ou rígida, respectivamente.
E aí: vale?
A resposta é sim. Em itens de tecnologia a linha 2016 da bigtrail inglesa está equiparada à rival BMW R 1200 GS, com a vantagem de possuir freios e controle de tração mais modernos. Tudo isso a preço um pouco mais em conta: R$ 70.500 contra R$ 73.900.
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