Nova Triumph Speed Triple R sobe mais de preço que de patamar
Precursora entre as nakeds com alma esportiva, a Triumph Speed Triple foi renovada para 2016 e desembarca no Brasil na versão de topo R, por R$ 59.900. O novo preço assusta, visto que representa aumento de R$ 16.410 em relação à linha anterior, o equivalente a 37%.
A fabricante justifica que a naked subiu de patamar ao dar mais potência e torque ao motor 3-cilindros de 1.000 cc, além de equipá-la com inéditas assistências eletrônicas para aumentar sua esportividade. Padrão estético segue o mesmo, mas a versão R traz um desenho refinado: luzes de seta em LED e algumas peças em fibra de carbono.
Entretanto, o novo posicionamento a fará disputar mercado com rivais como a BMW S 1000 R (R$ 58.900), que traz itens como suspensões eletrônicas, assistente de troca de marchas e motor 20 cv mais potente (160 cv). Vale a pena?
Mais vigorosa e esportiva
Por não ter sofrido alterações visuais profundas, a Speed Triple R manteve o inconfundível conjunto óptico com dois faróis saltados e também a posição de pilotagem esportiva. As pernas vão flexionadas e recuadas, enquanto o tronco fica inclinado sobre o tanque e os braços, abertos, no melhor estilo streetfighter -- inaugurado pela própria Speed Triple em 1994.
Interface dos controles eletrônicos é bastante semelhante à de outras Triumph: botões no punho esquerdo permitem navegar entre cinco modos de pilotagem -- Rain, Road, Sport, Track e Rider (personalizável).
Potência fica sempre em 140 cv (ganho de 5 cv), a 9.500 rpm, independentemente do modo escolhido. O que muda é a resposta do acelerador (mais linear ou abrupta). Controle de tração e freios ABS (antitravamento) também são mais intrusivos, ou não, de acordo com o ajuste selecionado.
A Triumph afirma ter feito mais de 100 alterações internas, em áreas como câmara de combustão, cabeçote, virabrequim, pistão. Também foi incluído um sistema de aceleração eletrônica. Na prática, o comportamento está mais vigoroso, principalmente em baixos e médios regimes.
Embreagem agora conta com sistema antiderrapagem, que evita perder o controle da roda traseira e reduz o esforço no acionamento.
Suspensões usam o conceituado garfo telescópico invertido Öhlins NIX 30 na dianteira, com tubos de 43 mm e totalmente ajustável, e o também eficiente monoamortecedor traseiro TTX36, da mesma marca. Ambos permitem inclinar com confiança nas curvas, assim como os bons pneus Pirelli Diablo Supercorsa.
Outra boa notícia é que as pedaleiras, que antes raspavam no asfalto, foram reposicionadas para ficar mais altas e pararam de atrapalhar.
Pista? Melhor a estrada
Por outro lado, faltam outros auxílios eletrônicos já presentes em rivais e, especialmente, um amortecedor de direção, item imprescindível num modelo de orientação esportiva. Com ele a naked ficaria um pouco menos arisca.
Freios têm dois discos de 320 mm e pinças monobloco Brembo na dianteira, sendo disco simples com pinça Nissin na traseira. Dotado de ABS, garante frenagens eficazes, mas cuidado: levado ao limite em pista fechada ele pode demonstrar fadiga. Portanto, se quiser usá-la em track days, é melhor investir para deixar o conjunto melhor preparado.
No fim das contas, seu melhor uso continua a ser a estrada. Até porque a naked é uma moto para chamar a atenção, seja pelo comportamento ou visualmente. Muita gente a considera feia, mas aí é questão de gosto. Quem aprecia suas linhas sabe que, falem bem ou falem mal, sua Speed Triple R não passará despercebida.
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