Triciclo urbano é ideal para quem quer andar de moto sem saber pilotar
Testamos o estranho porém funcional scooter de três rodas da Yamaha
Para o motociclista brasileiro, o Yamaha Tricity 125 tem um jeitão meio esquisito, Com uma arquitetura em Y, ou seja, duas rodas na dianteira, o scooter de origem japonesa e fabricado na Tailândia pouco tem a ver com os largos e espalhafatosos triciclos aos quais nos acostumamos.
Pois este é seu maior trunfo. Ao aliar equilíbrio, agilidade, praticidade, conforto e desempenho em condução urbana a uma arquitetura compacta, o Tricity 125 poderia ser um grande aliado de quem quer perder o medo de pilotar.
Infomoto a oportunidade de rodar com o único exemplar disponível no Brasil. Em apenas três voltas na pista do Haras Tuiuti, no interior de São Paulo, ficou claro que o modelo oferece estabilidade e transmite boa dose de segurança.
Apresentado como conceito no Salão de Motos de Milão 2013, o tricilo começou a ser vendido na Europa já no ano seguinte. Lá, custa cerca de 4.000 euros, aproximadamente R$ 13.000.
Por aqui, infelizmente, ainda não há previsão de vendas. Uma pena, pois o modelo tem vocação para resolver o problema de mobilidade urbana e acabar com o medo dos que querem entrar para o mundo das motos, mas têm receio.
O conceito de três rodas
Formado por dois conjuntos de suspensões independentes na dianteira, mas que trabalham juntas para que as rodas inclinem paralelamente nas curvas, o Tricity tenta dar sensibilidade e segurança ao piloto inexperiente, além de garantir manobras ágeis.
Sensação ao pilotá-lo, em princípio, é estranha. Com um pouco de prática, porém, a impressão passa a ser a de que se está em um scooter comum. Isso porque o Tricity copia bem as imperfeições do asfalto e, principalmente, compensa os desníveis de piso entre as rodas.
Ângulo de inclinação nas curvas impressiona. Nestas condições os pneus oferecem boa aderência. Ao parar, é necessário colocar os dois pés no chão, como em um scooter ou moto comuns. Isto porque o Tricity 125 não traz o sistema do Piaggio MP3, que, por meio de um botão, trava a suspensão dianteira para manter o equilíbrio.
Ciclística
Rodas dianteiras de 14 polegadas, calçadas com pneus de 90/80, facilitam a transposição de obstáculos. Já na suspensão traseira a montadora japonesa optou por um sistema bichoque, que liga rabeta à balança, e roda de 12 polegadas acasulada em pneu 110/90.
Cada roda ganhou discos de freio independentes, sendo de 220 mm de diâmetro na dianteira e 230 mm na traseira. Já está disponível o sistema de frenagem unificada, que distribui automaticamente a força de frenagem entre as rodas quando o piloto aciona os dois manetes simultaneamente ou só o da roda traseira.
Montado sobre um quadro tubular, o Tricity oferece assento com 78 cm de altura, o que é ótimo para baixinhos. Já o peso deixa a desejar para um scooter: 152 kg em ordem de marcha. Por comparação, o Yamaha Neo 125, scooter de capacidade cúbica similar, pesa 96 kg, diferença de 56 kg ou quase 37%. A boa notícia é que a distribuição de peso em 50:50 garante equilíbrio.
Sob o assento há espaço para acomodar um capacete fechado. O quadro de instrumentos, todo digital, mostra informações de maneira bastante prática e alerta até quando é chegado o momento de fazer uma revisão. Sistema de iluminação conta com lâmpadas de LED.
Motorização
Seu coração é um monocilíndrico de 125 cc, 11 cv (a 7.500 rpm) e 1,06 kgfm (a 7.250 giros), munido de bloco em alumínio, injeção eletrônica, arrefecimento líquido e comando único no cabeçote (SOHC). Acoplada a ele está uma transmissão CVT.
Desempenho é satisfatório para uso urbano, mas um propulsor maior e mais potente cairia melhor para empurrar os 152 Kg em ordem de marcha. Na prática, a força é suficiente para arrancar bem e manter velocidades de cruzeiro acima de 70 km/h. Nada mais do que isso.
Para resolver isso, na Europa há como opção o Tricity 155, que usa o mesmo motor de nossa Nmax e proporciona rendimento melhor.
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