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Renault pretende processar Carlos Ghosn por gastos suspeitos de R$ 47,90 mi

Carlos Ghosn, Renault-Nissan - Philippe Wojazer/Reuters
Carlos Ghosn, Renault-Nissan
Imagem: Philippe Wojazer/Reuters

05/06/2019 15h34

A Renault planeja processar seu ex-presidente Carlos Ghosn após ter revelado ontem a existência de 11 milhões de euros (R$ 47,90 mi) de "gastos suspeitos" em uma filial da Nissan na Holanda.

A fabricante francesa termina, assim, a revisão de suas contas e finalmente fecha um capítulo que atrapalhou por vários meses suas relações com sua parceira japonesa Nissan, a primeira a revelar a má conduta financeira que levou à prisão de Ghosn no Japão em 19 de novembro do ano passado.

A auditoria interna, conduzida em conjunto pela Renault e Nissan por vários meses em sua filial holandesa RNBV, identificou 11 milhões de euros de gastos suspeitos que comprometem Ghosn, libertado sob fiança em abril, em Tóquio.

Os 11 milhões incluem "gastos excessivos de deslocamento Ghosn em avião", que podem ter sido viagens pessoais em jato particular, "certos gastos de Ghosn" e "doações a organizações sem fins lucrativos", segundo um comunicado.

Com base nesses dados, a diretoria decidiu pedir aos representantes da Renault que se aproximassem de seus colegas da Nissan nas instâncias da administração da RNBV, com o objetivo de promover ações legais cabíveis na Holanda", acrescentou.

As revelações da Renault podem complicar a defesa do ex-presidente de 65 anos que nega as acusações, denunciando que se tratam de um complô da Nissan.

A Renault já havia informado à Justiça francesa sobre transações suspeitas, descobertas ao fim de uma auditoria interna da empresa no país.