Você compra refrigerante na maquininha? EUA já vendem carro desse jeito
Vai Coca-Cola ou um Dodge Challenger? Na quarta-feira (15), a Carvana, uma plataforma de comércio eletrônico para carros usados, inaugura uma loja em San Antonio, nos EUA, que é exatamente o que ninguém esperava: uma "máquina de refrigerante" só que para vender carros.
A startup criada há quatro anos já possui aparelhos similares em Austin, Houston e Nashville. Com oito andares, a "máquina" é essencialmente uma pequena garagem com capacidade para 30 carros. Quando um cliente coloca uma "moeda" especial, o carro escolhido é tirado da estante como um refrigerante ou saco de batata frita, embora com mais delicadeza.
Os clientes compram seu carro antecipadamente no estoque online da empresa, de cerca de 8.000 automóveis. Depois, o veículo é colocado na máquina para a grande revelação -- como a Carvana diz, "uma experiência de entrega personalizada e memorável."
É um truque publicitário?
Claro que é. Mas é raro que uma concessionária de carros -- especialmente uma revendedora de carros usados -- adote o mantra de surpresa e encantamento que a maioria dos varejistas empreende atualmente. Um café, às vezes razoável, costuma ser o máximo que eles oferecem.
A Carvana está adotando outra estratégia do manual do varejo do século 21: o conceito omni-channel -- deixar que os clientes comprem onde e como quiserem. Para os fãs de máquinas automáticas que não vivem em San Antonio, a Carvana leva seu truque a grandes distâncias, cobrando US$ 200 em despesas de viagem e a corrida a partir do aeroporto.
Não é fã dessa coisa de comprar um carro como se fosse um doce? Sem problemas. A Carvana também entrega. Fique à vontade para comprar uma Ford F-150 antiga pelo iPhone e receba a picape em casa no dia seguinte ou antes.
A Carvana oferece garantias e financiamento e seus preços, em geral, são muito bons, em parte porque a empresa não precisa se preocupar em manter e contratar uma equipe para as concessionárias. O que a companhia não oferece é test drive, embora exista uma janela de sete dias para devolver um veículo -- e sem dar explicação.
Se acharem que um website é algo rápido demais para uma transação tão cara, os consumidores ainda podem ir a uma loja à moda antiga e sentir o aroma do café. A da Carvana é financiada pela DriveTime Automotive Group, uma rede de concessionárias com sede em Phoenix.
Do outro lado do Atlântico, na Itália, Fiat e o portal Amazon implantaram processo de compra pela internet. Depois de configurado, encomendado e receber um pequeno desconto, o cliente retira o carro na concessionária. Os três modelos oferecidos (Panda, 500 e 500 L) cobrem dois terços da oferta atual da marca. Não há decisão de levar a experiência para outros países.
Funciona?
Mas a verdadeira pergunta em relação à Carvana é se existe uma massa crítica de consumidores que se sente à vontade para gastar dezenas de milhares de dólares em um produto sem vê-lo antes. Se os imóveis servem de indicativo, a resposta é sim. O CEO da Carvana, Ernie Garcia, afirma que os consumidores que sabem o que querem e gastam apenas 10 minutos na transação.
Na verdade, a Carvana e as várias empresas de comércio eletrônico como ela não precisam conquistar uma fatia muito grande dos consumidores.
O mercado de carros usados nos EUA é enorme -- pouco maior que o de veículos novos. Em um ano bom, 45 milhões de máquinas são comercializadas e cerca de US$ 640 bilhões trocam de mãos. E Se uma companhia como a Carvana capturar um quarto do mercado, ela será tão grande quanto a General Motors. E, provavelmente, mais rentável.
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