Ghosn diz que vai reembolsar Versalhes por festa, após denúncia
Resumo da notícia
- Após denúncia da Renault, Ghosn diz que vai reembolsar valor de festa
- Executivo pagou aluguel do Palácio de Versalhes usando estrutura da Renault
- Versalhes foi usado para casamento de luxo do executivo
- Ghosn está preso no Japão há mais de dois meses e acusações se ampliam
Carlos Ghosn afirmou que planeja reembolsar o Palácio de Versalhes por custos relacionados a sua festa de casamento com tema "Marie Antoinette", depois que a Renault revelou que seu ex-presidente pode ter usado indevidamente um acordo de patrocínio da marca com o local para sediar o evento.
Ghosn reembolsará o palácio, que por sua vez compensará a montadora francesa, disse uma porta-voz de sua família, Devon Spurgeon, por telefone na sexta-feira.
A resposta veio um dia depois que a Renault disse que diria às autoridades francesas que o executivo preso havia recebido um "benefício pessoal" no valor de 50.000 euros (cerca de R$ 205 mil) relacionado a um acordo com o castelo. A descoberta foi parte de uma investigação interna e marcou a primeira vez que a Renault revelou possíveis impropriedades de Ghosn, que permanece preso em Tóquio depois que alegações de crimes financeiros foram feitas contra ele por promotores japoneses.
Diz-se que a soma é o custo estimado de alugar as premissas históricas sob um contrato assinado por Ghosn que autorizou a montadora a realizar eventos corporativos em Versalhes. Ele e sua esposa Carole fizeram uma festa extravagante lá em 2016, que foi capturada em uma foto mostrando atores em trajes de época, junto com arranjos estonteantes de bolos.
A rápida decisão de Ghosn de pagar o castelo contrasta com sua posição no Japão, onde ele rejeitou as alegações do promotor de irregularidades financeiras relacionadas ao seu tempo no comando da Nissan, parceira da Renault. Em sua primeira audiência no tribunal de Tóquio no mês passado, ele disse que foi "injustamente acusado e injustamente detido com base em acusações sem fundamento e infundadas". Ele pintou o quadro de um homem leal que não sonhava em prejudicar a empresa.
Após sua prisão em 19 de novembro, Ghosn foi rapidamente expulso pela Nissan e Mitsubishi Motors, o outro parceiro japonês na aliança. Ele renunciou no mês passado como presidente e diretor executivo da Renault, na qual o estado francês é o acionista mais poderoso. Sua queda provocou tensão dentro da aliança, em parte porque a Nissan se moveu rapidamente para removê-lo enquanto a Renault tentava adiar a decisão.
Estilo de vida luxuoso
A festa de Versalhes tem sido amplamente apresentada como evidência do estilo de vida luxuoso do executivo quando liderou as três empresas globais de automóveis. Antes que sua decisão de devolver o Palácio de Versalhes fosse tornada pública, seu advogado na França, Jean-Yves Le Borgne, havia dito em uma declaração por e-mail que Ghosn pagou todas as suas despesas com o casamento.
"O espaço para eventos em Versalhes foi disponibilizado sem custo e o sr. Ghosn não sabia que o uso do espaço seria cobrado pelo uso da Renault", escreveu ele no e-mail.
A Renault iniciou uma investigação interna em novembro, pouco depois de Ghosn ser preso. Após as revelações de Versalhes, o ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, disse que a investigação está "começando a obter resultados".
O ministro também disse que uma auditoria começará nos próximos dias das finanças da RNBV, a companhia holandesa que administra a aliança entre a Renault e a Nissan. As empresas já estão revisando as taxas pagas aos consultores pela empresa, que somaram entre US$ 10 milhões e US$ 20 milhões por ano.
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