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Maior virtude do Corsa sedã é o equilíbrio

Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias
Imagem: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

Da Auto Press

Especial para o UOL

25/04/2008 16h24

A vocação da General Motors no Brasil parece ser a de vender sedãs. A marca americana comercializa atualmente nada menos que seis modelos três-volumes: o básico Chevrolet Classic (antigo Corsa sedã), seguido de Prisma, o atual Corsa sedã, Astra sedã, Vectra e o sofisticado e grande Omega, importado da Austrália.

O Corsa sedã está bem no meio da gama e tem como maior atrativo o equilíbrio. Trata-se de um carro sem excessos nem faltas. Comparado ao Prisma, o compacto "top" da GM tem um pouco mais de espaço e requinte nos materiais. Ao mesmo tempo, o motor 1.4 flex o deixa próximo do Prisma em preço, sem oferecer riscos ao médio Astra.

Não à toa, a General Motors equipou o Corsa de três volumes com o motor 1.4 litro. A estratégia foi dar ao modelo um preço competitivo para ampliar suas vendas, objetivo comprovado nos últimos meses. Antes da mudança, promovida em junho do ano passado, o sedã tinha versões 1.0 e 1.8 litro e vendia menos de mil unidades/mês. Hoje, são mais de 2 mil sedãs Corsa emplacados a cada 30 dias. De janeiro a março foram 6.558 unidades.

Esse crescimento supera o aquecimento do mercado nacional. Ou seja: a mudança foi providencial. Brigam atualmente no nicho os sedãs compactos Fiat Siena, Ford Fiesta, Renault Logan, Renault Clio sedã e Chevrolet Prisma -- além do próprio Corsa. Todos com preços entre R$ 30 mil e R$ 43 mil e motorizações flexfuel que vão da básica 1.0 até a 1.8 litro.
 

Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

O Corsa sedan com motor Econo.Flex 1.4 possui duas versões, a Maxx e a Premium; motor 1.8 é restrito às vendas para frotistas

No caso do Corsa, o motor 1.4 litro é a única opção, nas versões Maxx e Premium. A unidade de força 1.8 é vendida exclusivamente para frotistas na versão topo de linha, a Premium. Mas tal limitação não chega a ser negativa. O motor 1.4 litro, chamado de Econo.Flex, estreou no Prisma, no fim de 2006, e meses depois foi aprimorado para equipar a linha Corsa. O propulsor produz 99 cv de potência com gasolina e 105 cv com álcool, ambos a 6.000 giros. O torque também impressiona: são 13,2 kgfm com gasolina e 13,4 kgfm com álcool, a 2.800 rpm.

É o preço, no entanto, um dos maiores aliados do Corsa sedã. Vendido a partir de R$ 34.733 na versão Maxx, o três-volumes compacto é mais em conta que versões similares dos rivais Fiat Siena, Ford Fiesta e Renault Clio sedã -- todos com preços acima de R$ 40 mil.

O modelo Chevrolet, é verdade, vem menos recheado. Com ar, direção hidráulica, vidros e travas elétricos, fica em R$ 39.772 e ainda é o mais barato. Preço, como se sabe, é um fator muito considerado no segmento de compactos no Brasil. Mesmo que o valor seja dividido em dezenas e dezenas de mensalidades. (por Diogo de Oliveira)
 

DE ZERO A 100 PONTOS, O CORSA SEDÃ 1.4
Desempenho - O motor 1.4 caiu bem no Corsa. Dele extraem-se boas arrancadas e retomadas. A aceleração de zero a 100 km/h se dá em 12,1 segundos, com resgate do fôlego de 60 km/h a 100 km/h em 19,3 s em quinta. O sedã tem ainda boa frenagem e escalonamento de câmbio adequado ao uso urbano, com as primeiras marchas curtinhas, para ganhar agilidade. Nota 8
Estabilidade - É notável e precisa a comunicação entre rodas e volante no Corsa. No dia-a-dia, o bom jogo de direção do sedã ajuda mesmo nas manobras simples. Em movimento, a simetria proporciona equilíbrio em retas e frenagens, com pouca torção da carroceria nas curvas. Sinais de flutuação só após 160 km/h. Nota 8
Interatividade - O Corsa não tem grandes recursos e, portanto, tem pequena quantidade de botões e alavancas. O painel tem leitura fácil e os comandos são bem posicionados e simples de mexer. O ajuste de altura do banco facilita para encontrar a posição correta ao volante. Os engates têm boa precisão. Nota 7
Consumo - Em percurso com 2/3 de cidade e 1/3 de estrada, o Corsa sedã fez 7,5 km/l com álcool, média elevada para um modelo compacto. Nota 5
Conforto - O Corsa tem como maior aliado o espaço interno. Os 2,49 metros de entre-eixos são bem aproveitados, com boa amplitude para pernas. A altura de 1,43 m também agrada. E a suspensão equilibrada é suave mesmo em pisos enrugados. Os bancos, talvez por serem muito finos, não são muito confortáveis nem dão uma boa sustentação ergonômica ao corpo. Nota 6
Tecnologia - A geração atual do Corsa - a 3ª no mundo - estreou no Brasil em 2002 e ainda goza de alguma atualidade. O modelo é hoje o 6º colocado no nicho, à frente apenas do Clio. Mas a versão Maxx é pouco recheada e não traz recursos eletrônicos - de segurança ou conforto. Nota 6
Habitabilidade - O Corsa tem boa quantidade de porta-objetos, além de acessos amplos que contemplam o bom espaço interno. O porta-malas é bom, mas não impressiona: tem 432 litros. Menos que Renault Logan, Fiat Siena e Ford Fiesta, todos em torno de 500 litros. Nota 7
Acabamento - O sedã compacto segue o padrão da GM, com tecidos e plásticos que agradam aos olhos e ao toque. Há poucas rebarbas e as peças, no geral, têm bom encaixe. Apesar de faltar algum glamour, é muito bem acabado diante dos concorrentes diretos. Nota 8
Design - No segmento de compactos, o Corsa é um dos únicos que não sofreu mudanças visuais desde o lançamento. Ou seja: seu design tem a harmonia original nas linhas, mas já começa a ficar datado. Nota 7
Custo/benefício - É um dos pontos fortes do sedã compacto. Com preço inicial de R$ 34.733, o modelo, embora tenha menos recheio, é mais em conta que adversários como Fiat Siena 1.4, Ford Fiesta 1.6 e Renault Clio Sedã 1.6, todos com preços a partir de R$ 37 mil. Além disso, tem o eficiente motor 1.4. Nota 8
Total - O Corsa sedã 1.4 flex somou 70 pontos em 100. NOTA FINAL: 7