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Vectra GT automático é mais que uma traseira bonita

 Luiz Humberto Monteiro Pereira/Carta Z Notícias
Imagem: Luiz Humberto Monteiro Pereira/Carta Z Notícias

Da Auto Press

Especial para o UOL

03/06/2008 22h01

A frente é toda do sedã Vectra, numa plataforma derivada da usada no Astra brasileiro. A traseira, por sua vez, é emprestada do moderno hatch europeu Opel Astra, que está uma geração à frente do Astra nacional. Essa arriscada mistura, batizada de Vectra GT, poderia gerar um mal-ajambrado Frankenstein sobre rodas. Mas o carro, lançado em setembro do ano passado, apresenta uma surpreendente harmonia.

Harmonizou-se com o mercado -- vendeu 5.938 unidades até o final de maio -- e também em termos dinâmicos. A plataforma meio Opel (marca da General Motors na Europa) e meio Chevrolet se mostra tão equilibrada que se tornou um dos destaques do Vectra GT. E, em sua versão automática, se mostra ainda mais condizente com o nicho de mercado que quer ocupar.
 

IMPRESSÕES AO DIRIGIR
Carta Z Notícias

O Vectra GT automático foi avaliado por três semanas e mais de mil quilômetros, na região serrana do Rio de Janeiro. Na sinuosa e bem pavimentada estrada que liga a capital a Petrópolis, foi possível constatar o bom trabalho da engenharia da General Motors brasileira na suspensão.
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O Vectra GT sem pedal de embreagem custa R$ 66.893, valor bem competitivo em relação aos principais rivais. O Nissan Tiida SL automático, por exemplo, chega do México por R$ 69.330, enquanto o Peugeot 307 Griffe automático argentino parte dos R$ 75.750. O modelo da GM sai da fábrica paulista de São Caetano do Sul com airbag duplo frontal, freios com ABS e EBD, faróis com lâmpadas do tipo BlueVision com regulagem de altura e retrovisor eletrocrômico como principais itens de segurança.

No conforto, além do câmbio automático, a versão traz ar-condicionado digital automático com saídas para o banco traseiro e para o porta-luvas, direção hidráulica, trio elétrico, ajustes de altura e de profundidade do banco do motorista e do volante, controle de cruzeiro, travamento automático das portas e tampas do porta-malas e do tanque, porta-óculos, sensor de chuva, entre outros. Mas o grande "plus" do hatch em termos de equipamento é mesmo o navegador GPS da Visteon, de série em toda a linha.

Na aparência, que é um dos apelos principais do modelo, o Vectra GT automático conta com faróis e lanternas com máscara negra, rodas de liga leve aro 16, faróis e lanterna de neblina. Tudo incorporado ao visual bastante arrojado da traseira, que busca atrair órfãos de carros com estilo jovem e moderno -- papel que o Volkswagen Golf e o Audi A3 tiveram em outros tempos. A frente é a mesma do Vectra sedã, mas a traseira foge da sobriedade e imita a do Astra europeu, com lentes do tipo folha, cortes bem definidos, pára-choques proeminente e barra cromada na tampa do porta-malas.

O motor não tem modernidades, mas também não pode ser tachado de fraco. O 2.0 FlexPower gera 121 cv com gasolina e 128 cv com álcool a 5.200 rpm, e torque de 18,3 kgfm a 2.600 giros com o combustível fóssil e de 19,6 kgfm a 2.400 rotações com o combustível vegetal. A transmissão automática de quatro velocidades busca aumentar o conforto e a sensação de requinte de quem dirige, mas o destaque do conjunto é mesmo a suspensão bem acertada, independente na frente e semi-independente atrás. (por Fernando Miragaya e Luiz Humberto Monteiro Pereira)
 

DE ZERO A 100 PONTOS, O VECTRA GT AUTOMÁTICO
Desempenho - O motor de 128 cv (com álcool) garante arrancadas e respostas espertas. O desempenho, porém, é prejudicado em parte pela conservadora transmissão automática de quatro velocidades, sem opção de acionamento manual das marchas, que fica vacilante principalmente na faixa dos 3.500 giros. Na hora das retomadas e dos trechos em subida, o câmbio eventualmente fica indeciso. O zero a 100 km/h foi feito em 11,6 segundos, e a máxima foi de 175 km/h. Nota 7
Estabilidade - Suspensão bem acertada e bom comportamento dinâmico conferem ao GT uma tranqüilizadora estabilidade. Mesmo entrando com vontade em curvas mais fechadas, o hatch não faz menção de jogar a traseira. Nas retas em altas velocidades, o carro também se mantém firme, assim como nas freadas bruscas. Nota 9
Interatividade - Os principais comandos estão à mão, mas o teto baixo e os painéis das portas largos passam sensação de aperto. O painel frontal, quase vertical, dificulta a visualização de alguns equipamentos. Na hora de manobrar, o vidro traseiro diminuto e as largas colunas também não ajudam muito. Nota 6
Consumo - Média de 5,8 km/l com álcool e uso 2/3 na cidade e 1/3 na estrada. Nota 6
Conforto - O espaço para pernas é bom, mas quem vai atrás tem pouco lugar para a cabeça, devido à curvatura do teto. A suspensão bem calibrada absorve as irregularidades da pista. O isolamento acústico é eficiente até os 150 km/h. Nota 8
Tecnologia - Usa a plataforma do Astra, que já tem nove anos. Conta com equipamentos de conforto compatíveis com o segmento e oferece airbag duplo e freios com ABS. Destaque ainda para o sempre útil GPS. Peca, contudo, pela ausência de computador de bordo e de sensor de estacionamento. Nota 6
Habitabilidade - Herdou do Vectra sedã o ponto fraco da linha. Os raros porta-objetos não são nada funcionais e não há nenhum porta-copos. Só um porta-óculos sobre a porta do motorista serve de consolo. O porta-malas de 345 litros condiz com um hatch médio. Nota 5
Acabamento - Os materiais utilizados no painel e nas forrações de bancos e de portas aparentam qualidade e são agradáveis ao toque e aos olhos. Não há sinais de rebarbas e os fechamentos denotam precisão. Nota 8
Design - A traseira arrojada conferiu modernidade ao Vectra. Além disso, conseguiu uma improvável harmonia com a frente herdada do sisudo Vectra sedã. Nota 8
Custo/benefício - O GT automático custa R$ 66.893, oferece uma boa gama de equipamentos e é mais barato que seus rivais com câmbio automático. Nota 7
Total - O Vectra GT automático somou 70 pontos em 100. NOTA FINAL: 7