Cerca de 87% das unidades do Ford EcoSport que saem das concessionárias têm motorização 1.6, que começa em R$ 51 mil. A justificativa para manter a motorização 2.0 que vende tão menos é, além de uma margem de lucro maior, é uma questão do mais puro marketing. Afinal, é preciso explicitar que a linha tem capacidade tecnológica superior, não só em motores, mas também em equipamentos. É onde se encaixa também a versão automática do modelo feito em Camaçari, na Bahia. Uma transmissão, aliás, que justifica a existência do motor 2.0 na linha. Ela responde por 73% das vendas de toda a gama 2.0 e por cerca de 10% do geral, o que significa mais de 1.500 unidades nos quatro primeiros meses do ano.
A imagem de sofisticação está não só no preço, que começa em R$ 68.790 na versão avaliada, a XLT, mas na lista de equipamentos. A configuração já é a mais bem recheada da versão e agrega o câmbio automático de quatro velocidades com overdrive, compartilhado com o hatch médio Focus. Ele trabalha com o conhecido e valente motor Duratec importado do México, com 2.0 litros de capacidade volumétrica, 16 válvulas, 138 cv de potência a 6.000 rpm, torque máximo de 18,8 kgfm a 4.250 giros e duplo comando de válvulas no cabeçote.
Além disso, o modelo vem bem fornido, coerente com a proposta de imagem requintada e com o preço. Conta, inclusive, com itens de segurança como airbag duplo frontal e freios com ABS nas quatro rodas. Na parte de conforto, ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico com vidros com sistema um toque, banco do motorista com regulagens de altura e lombar, ajuste de altura do volante, revestimento dos bancos em couro, assento traseiro bipartido, travamento automático das portas, entre outros. Na reestilização sofrida pelo utilitário esportivo, em outubro do ano passado, a linha 2.0 ganhou, finalmente, computador de bordo e comando satélite do rádio/CD/MP3 na coluna de direção.
O modelo não dispõe de opcionais. O único adicional é a pintura perolizada, que faz o EcoSport 2.0 XLT automático saltar para R$ 70.887. Preço que acaba mantendo o jipinho da Ford com seu principal apelo: a relação custo/benefício. O Hyundai Tucson GL 2.0 automático custa R$ 86.420. Já o Mitsubishi Pajero TR4 2.0 automático tem preço sugerido de R$ 75.690. É verdade que o modelo feito em Catalão, em Goiás, tem tração 4x4. Mas as boas vendas do EcoSport comprovam: desempenho fora-de-estrada é o que menos importa quando o assunto é utilitário esportivo compacto. (por Fernando Miragaya)
Com Redação
IMPRESSÕES AO DIRIGIR: ECOSPORT XLT 2.0 AUTOMÁTICO |
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A manopla do câmbio automático importada do Focus e instalada no EcoSport é capaz de provocar desconfiança. Meio torta e um tanto mal-ajambrada no console central, parece ser resultado de um trabalho feito às pressas. Mas só visualmente. Ao se ligar o motor e engatar a transmissão em drive, logo se percebe que a Ford trabalhou bem para ajustar o câmbio de quatro velocidades ao bom motor mexicano de 138 cv. |
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Tanto que as mudanças de marcha são suaves, os trancos e buracos são mínimos, assim como os delays. O desempenho também é satisfatório. O motor responde bem às investidas no pedal do acelerador e foi preciso de 12,8 segundos para sair da inércia e chegar aos 100 km/h. |
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O torque de 18,8 kgfm disponível só nos 4.250 giros atrapalha um pouco as retomadas. O motor demora a encher e, em drive, o 60 km/h a 100 km/h consumiu 8,1 segundos. Após os 100 km/h, é preciso ter um pouco de paciência para alcançar a máxima de 160 km/h, quando o modelo passa uma sensação de flutuação e compromete a comunicação entre rodas e volante. |
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No resto, a estabilidade é boa. Em velocidades normais, o modelo não faz menção de adernar e as freadas bruscas são auxiliadas pelo ABS. Vale lembrar que os freios foram redimensionados para esta versão, já que modelos automáticos têm um desgaste maior. O único susto fica no consumo: média de 5,9 km/l. (por Fernando Miragaya, da Auto Press) |
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OUTRAS IMPRESSÕES: ECOSPORT XLT 2.0 MANUAL |
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Quem gosta do Ford EcoSport e quer ter o carro na versão top, mas não se interessa pelo câmbio automático ou não quer pagar mais pelo equipamento, tem a opção XLT 2.0 manual (R$ 63.630), que já foi avaliada pela Auto Press e agora ganha um veredicto adicional de UOL Carros, convenientemente acoplado ao teste da versão automática. |
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Para nós, o EcoSport top mostrou-se muito interessante. Por dentro ele tem bom acabamento, painel completo e de bom gosto (predominantemente verde), bancos de couro firmes e vários porta-objetos. Mas seu diferencial é mesmo a posição de dirigir. O EcoSport parece ficar exatamente no apreciável meio-termo entre um SUV mais alto e um carro de passeio comum. Guiar um Celta depois dele, por exemplo, passa a sensação de estar sentado no chão.
Debaixo do capô, o motor 2.0 de 143 cavalos, que funciona apenas com gasolina e oferece mais potência na versão manual do carro, mostra que tem sangue nas veias: responde rápido, oferece boa retomada mesmo em quarta marcha e esbanja força. No piso molhado, esticar primeira ou segunda marchas chegou a fazer uma roda dianteira (que recebe tração) girar em falso. Era muito entusiasmo para pouca aderência, ainda mais num carro leve (1.234 kg). |
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O câmbio manual, eficiente, permite gerenciar a performance do propulsor com mais atrevimento. A suspensão é firme, boa para enfrentar a buraqueira urbana. Até o consumo foi razoável para um motor desse tamanho: 7,5 km/l, aferidos somente na cidade (note-se a diferença ante o exemplar automático). Quem acha que o EcoSport é carro de ludibriado (porque ele não seria um SUV "autêntico") ou mesmo de "mulherzinha" provavelmente repensaria suas posições se o conhecesse com o motor 2.0. Até mesmo o superado estepe na porta traseira (que virou símbolo de off-road de butique) deixou de nos irritar. (por Cláudio de Souza, editor de UOL Carros) |
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