A Audi passa a trazer ao Brasil a versão mais barata do SUV (utilitário esportivo) médio-grande Q7, que oferece motor menor e alguns equipamentos a menos que o carro na configuração que já era vendida por aqui, a de motor 4.2 V8. Agora, por R$ 278 mil (fora os opcionais), o comprador pode optar pelo Q7 com propulsor 3.6 litros, seis cilindros em V, 24 válvulas e injeção estratificada de combustível (FSI). O Q7 V8 custa R$ 349 mil (R$ 71 mil a mais).
Fotos: divulgação
O Audi Q7 divide a plataforma com o VW Touareg e o Porsche Cayenne; motor V6 3.6 entrega 284 cv |
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O Q7 divide plataforma com Volkswagen Touareg (R$ 215.480) e Porsche Cayenne (R$ 248.220). Explica-se: a Volks é dona da Audi, e a Porsche passou a controlar a Volks. Mas, na prática, os três carros acabam concorrendo entre si pelo gosto dos endinheirados. Alguns outros SUVs no mesmo segmento são o BMW X5 (R$ 294.350) e o Mercedes-Benz ML 350 (R$ 289.200). Entre todos esses, o veículo da Audi se destaca por defender a atual "personalidade" da marca alemã, com a enorme grade dianteira e as lanternas traseiras recortadas.
Mesmo as versões "peladas" de carros de luxo continuam sendo mais recheadas que a média do comum dos modelos. Essa regra também vale para o Q7 V6. A principal perda dele em relação à versão V8 é a suspensão a ar, disponível apenas como opcional. Entre outras coisas, ela modifica a distância livre do solo, numa faixa entre 16,5 cm (para mais esportividade) e 24 cm (off-road pesado). Custa R$ 17.820.
Todos os demais equipamentos que existem no V8, mas são opcionais no V6, podem ser considerados secundários. E alguns bem interessantes, como o teto solar Open Sky (que, dividido em três seções, ocupa praticamente toda a capota), o Adaptive Cruise Control (piloto automático que mantém distância constante do veículo à frente) e o Side Assist (alerta para veículos em pontos cegos dos retrovisores), são opcionais até mesmo no V8. Esses três equipamentos juntos custam R$ 29.410.
Tela multifunção mostra o que vai atrás do Q7 e ajuda o motorista a parar o carrão de 5,08 m |
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No entanto, o principal gadget tecnológico do Q7 é de série nas versões V6 e V8: é o Audi Parking System Advanced, que conjuga um sensor e alerta de obstáculos traseiros (que dispara a 1,2 metro) com uma câmera, a qual envia imagens para a tela multimídia no centro do painel. O sistema reconhece o esterçamento das rodas e gera um gráfico antecipando a trajetória que o carro vai descrever. Também há um auxiliar de baliza, que orienta o estacionamento em vagas de ao menos 7 metros. Tudo isso é luxo, claro -- mas bastante conveniente num veículo de 5,08 metros de comprimento, 2,18 metros de largura e 1,7 metro de altura.
No quesito segurança, o Q7 V6 oferece ainda controle eletrônico de estabilidade (ESP); freios com distribuição de força (EBD) e antitravamento (ABS); e airbags frontais e laterais dianteiros e traseiros com proteção à cabeça (cortina). Já no âmbito de conforto e conveniência, há desde abertura e fechamento do porta-malas por teclas (o porta-luvas também abre assim, mas deve ser fechado com a mão) até ar-condicionado digital trizona. A posição de dirigir é facilitada pela regulagem elétrica total e com memória do banco do motorista. O sistema de som Bose é opcional, mas a tela multimídia é de série (para que ela receba o sinal da TV digital, paga-se mais R$ 6.390).
RODANDO COM O Q7
Participamos de um rápido test-drive do Q7 V6, num trajeto entre São Paulo e a cidade de Itu, no interior paulista. Houve chance de conduzir o SUV no pesado trânsito matinal paulistano e nas boas pistas do Rodoanel e da rodovia dos Bandeirantes.
FICHA TÉCNICA |
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CARROCERIA: Monobloco em aço, utilitário esportivo, 4 portas, 5 lugares (7 lugares como opcional), tração 4x4 permanente |
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MOTOR: 3.6 litros, V6 em 15 graus com com duplo comando de válvulas variável (admissão e escape) no cabeçote (DOHC), 24 válvulas (4 válvulas por cilindro) e injeção eletrônica estratificada
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DADOS COMPLETOS (V6 E V8) |
O comportamento do Q7 foi o que se espera de um SUV de classe superior: uniu conforto e as sensações de segurança e força. A velocidade cresce com naturalidade, e mal se nota a ascensão das marchas no câmbio automático Tiptronic, que oferece -- sem trancos nem "buracos" -- seis velocidades em Drive e cinco no modo Sport (que eleva o giro máximo de cada marcha). É possível fazer as trocas manualmente, tanto na alavanca quanto nas aletas atrás do volante.
Um aspecto importante para quem pensa em guiar o Q7 principalmente em situação urbana: o torque máximo de 36,75 kgfm está disponível numa ampla faixa de giros, de relativamente baixos 2.500 a 5.000, o que ajuda no anda-pára da cidade. A potência máxima, de 284 cavalos, surge a 6.200 rpm.
O conjunto direção/suspensão é harmonioso, garantindo leveza no controle do enorme e pesado (2,2 toneladas) Q7, e uma impressão de firmeza na leitura das irregularidades da pista -- ressalvando que não dirigimos o carro em vias malconservadas, e muito menos no off-road. Experimentar as reais habilidades da tração quattro, integral e com distribuição de 60% do torque à traseira, ficou para uma próxima ocasião.
O ruído do motor do Q7 dentro do habitáculo nos pareceu um tanto alto. Também o da rodagem dos pneus (largos e baixos: 265/50, em rodas aro 19) sobre a pista é forte. Mas isso pode fazer parte da graça de possuir um carro desse tamanho e com a palavra "sport" no nome da categoria. Quanto a outros aspectos do tratamento que o Q7 dispensa a quem vai dentro, não há do que reclamar: acabamento em couro, camurça, metal e imitação de madeira, além de uma profusão de comandos no painel, volante e console, dão aquela impressão de cabine de primeira classe. E o consumo também é de avião: se o Q7 fizer 5 km/l de gasolina na cidade já é muito.
Test-drive a convite da Audi do Brasil
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