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Bom desempenho é a arma da Meriva 1.4 na luta dos monovolumes

Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em São Paulo (UOL)

12/09/2008 21h42

Fotos: Divulgação

Externamente, a nova grade que destaca a "gravatinha" dourada é principal alteração da linha 2009 da Meriva

Experimente chamar um táxi sem escolher o modelo do veículo -- pelo telefone, por exemplo -- e a chance de ser atendido por uma minivan Chevrolet Meriva é grande. Foi o que ocorreu com este redator, ao se dirigir para o lançamento da linha 2009 do monovolume da GM, nesta sexta-feira (12). No caminho, o motorista do carro de praça disse ser dono do veículo, ano/modelo 2008 com motor 1.8, há pouco tempo, mas que estava gostando da experiência e, ao ser questionado sobre o que acharia de uma versão 1.4 com motor flex, disse que seria algo acertado para o uso urbano.

"Não precisa andar muito, não estamos aqui para tirar racha, o que vale mesmo é andar bem e com economia", foram as palavras exatas do taxista.

Pois parece que a clínica (série de pesquisas e estudos) feita pela General Motors com cerca de 500 donos do carro obteve, e levou em consideração, respostas parecidas. A linha 2009 da Meriva, apresentada em Jambeiro (SP), a pouco mais de 90 km da capital, tem como principal destaque a motorização 1.4 Econoflex, presente a partir de agora nas configurações Joy e Maxx e capaz de gerar 99 cavalos de potência com gasolina (torque de 13,2 kgfm a 2.800) e 105 cv quando abastecido com álcool (com torque de 13,4 kgfm a 2.800), segundo dados da fabricante. Outra novidade é a adoção do câmbio robotizado Easytronic -- que elimina a embreagem e permite ao motorista escolher entre dois modos de troca de marchas, manual com seleção seqüencial da velocidade, ou automatizado -- como item de série para todas as versões 1.8 (Expression, Premium e a esportiva SS), que seguem com a potência de 112 cv a 114 cv da linha atual.

Há ainda a reestilização da grade frontal, que agora segue a identidade visual global da Chevrolet e traz a "gravata" dourada sobre uma barra horizontal na cor do veículo, para todas as versões, e pequenas alterações internas de acabamento dentro do pacote de mudanças.
 

POR DENTRO DA MINIVAN
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Painel de instrumentos da versão Joy, testada por UOL Carros, tem comandos funcionais e com boa localização, mas volante tem acabamento pobre, abaixo do padrão do restante do veículo
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Posição e formato dos indicadores não mudou e teve apenas uma pequena alteração de iluminação
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Novidade para as versões Joy e Maxx, as mais populares da linha, motor 1.4 Econoflex teve bom desempenho e se mostrou valente
VEJA MAIS IMAGENS DA MERIVA 2009

O DESAFIO DO 1.4
Lançado em 2006, com o três-volumes Prisma, e presente também no hatch Corsa e na picape Montana, o motor Econoflex é considerado o 1.4 mais potente do mercado e, na projeção da GM, deverá ser responsável por 70% das vendas da linha Meriva (no acumulado de janeiro a agosto deste ano, foram 3.264 unidades comercializadas). E terá ainda a missão de aumentar de 26% para 30% a participação do modelo no segmento dos monovolumes, no qual os principais concorrentes, Fiat Idea (R$ 42.590 na versão ELX 1.4) e Honda Fit (R$ 47.320 para a versão LX 1.4 CVT), respondem por cerca de 31% e 43%, respectivamente.

Os preços da linha 2009 da Meriva foram anunciados na quinta-feira, desta forma: Meriva Joy 1.4 Econoflex, com câmbio manual, por R$ 45.790, valor intermediário entre os do Idea e Fit com a mesma motorização, portanto; Meriva Maxx 1.4 Econoflex, com câmbio manual, por R$ 47.790; Meriva Expression 1.8 Flexpower, com transmissão Easytronic, por R$ 48.240; Meriva Premium 1.8 Flexpower, Easytronic, por R$ 50.740; e Meriva SS 1.8 Flexpower, com câmbio Easytronic, por R$ 51.840.

IMPRESSÕES AO VOLANTE
Como parte da apresentação oficial, UOL Carros participou de um teste, que alternou trechos de reta em estrada, traçados com característica de serra -- subida acentuada e seqüência de curvas --, e um pequeno deslocamento em área urbana. No geral, o desempenho da Meriva 1.4 na configuração Joy (a mais básica) agradou.

Equipada de série com câmbio manual de cinco marchas, ar-condicionado, travas e vidros elétricos e, como opcionais, controle elétrico dos espelhos retrovisores e som com sintonizador de rádio (difícil de operar), CD player com leitura de CD-RW, entrada USB e Aux-in (com cabos inclusos) e função Bluetooth (com conexão fácil, uma raridade) para áudio e telefone -- sistema ABS para freios, airbags e mostrador digital auxiliar para funções de computador de bordo não estavam presentes --, o modelo se mostrou ágil nas acelerações e retomadas e valente ao encarar a subida. Em diversos momentos, com dois ocupantes (motorista e passageiro da frente), foi possível esquecer que se dirigia um carro com motor 1.4 e confundir a performance com a de um motor maior.

Em apenas uma única situação, mas por mais de uma vez, o motor entregou os pontos: uma seqüência de duas curvas em aclive demasiadamente íngreme, que obrigou a uma parada para engate da primeira marcha. No restante do percurso, porém, o que se observou foi um desempenho mecânico que proporcionou ao veículo fôlego de sobra -- o que, aliado à boa relação das marchas e ao baixo nível de ruído, permitiu uma condução prazerosa.

Quanto ao conforto, poucas alterações em relação às versões que circulam atualmente. Revestimentos de portas e bancos, bordas e fundo do painel de instrumentos e acabamento do volante sofreram discretas alterações. Este último, no modelo testado, se mostrou pobre demais, contrastando muito com o nível do restante do veículo.

Por fim, vale falar da capacidade do porta-malas, que não mudou em relação à atual linha, mas que até por isso segue como ponto positivo para a Meriva. São 390 litros com os bancos na posição convencional e até 1.600 com a fileira traseira rebatida. Os concorrentes Fiat Idea e Honda Fit trazem 380 litros com bancos em posição normal e 1.500 e 1.321, respectivamente, com os assentos traseiros rebatidos.

Os dados de consumo da Meriva 1.4 declarados pela Chevrolet são de 11,9 km/l na cidade e 15,4 km/l na estrada com gasolina; e 8,2 km/l na cidade e 10,7 km/l na estrada com álcool.

Viagem e teste a convite da GM do Brasil