Na contramão da crise, Honda Civic é o sedã mais vendido do país
Da AutoPress
Especial para o UOL
06/12/2008 09h00
O Honda Civic se tornou um modelo bastante peculiar em meio à crise global que já causa queda nas vendas de veículos no país. Em outubro, o mercado encolheu 11,6% em relação a setembro, mas o três volumes médio feito em Sumaré, São Paulo, assinalou 6.776 unidades e aumento de 6,2% no mesmo período. E, enquanto novembro registra uma queda de 26% nos emplacamentos de todas as marcas, o modelo alcança 6.536 unidades e se torna o sedã mais vendido do país. Fica à frente até de modelos compactos e mais populares, como Chevrolet Classic, Fiat Siena, Volkswagen Voyage, Ford Fiesta sedã e Renault Logan. Um desempenho que pode ser creditado à boa imagem que a Honda tem no mercado e também a uma "forcinha" que a marca deu no seu custo/benefício.
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Afinal, não foi por acaso que a Honda colocou a versão LXS (leia aqui a avaliação de UOL Carros) por iniciais R$ 59.990. A mais barata, até então, partia dos R$ 64 mil. A configuração responde por 94% das vendas atuais do sedã. Já à EXS, topo da gama, cabe reforçar a imagem de requinte da fabricante japonesa. Ela custa R$ 85.235, responde por 6% das vendas, mas oferece a lista de equipamentos mais completa.
A versão contém a mais ar-condicionado automático digital, revestimento dos bancos e painéis em couro, iluminação dos espelhos dos pára-sóis, computador de bordo, disqueteira para seis discos no rádio/CD/MP3, retrovisores externos com piscas integrados, volante multifuncional, porta-copos no descansa-braço traseiro, controle de cruzeiro e faróis de neblina. Sem falar na transmissão automática de cinco velocidades com seletores de marcha atrás do volante (paddle-shift).
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Aliado a isso, o Civic, em todas as configurações, sai de fábrica com airbag duplo e freios com ABS e EBD. Na parte de conforto, ar, direção hidráulica, trio elétrico, alarme, ajustes de altura e de profundidade do volante e do banco do motorista, abertura interna das tampas do reservatório de combustível e do porta-malas, aviso de faróis acesos e de portas abertas, descansa-braços dianteiro e traseiro com porta CD embutido, banco traseiro bipartido, entre outros.
FICHA TÉCNICA | |||||||||||
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Sob o capô, a unidade de força 1.8 Flex que gera 140 cv de potência com álcool e 138 cv com gasolina, ambos a 6.200 giros. Com o combustível vegetal, o torque máximo de 17,7 kgfm é alcançado aos 4.300 rpm. Já com gasolina, são 17,5 kgfm disponíveis em 5 mil rotações. Na estrutura, destaque para a moderna suspensão traseira do tipo Double Wishbone -- braços duplos sobrepostos. Um carro atualizado, com um design arrojado -- ainda mais para o sisudo segmento de sedãs médios -- e, agora, com uma faixa de preços mais ampla. Detalhes fundamentais para o bom desempenho do Civic no meio da crise.
IMPRESSÕES AO DIRIGIR
A Honda conquistou uma ótima reputação no mercado brasileiro e deve muito ao Civic. Primeiro modelo produzido pela marca japonesa no Brasil, o sedã alia conforto, uma boa dose de tecnologia, desempenho e modernidade nas linhas e na sua concepção. O sistema de suspensão independente na frente e traseira com braços duplos sobrepostos auxiliam no bom comportamento dinâmico do carro. As irregularidades da pista são bem absorvidas e não se refletem em sacolejos no habitáculo. Nas frenagens bruscas, o carro não embica e nem sai da trajetória, auxiliado pelo ABS e EBD.
Ainda na estabilidade, a postura em curvas também é exemplar. A carroceria torce pouco e só ao entrar mais arisco o modelo faz menção de sair de frente. Nas retas, mesmo a velocidades altas, o modelo mantém a boa conduta. Apenas próximo da máxima de 175 km/h é que a frente flutua e compromete a comunicação entre volante e rodas. Para chegar a esta velocidade, porém, não é preciso muito esforço, já que o motor 1.8 de 140 cv empurra com eficiência o sedã.
As arrancadas são convincentes, assim como as retomadas de velocidade. Ainda mais que o câmbio automático casa bem com o propulsor flex. Os buracos entre uma marcha e outra são mínimos. Isso sem falar que a versão top ainda oferece o paddle-shift para mudanças seqüenciais atrás do volante. Nas retas, é uma opção divertida, e, nos trechos de serra, uma alternativa para reduzir e aumentar as marchas e ter maior interação com o veículo. No consumo, rodando com álcool, o Civic EXS anotou a média de 6,8 km/l com uso 2/3 na cidade e 1/3 na estrada.
(por Fernando Miragaya)
DE ZERO A 100 PONTOS, O HONDA CIVIC EXS FLEX AUTOMÁTICO | |||||||||||
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