Testado em Las Vegas, Nissan 370Z supera antecessor em potência e tecnologia
Da AutoPress
Especial para o UOL
22/12/2008 19h00
No lugar de mais uma reformulação, a Nissan optou por lançar uma sexta geração da série de "Z", recriada pelo 350Z há seis anos. Produzido no Japão e apresentado como 370Z, o novo modelo mantêm laços estreitos com a gama de esportivos "acessíveis", iniciada em 1969 com o precursor 240Z. Acessíveis em países como os Estados Unidos, claro, onde o 350Z era oferecido por preços a partir de US$ 29 mil (o equivalente a R$ 67 mil). No Brasil, o preço do mesmo modelo começava em indigestos R$ 196 mil. O novo modelo ainda não tem preço definido. Mais do que um aumento numérico, seu nome indica a litragem do motor V6, que passou de 3.5 para 3.7.
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O propulsor é o mesmo que equipa o Infiniti G37, o cupê da divisão de luxo da Nissan. Com bloco e cabeçote de alumínio e 24 válvulas, a "usina de força" gera 336 cv de potência a 7 mil rpm e 37 kgfm de torque a 5.200 rpm. Para extrair o máximo de rendimento a qualquer regime de rotações, o motor foi equipado com comando de válvulas variável -- CVTCS --, capaz de modificar o tempo de abertura das válvulas de admissão. De toda forma, por segurança, a velocidade máxima está limitada a 250 km/h.
Para transmitir a força para as rodas traseiras, o modelo conta com duas opções de câmbio. Um manual tradicional de seis marchas e um automático de sete velocidades com opções de trocas por paletas atrás do volante. A caixa manual possui, no pacote Sport, um dispositivo que aumenta instantaneamente o regime de rotações ao se efetuar uma redução, ajustando o giro do motor a outros parâmetros, como a velocidade desenvolvida no momento.
Além das linhas renovadas, as dimensões gerais da carroceria passaram por alterações milimétricas, mas que colaboraram para um menor peso e maior agilidade. O comprimento total encolheu 7 cm, de 4,31 m para 4,24 m. O entre-eixos também foi encurtado, com 2,55 m contra 2,65 m, um corte de 10 cm. O modelo também ficou mais baixo, com 1,31 m, 2 cm a menos que o 350Z. Um dos poucos acréscimos em medidas foi na largura, que ganhou 3 cm -- de 1,81 m passou para 1,84 m.
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A diminuição de medidas e o uso de materiais mais leves explicam a redução de peso, de 1.515 kg para 1.466 kg. Os painéis das portas, o capô e a tampa do porta-malas são feitos com alumínio. A suspensão utiliza o mesmo material, aplicado nos braços duplos sobrepostos na dianteira e nos multibraços na traseira. Os freios a disco ventilados nas quatro rodas trazem pinças de quatro pistões na frente e de dois atrás.
Outros componentes, como o eixo cardã, foram construídos com fibra de carbono. Em prol do equilíbrio dinâmico, a distribuição do peso é de 54% na dianteira e 46% na traseira. A rigidez torcional da carroceria foi reforçada com uma barra de três pontos sob o capô e uma estrutura em "V" na parte de baixo do veículo.
O desenho do modelo replica as linhas de modelos atuais da Nissan e da Infiniti, com faróis e lanternas em forma de bumerange. A grande entrada de ar frontal foi mantida. O perfil da carroceria ostenta o capô longo e a traseira curta, com a queda de teto acentuada característica dos carros Z das décadas de 60 e 70. Os arcos das rodas ficaram mais pronunciados ao passo que a área envidraçada diminuiu. As rodas aro 18, equipadas com pneus 225/50 na dianteira e 245/45 na traseira, são de série. Como opcional, um conjunto aro 19.
EMPURRÃO TECNOLÓGICO
FICHA TÉCNICA | |||||||||||
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As maçanetas de alumínio verticais foram mantidas, só que com um desenho mais rebuscado. A traseira permanece volumosa, ligada à tampa do porta-malas com um grande vidro integrado. O pára-choque se destaca pelas duas vistosas saídas de ar e pelo espaço central reservado para uma câmera, que auxilia o motorista em manobras de estacionamento.
O habitáculo também foi redesenhado. Somado ao novo arranjo interno, o 370Z possui uma ampla lista de itens de conforto. Entre os mais interessantes, estão o sistema de som da Bose, com 9,3 gigabytes de espaço de armazenamento para músicas e arquivos, e um novo sistema de navegação com tela sensível ao toque e dados em tempo real sobre as condições das vias. O 370Z é produzido apenas no Japão e será lançado nos principais mercados mundiais em janeiro de 2009, já como modelo 2010. Para o Brasil, a expectativa é que o modelo chegue no segundo semestre de 2009.
(por Julio Cabral, da Auto Press, e Carlos González Arizmendi, do Autocosmos.com/México)
PRIMEIRAS IMPRESSÕES
O 370Z foi posto à prova em um autódromo em pleno deserto de Nevada, no Sudoeste dos Estados Unidos. E, no bem cuidado asfalto do circuito, foi possível comprovar a sua estabilidade, obediência e desempenho esportivo. O cupê da Nissan agora é um automóvel mais balanceado e mais voltado à comodidade que seu predecessor. E também mais enxuto, pois o seu tamanho diminuiu 7 cm em relação ao 350Z.
O aspecto geral do interior foi mantido, ainda que tenha sido completamente renovado. Se destacam a tela do navegador no console e os três mostradores circulares no topo do painel. Os relógios indicam as horas, a temperatura do líquido de arrefecimento e a carga da bateria.
O 370Z se mostra uma excelente opção para um esportivo de uso diário, apto a encarar os competidores Audi TT, Porsche Cayman e BMW M Coupé. No circuito norte-americano, se destacou a eficiência do sistema eletrônico do câmbio manual de seis marchas, que aumenta automaticamente as rotações ao se efetuar uma redução. Esse recurso equilibra o modelo em situações como uma curva feita em velocidade acima do recomendável. Também é interessante o sistema de assistência computadorizada para fazer o "punta-taco" -- movimento de frear acelerando simultaneamente enquanto se reduz uma marcha, para manter o giro alto e não deixar o motor esvaziar, muito utilizado nas corridas.
(por Carlos González Arizmendi, do Autocosmos.com/México, em Las Vegas-EUA)