Nova geração do Audi S4 ganha em economia e rendimento
Da AutoPress
Especial para o UOL
18/01/2009 12h00
A nova linha esportiva Audi S4 -- sedã e station wagon -- segue com forte apelo emocional. Afinal traz todos os atributos necessários para uma condução inspirada na velocidade. Mas, ao mesmo tempo, não se esquece da realidade do trânsito no dia-a-dia. O melhor exemplo da mecânica é o fato das alterações não oferecem mais potência. Ao contrário, foi adotado um novo motor, o 3.0 TFSI de 333 cv, que gera menos 11 cv que a versão anterior V8 de 4.2 litros.
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Com vantagens óbvias no nível de consumo, que recuou cerca de 27%, a inclusão desta motorização de menor capacidade no S4 não resulta em um desempenho mais "anêmico", pois as performances não são prejudicadas. Na verdade, ficam ligeiramente acima das do V8 aspirado. Soma-se a isso um chassi e suspensões mais modernas. Com as alterações, a linha S4 segue muito desejável no mercado europeu, desde seu lançamento em outubro, no Salão de Paris.
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A grade frontal ganhou um tom prateado. As entradas de ar foram redesenhadas e os faróis de neblina passam a dispor de contornos cromados. Visto de perfil, o destaque são as rodas de 18 polegadas de série. Mas a traseira é a parte que melhor identifica o novo S4. O chamariz são as quatro ponteiras de escapamento -- duas em cada extremidade --, os aerofólios incorporados no topo da mala e os para-choques redesenhados com um vinco mais elevado.
A tônica esportiva estende-se ao habitáculo, através de pequenas adições, como as aplicações em alumínio no console central, no volante em couro e no painel de instrumentos com fundo cinza e ponteiros brancos. Além destas inovações visuais, os ocupantes podem contar com uma boa qualidade de instrumentos e um espaço interior amplo.
FICHA TÉCNICA | ||||||||||||
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CORAÇÃO RACIONAL
Mas a alma do S4 é mesmo o novo motor 3.0 TFSI de 333 cv, que passa a ser o mais potente V6 da família Audi. Apesar desta exclusividade, o bloco segue os princípios de "downsizing" -- a redução nas dimensões do propulsor -- que a marca alemã tem aplicado a sua oferta nos carros movidos a gasolina, pois aposta na injeção direta do combustível aliada a um turbocompressor para obter um rendimento idêntico ao do anterior V8.
A razão da eficiência deste V6 está na patente de sua arquitetura. O turbocompressor é tão compacto que foi integrado à bancada de cilindros em "V" a 90º. Com isso, o peso total do conjunto é de 189 kg. O resultado desta política é expresso pelo consumo anunciado pela marca, que aponta um decréscimo de 27% face ao anterior S4, registrando agora uma média de 10,3 km/l, no caso do sedã. Esta queda não afetou a performance, visto que o sedã cumpre o zero a 100 km/h em 5,1 segundos, 0,5 segundo melhor que a marca alcançada pelo seu antecessor.
Para explorar o rendimento deste motor, o condutor tem à disposição uma caixa manual de seis velocidades, que foi otimizada para reduzir a fricção e as vibrações. Está também disponível uma versão equipada com a transmissão S-tronic de sete relações.
Mas a peça principal para conseguir tirar o máximo potencial deste S4 é o sistema de tração integral Quattro, que passa a dispor da ajuda de um novo dispositivo, denominado diferencial esportivo. Ele coordena a distribuição da tração de forma contínua entre os eixos, sendo capaz, em casos extremos, de desviar toda a potência para apenas uma ou duas rodas. Esta função foi pensada para ajudar o S4 a ter mais agilidade nas curvas, pois, ao apoiar apenas as rodas que estão em esforço, cresce o equilíbrio do chassi e aumenta-se a velocidade de saída da curva.
EFICIÊNCIA EM TESTE
No teste realizado em um circuito em Palma de Maiorca, na Espanha, completamente alagado por uma chuva intensa, o S4 mostrou seus atributos. As condições atmosféricas adversas permitiram comprovar a boa eficácia do carro ao lidar com pistas mais escorregadias. Salta aos olhos a capacidade do veículo em suportar melhor as trajetórias mais complicadas sem se perceber a intervenção dos dispositivos de controle eletrônicos, fazendo sobressair o papel do novo diferencial esportivo.
Quanto ao rendimento do novo motor V6 de 3.0 litros, ele se mostrou sempre disponível para responder às solicitações do condutor, especialmente em regimes intermediários. A única nota menos positiva deste bloco foi uma reação menos veloz em regimes altos. Mas os puristas ainda podem se queixar também da ausência do envolvente ronco do motor V8.
(por Nelson Oliveira, da AutoMotor/Portugal, exclusivo para Auto Press)